2° Dia
Eu estava praticamente jogada no sofá da sala. Totalmente entediada, mas pelo o outro ângulo, aliviada por ele não estar em nenhum canto dessa casa.
Eu fitava a pequena TV que ainda se via apagada. Tentei procurar pelo controle remoto da mesma, mas nada. Então, a única opção era ficar no sofá. Passei meus dedos em meu pescoço, até encontrar o pingente de meu colar, o observei. Nada mais era que um pedra redonda com uma pequena Galáxia espelhada nela. Era a última peça. Meu pai a conseguiu aqui em Derry, trocando por um vaso muito caro. Foi o último dia dele aqui. Mamãe estava grávida de mim ainda, ele guardou por todo esse tempo, até eu completar quinze anos. Ele não teve a honra de me entregar pessoalmente, foi pelo correio.
Soltei um grito ao ouvir algo cair vindo da cozinha. Observei o pequeno cômodo no sofá, e logo a luz da sala acende automaticamente me assustando, me fazendo apertar o pingente de crucifixo em minha mão e me encolher. A luz começou à ficar bem forte, como se a lâmpada fosse explodir à qualquer momento.
Até que ela apaga, e senti a presença dele ao meu lado, na ponta do sofá. Seus lábios e abaixo deles estavam molhados à sangue, que pingava em sua calça branca. Olhei para frente ao sentir um brilho chato em minha vista, e era a TV que estava ligada, num canal que mal funcionava, seus chiados incomodavam meus ouvidos.
Voltei à olhá-lo. O analisei, a respiração ofegante, fazendo seus ombros se erguer. Parecia estar com raiva. Mas de que? Eu não fiz nada até onde sei! Fiquei parada aqui o tempo inteiro! E se ele mandou eu fazer algo e não ouvi?
Um som saiu de minha barriga me fazendo corar. Justo agora sinto fome?! O olhei e notei seus olhos se fecharam devagar, respirou fundo e me abracei em minhas pernas. Logo o aroma delicioso subiu, e com certeza vinha da cozinha. O cheiro me fazia salivar, fiquei sem tomar café, e talvez já seje umas 15hrs da tarde.
- É melhor ir comer logo antes que eu exploda aquele prato. - O escutei e sua voz estava carregada e saía arrastada - E você fique o dia inteiro sem comer!
Prontamente levantei-me, passei por ele em passos rápidos até chegar na cozinha, e me sentar em volta da mesa em uma das cadeiras. Um belo prato estava feito. Arroz, e um strogonoff provavelmente de carne.
Pedi à todos os deuses que existem, para que não haja veneno algum ali. Novamente estarei aceitando comida de um palhaço assassino, precauções nunca é de mais.
Logo almocei tudo, e me senti cheia. Magicamente o prato desapareceu dali. Okay... Me levantei e o palhaço ainda estava ali. Sentado encarando a TV que chiava.
Tive medo de passar desta vez na frente dele, pois era algo para se temer. Não sabia se estavas com raiva ou só está sério, ou até perdido em seus pensamentos.
- Pare de me encarar. - Falou de um jeito mais grave que conseguiu. Seus lábios não estavam mais machados. Olhei para baixo, me senti presa ao chão - A pequena Morgan está com medinho do palhaço? Que triste. - Falou ele com sarcasmo, voltando com a sua voz um tanto aguda e que seria a voz normal dele.. Eu acho.
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𝐴 𝑃𝑟𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐷𝑎 𝐶𝑜𝑖𝑠𝑎 | IT A COISA +18
HorrorMorgan Russell, é uma jovem de dezoito anos que vive na pequena cidade Derry Mayne, a cidade assombrada. Seu pai sendo traumatizado pela "coisa", não pode mais voltar para aquele lugar, e isso prejudica Morgan, que acredita que pode ser uma presa fá...