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apelido (a.pe.li.do)
1. denominação por qualidade ou característica ilustre; cognome.
2. nome especial de certas coisas.

18.01.2019

- Você está me dizendo que Paulo Dybala... - Matteo faz uma pausa para me mostrar uma foto do atacante no seu celular. - Pediu pra conhecer você melhor?

- Isso.

- E você, Beatrice Bianchessi Esposito, senhorita "eu-não-namoro", aceitou? - ele pergunta, e eu ergo as sobrancelhas.

- É tão difícil assim acreditar que eu aceitei?

- Sim. - ele concorda, e logo continua falando. - Beazita, você só...

Antes que o italiano pudesse concluir, meu celular começa a tocar, e atendo imediatamente ao ver o nome na tela. Meu amigo me olha curiosa, e gesticula um "é ele?" com a boca.

"Oi Miranda, tudo bem? Precisa de algo?"

O italiano fecha a cara imediatamente, e eu só reviro os olhos, esperando a resposta da minha chefe.

"Olá Bea, estou ótima, e você? Só preciso de um favorzinho seu, ma chèrie."

"Estou bem, obrigada! Ah, e pode falar."

"Segunda eu terei uma reunião importante no mesmo horário do evento da Lancôme, você pode representar a Luxe no meu lugar?"

"No evento? Claro! Começa às 15 horas?"

"Exato! Merci, Bea, você nunca me decepciona!"

- Deixa eu adivinhar: mais trabalho? - Matteo pergunta depois da minha chefe desligar a chamada, fazendo com que eu mostre a língua para ele. - Você é impossível, Bea.

- Ei, você também está solteiro, também trabalha... - digo apontando para o mais velho. - E você parece ser todo desencanado mas se dedica tanto ao trabalho quando eu!

- A diferença é que eu não tive um ex que mesmo depois de anos me fez ir para o lado oposto de relacionamentos. - Matteo diz, e um silêncio se instaura na sala. - Desculpa, eu...

- Não tem problema. - sussurro depois de engolir em seco, e tento sorrir, mesmo que não seja um sorriso verdadeiro. - Não tem problema, mesmo.

- Bea? - o italiano me olha confusa, mas com empatia ao mesmo tempo. Eu sabia que ele não fez por mal, nós dois somos parecidos e sempre queremos ganhar uma discussão, às vezes não pensando muito no que falamos e só percebendo depois.

- Amigo, acontece, cada um tem os seus problemas e eu não sou a única aqui com uma situação ruim no passado. - digo com sinceridade, encarando-o. - Você sofreu tanto com o seu lado paterno da família por assumir quem você realmente é. Prefiro não lembrar disso? Sim, claro, mas eu preciso aprender, do mesmo jeito que você também passa por isso, provavelmente.

A verdade é que eu já havia superado depois de meses de terapia após o término, e havia deixado a terapia há um ano. No entanto, ainda tinha um certo medo, um receio de que qualquer relacionamento meu daria errado. De que eu ainda não estou preparada.

- Certeza que você cursou jornalismo e não psicologia? - o italiano comenta com um sorriso, retirando um pouco do clima pesado que havia se instaurado. - Porque, agora, eu tenho minhas dúvidas.

- Matteo, se eu fosse psicóloga, o que aconteceria é que os clientes acabariam me tratando e não o contrário, então é melhor deixar assim mesmo. - rio, mas paro quando a campainha toca. - Vai lá!

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