ATO I - Capitulo 12 - Carne com ervas finas
Suuch
Estou de frente para a pilha de animais mortos, que tinha cavado e escondido, agora estava fora, Seven estava do meu lado, com os olhos abertos e assustado.
— Que infernos, o que é isso?
— E-eu… acho que foi eu quem fez isso. — Estou agachado, com a mão em cima de um dos coelhos, estou com a minha roupa, que Seven trouxe, saimos da pousada deixando um dinheiro para elas.
— Por que você acha isso?
— Porque… porque eu… — Respiro fundo, foi eu, não foi? Certeza que foi, não é possivel. — Eu estou ouvindo coisas, vendo coisas. — Coloco a mão na cabeça ainda agachado, não, não foi eu. Não tem como. — Estou diferente, me sinto estranho. — Olho para cima, olhando Seven.
— O que você quer dizer com diferente?
— E-eu não sei. — Me sento nas folhas. — Mas porque eu estaria aqui? Eu estava cheio de sangue e… e… — Meu Deus, estou ficando louco, e contar para o Seven me deixa aliviado e ao mesmo tempo com medo. — E se eu matei alguém? Seven, e se eu matei alguém?
Seven exala o ar, ele ainda se sentiria meu primo, se eu tivesse matado alguém?
— Não você não matou ninguém. — Ele coloca as mãos nos bolsos. — Quem matou esses coelhos foi um animal, provavelmente um leopardo, olhe essas marcas. Como você faria com suas próprias mãos? — Ele se abaixa, ficando perto de mim. — Ontem a noite a cozinheira achou que viu um coiote lá em casa, por isso ficamos preocupados que algo tinha acontecido com você, mas descobriram que ela tinha fumado maconha. E se caiu naquela carne que você fez na cozinha? Vai que você colocou achando que era oregano?
Leopardo perto do mar? Acho que não, mas talvez um outro bicho? Será que eu estava mesmo drogado? Não consigo me lembrar de nada. Coloco um coelho de volta onde cavei.
— Você provavelmente saiu com uma tarada, ela te trouxe aqui e te deixou sem roupa, você sempre sai com as mais safadas.
Olho para ele, que também me olha, começo a rir, talvez seja mesmo isso. Ele me ajuda a enterrar os animais novamente, minha mente se sente aliviada, dou um longo suspiro quando levantamos batendo as mãos para sair a poeira. Seguimos para o helicóptero.
Voltamos para casa e não conversamos mais, é muito ruim de se ouvir dentro de um helicóptero, vejo a casa do meu tio lá de cima, e pousamos assim. O Co-piloto dá um sinal de que podemos sair, onde já tem um rapaz para abrir a porta.
— Valeu, Silas. — Desço do Helicoptero e saimos do heliporto, atravessamos o quintal, indo até a entrada, Pear está com uma jaqueta de couro e calças de couro, como se estivesse saido de uma sacada, acho que ela chegou na verdade, e ela não está com a cara muito boa.
— Vocês são uns imbecis! — Ela range os dentes nervosa e não consigo não sorrir, já que isso irrita ela ainda mais, ela vem na minha direção e eu já sei o que me espera, vejo sua mão passar perto de mim, para poder me dar um soco, mas desvio dando um passo para trás, ela estreita os olhos me olhando, vira-se para Seven, que recebe um soco no braço. — Isso é por não me dizer que ele te ligou! — E um chute na barriga com o joelho, ai! — E isso por me deixar lá sozinha!
Como se ela estivesse em grande perigo sozinha.
— Você sabe o quanto ficamos preocupados? — Ela coloca a mão na cintura, enquanto Seven se contorce de dor, coloco a mão nas costas dele, tentando dar o meu apoio. — Onde você se meteu?
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Venatio - Leitura Unificada - Seven & Suuch
Teen FictionSinopse VENATIO - Suuch Suuch Chasseur é um aprendiz de caçador, um legado de família. Após seus pais terem sido mortos por um ataque de lobisomens, Suuch carrega uma marca e procura sua vingança. Treinado e prestes a se formar um caçador, após seu...