Troca de favores oficializada

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Estavam numa cafeteria, Scorpius havia pedido para se encontrarem na Londres trouxa, era seu refúgio quando precisava fugir dos paparazzis. Não que ele fosse tão famoso assim, mas estar no auge de sua carreira no quadribol tinha benefícios e malefícios. 

Reparou em Rose: ela não estava tão à vontade quanto na noite que se encontraram em Hogwarts. Com certeza o álcool a deixava mais relaxada e desinibida, ele pensou, ou era isso, ou ela deveria estar com algum tipo de receio. 

— Posso te confessar uma coisa? – perguntou a Scorpius, parecendo ter um nó enorme em sua garganta. Não conseguia nem ao menos tomar o café que havia pedido. – Sinto que estou te pedindo um favor além do que poderia fazer. 

— Não estou te fazendo um favor, estamos nos ajudando. 

— Mas você realmente não precisa de mim só para dar um choque de realidade nos seus avós, o que eu adoraria fazer! Mas... Comigo é diferente, Scorpius... – Rose suspirou segurando o canudo de seu café frio mexendo sem parar. – Eu realmente preciso de você para me reerguer na minha carreira. Sinto que estou te usando. 

— Bom, se esse for seu receio principal, não se preocupe: estamos quites. 

— Como assim? – o encarou intrigada finalmente dando um gole na bebida. 

— Minha empresária sempre me pede para ser um exemplo a ser seguido, já que tenho muitos fãs, e a última sugestão dela foi que eu limpasse meu sobrenome horrível. 

— Seu sobrenome não é horrível! Pessoas cometeram erros no passado e essas pessoas não são você! Eu acho horrível gente que julga os outros por erros que não cometeram.

Scorpius sorriu diante da fala dela. Era assim que gostava de ver Rose: falando e reagindo às injustiças e sendo porta-voz daqueles que não conseguiam ser ouvidos. 

— Você sempre foi assim, não é? 

Ela olhou para baixo tentando não o encarar. 

— Sabe que eu amo falar sobre todos os tipos de preconceito, quer dizer, tento falar. Ultimamente parece que só consigo falar sobre bolos de casamento e arranjos de flores… – o encarou novamente decidida. – O fato é que seu sobrenome não diz quem você é.

— Eu sei... Mas, com o sobrenome que tem, você estaria me fazendo um favor sendo minha suposta namorada. 

— Então seria uma troca de interesses... 

— Uma troca de favores... – a corrigiu imediatamente. 

— Tá, então eu vou ter que morar na sua casa mesmo, não é? – disse um pouco constrangida a ele.

— Acredito que seria o ideal para nós dois, você não acha? Mas, não se preocupe, você terá seu próprio quarto e banheiro, só teríamos que dividir a cozinha e a sala... – reparou que ela continuava receosa. – Se você quiser, é claro! E, além disso, você me conhece. Eu não faria nada com você.

— Eu sei! – apressou-se a dizer. – Claro, tudo bem! Você tem razão. Vamos fazer isso! 

A sua repentina coragem veio e ela não poderia deixar escapar. Afinal, sempre foram amigos, o que poderia dar errado? É claro que ela não fazia ideia do que era conviver com um homem que não fosse seu pai ou seu irmão. Mas, é claro que ia dar certo. Ela tinha certeza! Ou pelo menos acreditava nisso. 

— Só tem uma coisa. – Rose encarou Scorpius ansiosa pelo desfecho da fala dele. – Eu tenho um cachorro. 

xx 

Ainda era segunda-feira, o mesmo dia em que decidiu que iria encarar essa ideia maluca de arranjar um namoro falso para subir na carreira – mesmo que isso fosse contra tudo o que pensava –,  quando Rose declarou aos pais:

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