O Retorno a Terra Natal

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Quando ouviu a neve batendo contra a janela da carruagem, Giyuu despertou. O frio tomou conta do pequeno ambiente e Obanai e ele tiveram que se agasalhar mais para aguentar. Apesar disso, o ômega estava feliz por já estar tão perto de casa. Até se lembrou das memórias nostálgicas das brincadeiras infantis com Sabito e Makomo na neve quando eram mais novos.

Giyuu amava o inverno, um sorriso discreto se formou enquanto tentava umedecer os finos lábios secos pelo frio. No entanto, esses pensamentos sumiram quando a carruagem parou de repente, a porta se abriu e um servo ajudou Giyuu a descer os degraus apressadamente.

Estava tudo coberto por uma neve fofa, brilhante e com flocos voando junto com a brisa gélida. Na entrada do palácio, no alto da escadaria de mármore, junto com os guardas e os servos, Makomo, Sabito e seu pai, aguardavam-lhe.

Giyuu sorriu com seu coração tomado de felicidade por estar novamente em Nagi. Naquele momento, ele só não deixou Obanai para trás e foi correndo para abraçá-los, pois seria totalmente inapropriado. Sentia muitas saudades de todos, apesar das desavenças. Foram apenas alguns meses, mas parecia que se passaram anos.

— Bem-vindo de volta em casa, meu filhote! — O rei foi o primeiro a falar, assim que o casal, o servo carregando a bagagem de ambos e a guarda real Mitsuri Kanroji, se aproximaram, pois estava muito feliz em rever seu caçula de novo.

Após o casal fazer uma reverência formal, Obanai observou Giyuu abraçar o pai. O rei se surpreendeu com o ato de carinho e ficou ainda mais radiante. Depois, a atenção de Tomioka foi para Makomo, ele hesitou em abraçá-la, porém o ômega resolveu deixar de lado as desavenças que aconteceram para não estragar o momento.

Sabito se limitou em apenas cumprimentá-lo formalmente, Giyuu percebeu ao olhar nos olhos dele, o conflito que passava, uma mistura de ressentimento, orgulho e arrependimento pelo erro cometido. De agora em diante, o príncipe distante havia decidido que não iria guardar rancor em seu coração. Estava carregando o filho de seu amado e em breve estaria junto dele, se tudo desse certo. Não queria levar assuntos inacabados para sua nova vida, tudo ficaria para trás.

— Vocês não sabem o quanto senti saudades. — disse Giyuu com uma expressão serena.

— Estávamos esperando por vocês ansiosos. — respondeu a garota, animada. — Como está sua saúde e a do futuro herdeiro? — perguntou analisando a barriga avantajada de Giyuu.

— Tenho certeza que o príncipe Obanai está cuidando bem do meu filhote. — O rei se pronunciou com uma frase bem humorada, mas também lançando um olhar analítico para o alfa.

— Vossa Majestade, garanto que ele está muito feliz. — afirmou Obanai desconcertado com a situação.

— Vamos entrar, aqui está muito frio, devem se aquecer para não pegarem um resfriado — aconselhou Sabito, olhando para o nada.

Todos concordaram e atravessaram a enorme porta de entrada. Apesar de ser de manhã cedo, estavam agitados tanto pela chegada das Vossas Altezas, quanto pelos preparativos do casamento, que ocorreria hoje próximo ao entardecer. Assim como foi dito, Giyuu se sentiu aliviado por dentro estar mais quente do que comparado ao exterior, pois já estava começando a sentir seus dedos congelando.

Obanai e Giyuu foram levados à mesa para que todos se servissem do café da manhã farto e colocassem as novidades em dia. O assunto da gravidez foi a pauta principal, como estava a saúde, se o ômega já havia sentido algum chute. Obanai apenas ficava em silêncio, junto com a expressão preocupada de Mitsuri, em pé logo atrás.

— Então não foi possível que os jovens príncipes Senjuro e Kyojuro pudessem vir ao casamento? — perguntou o Rei ao seu genro.

Obanai só respondeu depois que deu um gole no vinho e devolveu a taça de ouro à mesa.

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