ATO II - 18 Capítulo - Limites

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ATO II - 18 Capítulo - Limites

Seven


- Aaaaaaaaah! - Acordo de repente.

- Shhhhh!!! - Um coro chama minha atenção.

Levanto a cabeça, meus ouvidos se enchem com o barulho ambiente de passos, folhas virando e do sistema de refrigeração. Dormi em cima da mesa da Biblioteca Central localizada em Constelação.

Coloco a mão no rosto, esfregando os olhos. Bocejo. Sento-me normalmente e encaro a bibliotecária, de óculos, nariz comprido e cara de não muitos amigos. Não há muitas pessoas no local, todas me encaram.

- D-desculpe. - Peço com um aceno. As pessoas voltam ao que estavam fazendo antes.

Fecho o livro que eu estava lendo, de capa azul marinho e letras prateadas escrito "Fases da Lua & Lobisomens", jogando-o no topo de uma pilha de livros com os mesmos temas, tem um que chama "A Mordida do Lobo" que já li. Encaro o relógio de ferro escuro e gigante que fica no centro do salão, pendurado no teto e que podemos ver de qualquer lugar. 4:50. Quando será que esses sonhos vão parar de me perturbar?

Coloco a mão na boca, com o cotovelo apoiado na mesa, pensando. Vim nessa biblioteca atrás de respostas sobre tudo, mas ao invés disso, só consegui mais perguntas.

Suuch tem todos os sintomas descritos em Licantropia, mas ainda não tive coragem de dizer a ele que eu acho que ele está se transformando em um lobisomem... Não sei como vou fazer isso, mas conforme o calendário avança para uma próxima Lua cheia, tenho certeza que não poderei esconder minhas desconfianças por muito tempo.

Estou cansado, vejo tudo embaçado e quase dobrado. Fecho o livro e o coloco de volta na pilha da qual retirei. É tão frustrante! Cutuco a capa de um livro vermelho, escrito em dourado "Brujeria", todo em espanhol arcaico que deixou a minha cabeça latejando de dor. O que eu estou fazendo? O que estou procurando? Eu nem sei! Sinto-me perdido. Melhor encerrar por hoje.

Levanto da mesa e deixo a biblioteca, bocejando.

Piso em casa antes do café da manhã ser servido, tomo um banho, me troco e quando retorno para a sala, já encontro David com seu jornal sentado à mesa.

Sento-me em meu lugar e vejo uma aura avermelhada ao redor do meu pai, com tons mesclados de azul. Ai, o que será que é agora? Olhando para a primeira página do jornal, engasgo com o suco de laranja.

- Algum problema, Seven?

- Não! - Nego rapidamente.

Na primeira página do jornal, em baixo do primeiro destaque está estampado um crime chocante e a manchete é: "Serial Killer arranca pés de suas vítimas".

- Sabe... - David dobra o jornal, coloca na mesa com a manchete para cima. - Quero falar com você sobre isso, mas antes, preciso entender o que você pensa que está fazendo.

- Ahn? Como assim? - Solto o copo em cima da mesa e olho para ele desconfiado.

- Acabei de receber uma conta exorbitante do hospital, Seven. Fui investigar. Você colocou um indigente no hospital?

- Oh. - Droga! Ele já descobriu? - Não pude negar ajuda, David, ele estava mal e você sabe como temos que honrar o código.

- O código não tem nada a ver com isso. Aquele homem vai sair do hospital hoje.

- Mas não pode! Ele está em tratamento.

- Os médicos informaram que o tratamento está finalizado. Ele sairá hoje.

Venatio - Leitura Unificada - Seven & SuuchOnde histórias criam vida. Descubra agora