Tomioka não dormiu muito bem aquela noite, pois pensava no casamento e em seus sentimentos por Tanjiro. O dia demorou para amanhecer. Até parecia que o sol não chegaria nunca e isso foi torturante. Quando observou a fraca luz que invadia pela janela, Giyuu já se pôs de pé para ir até a floresta encontrar com o alfa. Estava tão ansioso que chegou antes da hora marcada e ficou um bom tempo aguardando enquanto sua mente era preenchida de preocupações e uma dor fina atingia seu peito.
Após horas, ouviu o barulho de galhos se partindo e algo movendo as folhas do arbusto. Giyuu virou-se para a direção do som com um olhar iluminado e esperançoso para ver Tanjiro com um sorriso radiante e sua habitual cesta de carvão nas costas. O ruivo colocou a cesta no chão e correu animado ao seu encontro, abraçando fortemente o ômega com entusiasmo, quase o deixando sem ar. Tomioka segurou firme o corpo pequeno, sentindo o cheiro de pão quentinho, desejando que não se separassem.
— Giyuu, qual livro você trouxe hoje? — perguntou animado, após depositar um selinho brevemente nos lábios finos do príncipe.
O príncipe forçou um semblante despreocupado, tentando ao máximo transparecer que estava tudo bem, pois não queria que seu momento com Tanjiro fosse estragado por conta de terceiros. Ele queria, ao menos, mais alguns dias aproveitando a companhia do alfa que lhe fazia tão bem. E assim seguiu os dias, com Giyuu escondendo seu segredo até adquirir coragem para contar. Ele continuou lendo para o Kamado mais um de seus livros favoritos e trazendo guloseimas surrupiadas da cozinha do castelo. Tomioka se sentia tão vivo quando estava ao lado do alfa, era quase como se seu corpo fosse inundado por serenidade e paz.
— Hoje eu trouxe um conto que li quando criança. — contou o príncipe para o ruivo que estava a sua frente sentado e encostado na árvore.
— Qual o nome? É sobre o que? — perguntou empolgado.
Tomioka o fitou com carinho por alguns instantes. Por impulso, o ômega curvou-se para frente, admirando a expressão curiosa de Tanjiro quando segurou seu queixo com delicadeza e o puxou em sua direção para beijá-lo. Extasiado, o Kamado correspondeu prontamente, movendo seus lábios e a língua devagar para aproveitar todo o gosto da boca a qual passou dias sonhando em beijá-la — e que não acreditava ainda que já tinha o feito.
— Eu trouxe o "Despertar da meia noite" — comunicou, interrompendo o beijo para lhe mostrar o livro gasto pelo tempo. — Continuo lendo o outro livro depois.
As orbes carmesim focaram o conto por um instante, mas não estavam com real interesse, não naquele momento. Tanjiro tocou a mão de Giyuu que segurava o livro, a empurrou para baixo e envolveu o corpo maior com o braço livre.
— Vamos continuar mais um pouco assim? — pediu o Kamado.
Tomioka assentiu e os beijos passaram de inocentes, e evoluíram para algo a mais. Sendo o inexperiente que era, o príncipe não entendia aquelas novas sensações que estava vivendo com Tanjiro, apesar de ter certa noção do que estava acontecendo. Ele não queria que parasse, pois gostava dos beijos no pescoço que dava e recebia, dos arrepios, friozinho no estômago e de como as mãos calejadas do Kamado moviam pelo seu corpo timidamente.
— Eu volto amanhã, preciso ir. — Arfando, informou.
Tanjiro o encarou triste. Queria continuar, mas sabia que o certo seria não arriscar.
— Tudo bem, até amanhã. — Se despediu.
No dia seguinte, Tomioka sabia que deveria contar para o ruivo sobre o casamento arranjado. Sabia que daquele dia a chegada de seu prometido não iria passar. Deveria fazer, por fim, a sua escolha, pois já estava evitando muito tocar no assunto. Por isso, Giyuu ficou pensativo durante toda a noite e novamente não conseguiu adormecer. Quando o dia amanheceu, foi ao encontro do alfa com pesar no coração de sua escolha ter sido feita .

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Our destiny
Fiksi PenggemarDesde o seu nascimento, o príncipe Giyuu Tomioka, sendo o único homem ômega da sua família, foi prometido em casamento a um príncipe de outro reino. Ele já havia aceitado seu destino, casaria pelo bem de seu povo, contudo, o pequeno Giyuu criança nã...