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luxo (lu.xo)
1. ostentação da riqueza; magnificência; gala.
2. fausto; sumptuosidade; pompa.

04.01.2019

- Freya, preciso da matéria sobre a nova coleção da Versace. - digo ao chegar perto da mesa da redatora, que me olha com as sobrancelhas erguidas.

- Agora?

- Uhum.

- Faltando quatro minutos pra dar o nosso horário?

- Bom, se faltam quatro minutos é porque o expediente não acabou. - dou os ombros, sorrindo o mais angelicalmente possível. - Eu acabei de receber um e-mail impaciente deles cobrando pela matéria, se precisar lidar com esse assessor de novo, vou mandar à merda. Por favor.

- Vou enviar agora. - ela suspira, e logo pergunta: - Você vai continuar trabalhando em casa, não vai?

- Hoje é sexta. - dou os ombros. - Preciso de algo pra fazer no fim de semana.

- Quer as fotos também?

- A Antonella já enviou? - questiono, recebendo um aceno como resposta. - Sim, por favor! Eu amo aquela mulher. - murmuro a última parte ao voltar para a minha mesa, e Freya levanta o seu olhar do computador para mim com as sobrancelhas arqueadas. - Mas o teu lugar no meu coração ainda continua lá, amiga, eu juro.

Escuto a mesma murmurando um "interesseira", e sou rápida em fazer uma bolinha de papel com os post-its que estavam nas bordas da tela do meu computador para tacar na redatora. Ela reclama e logo joga a bolinha em mim, fazendo com que eu mostre a língua pra ela - ah, um ambiente extremamente profissional.

- Dá próxima vez, eu vou falar com você só com aquela imitação péssima do seu sotaque britânico. - sorrio, e a minha colega de trabalho estremece.

- Você é péssima. - ela aponta para mim e se aproxima da minha mesa, esperando que eu guarde as minhas coisas para irmos ao estacionamento juntas.

- I love you too, darling. - encaro-a e dou uma piscadela, enquanto a inglesa só revira os olhos.

Nos despedimos dos funcionários que ainda estavam ali e fomos para o elevador, Freya logo apertando o botão do subsolo e me encarando com uma cara estranha.

- O que foi agora? Manchei a minha bochecha com a caneta de novo? - viro imediatamente para o espelho do elevador, procurando por algum vestígio de tinta preta.

- Não dessa vez. - ela ri. - Só estava pensando... você não sente falta de ter alguém? Romanticamente, no caso.

- Não, eu tenho dedo podre. - faço careta. - Já desisti de tentar achar alguém que preste. Mas certas pessoas acham que eu sinto falta.

- Matteo e Carol? - ela ergue uma sobrancelha.

- Quem mais seria... - murmuro, dando um sorriso irônico.

 - murmuro, dando um sorriso irônico

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