Saída do armário

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Domingo à noite e eu e Hermione não havíamos ainda saído do meu quarto na Sala Precisa. Nenhum de nós dois estávamos nos sentindo à vontade para sair do local e, sem contar, mal conseguíamos nos distanciar sem sentir um aperto no peito ou uma sensação ruim de vazio.

Dumbledore havia ido para lá na sexta mesmo, porém mais pela parte da tarde. Ele disse que poderia voltar a ser o professor, que os alunos não se sentiriam incomodados com a minha presença e que, na realidade, eles haviam me defendido e que não queriam que eu saísse de maneira alguma.

Não pude deixar de me orgulhar, o laço de estudante e professor foi feito, agora nenhum dos lados queria se separar. Fico contente que eles me achem um bom educador, pois descobri que amava dar aulas. Mione me abraçou fortemente e me confirmou que era ótimo no que realizava.

Contudo, tinha ficado apreensivo por causa de terça-feira, onde experimentaria uma parte da minha poção no hospital mágico. Quando expliquei a ele, Dumbledore, com a sua voz carinhosa, disse que não tinha problema e que ficaria feliz em me ceder o período da tarde deste dia para o avanço do mundo mágico, afirmando juntamente que acreditava verdadeiramente que era capaz de fazer grandes mudanças.

Também comentou sobre o fato de me sentir dependente de Hermione, por causa de nosso novo vínculo mágico, onde Sírius tinha explicado a ele sobre o que estava ocorrendo entre ambos. Para ser honesto, fiquei surpreso quando o diretor disse que não teria problemas caso a bruxa quisesse dormir no mesmo quarto que eu, apenas que o avisasse naquele momento.

Ela não tinha recusado e nem estava reclamando sobre essa vantagem, pois facilitou muito a nossa aproximação, durante esse final de semana, conseguimos entender muito um do outro, contanto histórias sobre nós na infância e fatos pessoais. Simplesmente foram dias incríveis.

- Nós vamos descer para jantar? – Pergunto a garota que, nesse momento, deitada ao meu lado da cama, estava com toda a sua atenção num livro de poções.

Tinha notado que Mione estava começando a se interessar pela matéria de maneira mais ativa, não sabia se era por causa da minha influência ou por estar gostando mais. De qualquer maneira, separava um tempo do meu dia para a ajudar em alguns conceitos ou explicações e, sinceramente, eu amava saber que ela gostava de poções.

- Acho que seria uma boa ideia. – Ela larga o livro sobre a cama, o fechando, e leva a sua cabeça em minha direção. – Não podemos nos esconder para sempre e nem viver de elfos domésticos para trazer nossas comidas.

- Não sei, não me sentiria incomodado em viver dessas regalias. – Abro um sorriso em sua direção, ao ver a garota, já de costas para mim, se levantando.

A única coisa que senti após ter dito, foi um travesseiro batendo sobre o meu corpo vindo de sua direção. Sabia que ela não se sentia muito confortável vivendo apenas dos outros, pois sentia que estava usando-os, principalmente os elfos.

Tinha demorado um tempo a explicando sobre como funcionava a mentalidade e a magia deles, pois, pelo o que me pareceu, ninguém teve a decência de mostrar para ela como se consistia. Ela, oriunda do mundo trouxa, tinha ideologias e mentes diferentes, era normal ela estranhar ou tomar outras ideias sobre como as coisas realmente funcionam.

Disse, com todo o prazer, que o que ocorria com os elfos domésticos, não era escravidão. Isso havia acabado há muitos séculos atrás em nosso mundo. Os pequenos seres mágicos, como elfos, por exemplo, consistiam em uma magia diferente de nós bruxos, necessitando, para a sua sobrevivência, de um vínculo entre nós.

Essa ligação de elfos e bruxos é muito poderosa e complexa, muitos não entendem direito como funciona. Mas o fato que é muito emocional, ou seja, a personalidade do bruxo influenciará a deles a fazerem as coisas e o modo de se pensar. Os elfos realizam tarefas, desde a antiga idade, por prazer e se sentem orgulhosos por um trabalho bem feito.

Professor PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora