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P.O.V. Mike

Eu estava na sala assistindo a algum programa aleatório, nada muito interessante, fui ao banheiro e quando saí algo me chamou a atenção.

Ouvi ruídos e soluços, parecia vir do quarto e como curioso fui ver o que era. Entrei com cautela no quarto, era o Pac, ele estava... Chorando?

Eu -- Pac? -- ele olhou pra mim, parecia desesperado tentando limpar o rosto -- Você tá bem?

Ele sorriu, não parecia muito confiante e provavelmente nem era verdadeiro porque eu tinha acabado de ver seu estado anterior.

Pac -- T-Tô aham, claro! -- ele se levantou  e foi para a porta.

Eu -- Por quê tava chorando? -- insisti no assunto.

Pac -- A-Ah! Você não quer saber, não é nada importante eu tô bem!

Eu -- Eu quero saber! Me diz vai... Pode me contar -- me aproximei devagar, parecia que ele ia fugir.

Pac -- Desculpa, eu não posso -- saiu pela porta correndo.

Eu não fui atrás dele, parecia realmente ruim pra sair correndo daquele jeito e eu me sinto um tanto intrometido por perseguir ele por algo que nem quis me contar.

Desci até a sala esperando encontrá-lo no andar de baixo mas ele não estava, até seu cheiro havia se dissipado um pouco, comecei a me preocupar e segui a trilha fraca de chocolate até a porta.

Eu -- Pac? -- procurei pela varanda da entrada, olhei na escada e ele estava ali -- O que foi?

Me aproximei dele devagar, mesmo estando de costas eu fui cauteloso. Sentei do lado dele no degrau da escada e o encarei.

Eu -- Me fala o que houve -- ele me olhou limpando as lágrimas -- eu juro que não vou rir, ficar bravo ou contar pra ninguém.

Pac -- Mesmo se você contasse ninguém iria ligar -- ele sorriu triste -- Eu não tenho mais ninguém.

Eu -- Isso não é verdade -- levantei -- Pac eu tô bem aqui, eu posso te ouvir então por favor fala comigo!

P.O.V. Autora

O ômega sorriu com a fala do alfa, era estranho, eles tinham acabado de se conhecer mas ele sentia que havia uma conexão com o outro dês de que se falaram pela primeira vez.

Pac não tinha certeza se confiaria nele na primeira vez em que foi questionado no quarto, mas agora ele tinha total certeza de que Mike era confiável, mais do que qualquer um naquele lugar desconhecido.

Ele queria um amigo ao seu lado, e Mike parecia querer ser seu amigo mas por quê se sentia tão culpado? Talvez a culpa venha do seu propósito naquele lugar, o motivo pelo qual foi mandado ali não era amizade.

Pac foi tratado muito bem pelas pessoas dali até agora, mas toda a gentileza dessas pessoas desapareceria logo no momento em que expressasse sua opinião. Era sempre assim com ômegas, sua opinião não importava aos outros, apenas sorria e faça o que mandam.

Mas ele não queria isso, ele queria que Mike soubesse porque confiava nele agora. Sentia que o alfa lhe ajudaria em seu problema já que se sentia seguro perto dele, foi em frente.

Pac -- Ok.. -- suspirou e olhou para baixo com um sorriso triste -- Eu tô com medo, Mike.

Mike -- De quê? Eu falei alguma coisa errada? Foi a  noite em que a gente se viu pela primeira vez? -- o alfa ficou com medo de ser chamado de monstro pelo menor.

Pac -- Não é isso! Claro que não -- segurou as mãos do outro -- É que isso tudo de alfa e ômega é tão...

Procurou palavras para descrever a situação mas tudo que vinha em sua cabeça era desconfortável, era isso, desconfortável era a palavra que procurava para descrever o que era obrigado a passar.

Pac -- É tudo tão desconfortável Mike, essa situação em que eu e você estamos agora me dá medo e eu não consigo parar de pensar nisso -- sentiu vontade de chorar novamente -- Eu não quero que sejamos obrigados a fazer uma coisa, eu só quero passar tempo com você e esquecer que eu to preso aqui.

Voltou a chorar e enfiou a cara no peito do alfa, sentiu os braços do mais alto lhe abraçarem. Era bom ficar assim com ele, tudo que ele desejava era ficar desse jeito com Mike.

( . . . )


Batista trancou a porta do quarto e se encolheu na cama, ele não queria as desculpas falsas de seu pai agora. Sempre era a mesma coisa, o pai fazia algo errado, pedia desculpas e depois nunca mais falava sobre isso.

Felipe havia se cansado de sempre ter que engolir o orgulho e perdoar o "papai bonzinho", ele só queria fugir daquela casa problemática onde seu pai lhe tratava como lixo e sua mãe ignorasse tudo que ele faz e o defende.

Ele ouviu batidas na porta e deduziu que fosse seu pai, nunca era sua mãe do seu lado, ela só ia até ele depois do pais pedir desculpas. Talvez ela não quisesse lidar com isso ou nem mesmo ligasse, de qualquer forma quando ele destrancou era seu pai, ele ja esperava.

Charles -- Sabe que eu não gosto dessa porta trancada não é? -- cruzou os braços -- Me desculpe por gritar mas você não deveria ficar até tarde na rua, entende?

Batista -- Eu.. Entendo pai -- não fez contato visual -- Você mesmo disse que estava tarde então, por favor só me deixa tentar dormir.

Charles -- Não me desrespeite -- segurou o braço do filho forte -- Lembre-se de quem manda aqui, eu sou seu pai.

Batista não disse uma palavra, apenas um grunido de dor e depois o pai soltou seu braço e sumiu no corredor.

Deus! Batista queria poder fugir daquela casa, mas ele se sentia um prisioneiro e era um. Não tinha opções, seus pais apenas concordavam com tudo que a maldita tradição diz e era horrível não poder se expressar.

Mesmo depois de sair daquela casa, ele ainda ia pra um lugar cheio de desconhecidos que provavelmente iriam tratá-lo como uma simples máquina de fazer bebês e cuidar da casa.

O ômega não queria mais pensar nisso, ele realmente só queria dormir agora. As vezes sentia inveja da Branca de Neve, que teve a oportunidade de dormir para sempre sem ter que se preocupar com nada e só ter doce sonhos.

Para Batista, o príncipe que acordou a bela moça era um vilão.

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Oi oi pessoal, me desculpem de verdade por demorar. Eu fiquei super sem idéias no meio e enrolei demais.

Mas bom, foi isso

Até a próxima, byeee.

O Escolhido - Mitw, Cellps e JvtistaOnde histórias criam vida. Descubra agora