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menstruação (mens.tru.a.ção)
1. tempo que dura o fluxo menstrual.
2. dor e sofrimento.
(o segundo item foi adicionado pela autora)

23.01.2019

Se existe algo que eu odeio, é ficar menstruada. Como se já não bastasse o fato de ter que sangrar 24 horas por dia por, mais ou menos, 7 dias, as cólicas são horríveis e nem eu consigo me aguentar na TPM.

- Eu quero arrancar o meu útero fora. - resmungo, virando de frente para Caroline, que estava sentada de pernas cruzadas em uma poltrona, me observando e tomando chá.

- Já falei pra você: anticoncepcional. - minha irmã levanta as sobrancelhas, assoprando o líquido quente que estava na caneca em suas mãos. - Além de não menstruar, não fica aí agonizando em posição fetal ter cólica.

- E eu já falei que esqueço de tomar anticoncepcional, então não funciona. - fechei os olhos por um momento, apertando ainda mais a bolsa de água quente contra o meu ventre. - Além disso, eu uso o DIU hormonal. Ele diminuiu um pouco o meu fluxo, mas não acabou com ele. Nem com as cólicas.

- Pelo menos eu não vou ter sobrinhos tão cedo. - a mais nova dá os ombros, e eu mostro a língua pra ela.

- Acho que é mais fácil eu ter sobrinhos antes. - sorrio e ela murmura "Deus me livre!". - Quando que a pizza vai chegar, Line? Já faz uma hora que você pediu.

- Nunca vi alguém gostar tanto de pizza como você, Trice. - Carol ri e logo olha para o seu celular. - E já saiu para a entrega, segundo o iFood.

- Graças a deus! - ergo os braços depois de me sentar, fazendo um drama.

- Eu preciso ir ao banheiro. - Caroline diz, se levantando. - Se a campainha tocar, você consegue ir pegar a pizza? Ou a cólica também imobiliza as tuas pernas?

- Engraçadinha. - falo, franzindo o nariz, e mostro o dedo do meio para a mais nova quando ela passa por mim.

Nem um minuto depois a campainha toca e eu resmungo por ter que levantar, mas a fome me motiva a ir atender a porta o mais rápido possível.

- Paulo? - franzo o cenho, surpresa demais por ver o argentino na minha frente. - Mas...

- Desculpa a demora, passei na farmácia pra pegar o remédio pra cólica que a tua irmã falou. - o jogador sorri, entrando no apartamento e depositando um beijo na minha testa. - Mas a pizza ainda tá quente!

- Ela... Você... Como que vocês têm o número... - começo a divagar em voz alta depois de fechar a porta, claramente confusa, e é fácil de perceber que Dybala estava se segurando para não rir da minha cara. - Esquece, eu não quero nem saber. E não ri de mim!

- Desculpa, mas você fica fofa confusa. - ele ri um pouco e eu ergo uma sobrancelha. - Larguei as coisas no balcão da cozinha, quer o remédio agora?

- Eu quero é a pizza agora. - ando em direção à cozinha, mas paro ao lado de Paulo por um momento e aponto o indicador para a sua cara. - E eu não sou fofa.

- Claro que não, pimentinha.

- Cunhadinho, finalmente! - Caroline o cumprimenta antes que eu tenha uma oportunidade de dizer que ele estava errado. - Beatrice está insuportável hoje, e não é justo que eu tenho que aguentar ela sendo que agora ela tem você também.

- Eu cheguei em casa há uma hora e meia. - retruco enquanto pego os pratos e o cortador de pizza.

- E parece que ficou em casa o dia inteiro do tanto que me cansou.

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