Capítulo dez;

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Olho para minhas mãos, elas estão suando. Por que estou aqui?

Há quase duas semanas estava reprimido em sentimentos incontroláveis, lamentando a morte dos meus pais e me contorcendo de dor pelo luto daqueles nos quais mais amei em toda vida. Hoje, estou prestes a apresentar uma canção numa competição. Tudo porque conheci alguém especial que me fez estar aqui hoje.

Num momento, sei que estou seguindo o corredor até o auditório. No outro, sei que aquele é o caminho da minha vida.

Cada passo era como se formassem flashs daquela semana em minha mente, do quanto mudei, do quanto me tornei outra pessoa. Foi por causa do Bright, penso por um segundo. Mesmo que olhares alheios me acometessem a todo momento enquanto caminhava pelo corredor até a porta de entrada do auditório minha mente era apenas delírio e recordação: no início, quando entrei pela primeira vez por aquela porta, achei que poderia me encaixar em meio aos instrumentistas daquela orquestra quando, por algum motivo, Guy acreditou que eu fosse alguém com talento. A primeira impressão que passei a todos ali foi, sem dúvidas, péssima demais para se colocar em recordação. Eu estava quebrado por ter que suportar a morte de meus pais em um acidente de carro, e para tentar sarar aquilo tentei fazer o que meu pai me instruiu a fazer, tentar encontrar um ponto de felicidade, algo que me traria para a realidade novamente. Algo em especial.

Mas aquilo que me traria felicidade me foi tomado por alguns instantes pois ninguém ao menos acreditou quando toquei aquele acorde, e foi aí que o incrível aconteceu, eu o conheci. Um único acorde me marcou como nunca, uma simples canção tornou possível que conhece alguém em especial. Um ponto de felicidade.

Se tinha um bilhão de razões para partir deste mundo, agora tenho um bilhão para ficar. Pois, sim, quero encontrar Bright novamente quando alcançar a linha de chegada, quando servir meu propósito, quando fazer com que ele sinta orgulho de mim, não do modo como ele sempre dizia que sentia, pois desta vez seria pra valer.

A maçaneta da porta-dupla foi alcançada, respirei fundo e me enchi de coragem.

Então abri.

O cheiro de poeira me subiu as narinas, o reboliço tomou meus ouvidos quando por várias vezes escutava o nome de Bright ser mencionado por entre os integrantes e Guy era um deles. Desta vez, haviam várias pessoas acomodadas nas cadeiras de couro vermelho e o palco era tomado por outros competidores. A apresentação ainda não se iniciou. Por um momento me senti aliviado porque daria tempo de revisar os compassos, mesmo que mentalmente, por alguns minutos enquanto assistia os outros competidores.

𝐊𝐢𝐬𝐬 𝐦𝐞 '𝐭𝐢𝐥 𝐈 𝐝𝐫𝐨𝐩Onde histórias criam vida. Descubra agora