— ...Sim, pai, estou ótima... Comendo de três em três horas... É claro que é comida e não besteiras. Aprendi a cozinhar com você e a vovó, esqueceu?... Se tranquilize que estou mais feliz do que nunca... Para, pai! Posso ouvir daqui seu suspiro de tristeza... Você não está me perdendo para sempre... É claro que vou visitá-los... Eu juro que vou... Ando um pouco ocupada, por isso não fui ainda... Não, claro que não é por causa do Scorpius, pai. Eu juro que não é... Sim, ele irá um dia aí para jantar... O apresentarei oficialmente para vocês... É claro que posso ir aí sem ele, pai!... Preciso desligar, tenho que terminar meu artigo. Um beijo, saudades...
Rose desligou seu celular e olhou Scorpius que estava concentrado sentado no sofá descobrindo a televisão recém-instalada e os benefícios dos serviços de streaming.
— Seu pai está com ciúmes de mim? – apesar de concentrado no aparelho trouxa, tinha prestado atenção na conversa dela. Ele sorriu convencido para si mesmo torcendo para que ela não tivesse percebido.
— Não é você, ele sentiria ciúmes de qualquer um.
Ela estava sentada na bancada da cozinha com seu computador ligado. Tentava se concentrar no artigo mais importante que, até então, seu chefe havia pedido, fizera algumas pesquisas na internet sobre os casais atuais, mas sentia que apesar de ter começado o artigo bem, sua escrita não estava fluindo. De fato, ela não tinha experiência com relacionamentos. Durante toda sua vida, só tivera dois namorados e os dois juntos não duraram nem um ano - ela decidiu desconsiderar casos avulsos rápidos. Não sabia o que era morar com alguém, dividir as coisas, amar percebendo todos os defeitos, pensar num futuro, em filhos ou dividir as despesas. Será que seu chefe estava certo esse tempo todo? Será que lhe faltavam experiências ou vivenciar para escrever?
— O que devo começar assistindo para entrar bem no mundo dos trouxas? Como era aquilo que falou ontem? Novelas?
Rose sorriu momentaneamente e negou com a cabeça.
— Acho que novelas não fazem bem o seu tipo... Talvez algum documentário sobre esportes?
Ele automaticamente negou com a cabeça.
— Não sei o que significa documentário, mas esporte? Bom... Eu gosto do meu emprego, amo o que faço, mas não quero pensar nele quando quero me distrair.
— Te entendo… – admitiu, pensando. – Não sei qual seu gênero de série preferido. Você gosta de quê? Drama? Terror?
— Tenho cara de sério para gostar só de drama e terror?
— Já sei! – ela sorriu empolgada, se levantou da bancada e foi sentar-se ao lado dele. – Vou te iniciar com o clássico dos clássicos: Friends.
Pegou o controle de sua mão e iniciou os comandos para colocar a série que havia citado.
— É sua preferida?
— Não! – negou automaticamente.
— Coloque sua preferida.
Não era uma pergunta, Rose virou seu rosto o encarando, seus olhos estavam estreitos tentando entendê-lo.
— ...Não faz seu estilo.
— Como pode saber se nem eu mesmo sei qual é meu “estilo”? – era um bom argumento. Rose resolveu mudar a série.
Scorpius olhou para a TV e estreitou os olhos observando o título.
— Gilmore Girls?
— Tá... Preste atenção! – ela o encarou completamente séria. – Isso não é só uma história, é um modo de viver, é uma religião!
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FanfictionUma carreira brilhante porém com uma reputação questionável. Uma reputação invejável, com uma carreira frustrante. Mesmo depois de dez anos, ainda é possível aprender algo com um reencontro escolar? Talvez seja viável mudar toda a sua forma de enxer...