Capítulo 7

6 1 0
                                    

Capítulo 7

— Carolina eu juro que se você não devolver meu celular eu vou te jogar no meio dessa lama do estacionamento — Calum disse irritado, correndo atrás de mim.

— Me fala sua senha! Agora — disse correndo em volta do carro, fugindo dele.

— Não vou te falar, se é surpresa não é pra você saber, porra! Agora me devolve, eu tô falando sério — Calum disse com a respiração pesada após parar de correr atrás de mim.

— Para um jogador de lacrosse, você ficou cansado rápido demais — disse rindo, mantendo uma distância de Calum.

— Carolina, você testa demais minha paciência às vezes — Calum disse cruzando os braços.

— É simples, me fala logo e eu paro de te encher — disse, colocando as mãos dentro do bolso do casaco que Luke me emprestou.

— Se fosse para você saber essa merda, não seria surpresa, caralho! Meu deus, você é insuportável — Calum disse irritado.

Arregalei os olhos ao ver Calum irritado daquele jeito, abaixei minha bola e fui calma devolver seu celular. Eu sei que se é uma surpresa não é para eu saber, mas quem colocou o nome do grupo de "Surpresa para a Carol" não pensou direito também, quem coloca um nome tão na cara desse jeito?

Tudo aconteceu quando estávamos dentro do carro indo para casa, o celular de Calum caiu no meu pé e bem na hora a tela acendeu com mensagem no grupo, a culpa não foi minha! E ele sabe como eu sou curiosa, esse é meu maior defeito.

— Vocês deveriam ter pensado em um nome melhor... — disse, entrando no carro.

— Ninguém pensou que você pegaria meu celular e sairia correndo — Calum disse, se sentando no seu banco.

— Foi sem querer que eu vi, já falei — disse manhosa, colocando o cinto.

— Enfim, a senhorita curiosa vai comigo pra casa ver o ensaio de hoje ou vai direto para a sua? — Calum disse enquanto saía da frente do estacionamento do colégio.

— Combinei com o Luke de nos encontrarmos na sua casa, depois vamos para a minha ensaiar um pouco as falas dele e um pouco minha matéria de matemática — disse, pegando meu celular do bolso.

— Seus pais ainda não voltaram de Nova Iorque? — Calum perguntou puxando assunto.

— Não... Estou praticamente vivendo sozinha desde que nos mudamos, eles não estão parando em casa. Quando não estão viajando, estão no escritório — disse, desabafando.

— Isso vai passar logo, precisam acertar tudo antes da inauguração — Calum disse, me confortando.

— Espero que sim! — disse e apoiei minha cabeça no vidro.

No último mês, meus pais passaram apenas cinco dias em casa, logo quando nos mudamos. Eu queria que eles estivessem mais por perto, às vezes, nos vemos minutos de manhã e de noite os escuto chegar bem tarde, normalmente quando eu já estou quase dormindo.

Desde que voltamos de Orlando, Luke e eu não nos vimos direito, ele dividia seu tempo em estudar para as provas das faculdades que vai tentar entrar, os ensaios da banda e de noite, quando sobra tempo, ficamos em facetime ensaiando as falas da peça que está cada dia mais perto.

Minha nota em matemática melhorou graças a ele, arrisco dizer que ele é um ótimo professor, principalmente quando me dá beijos como recompensas dos acertos. A verdade é que eu só dou meu melhor para aprender porque quero ganhar seus beijos.

Calum estacionou na garagem da sua casa e descemos do carro, minha tia voltou a trabalhar há alguns dias, ela estava de férias. Meu tio também trabalha muito, só volta para casa no começo da noite.

City Of AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora