Esta noite eu mal consegui dormir de tanta ansiedade, minha mente não me dava descanso. Não conseguia deixar de pensar em tudo que estava por vir. Amanhã é o grande dia, eu pensava. Mas e se algo der errado? se os policiais conseguirem nos render? Tento afastar os pensamento negativos e consigo cochilar.
Quando levantei estava mais ansiosa ainda, mas tinha que fazer o possível para esconder esta inquietação, pois o combinado era que iriamos agir normalmente até meio dia, pois era a hora que alguns policiais iriam almoçar e trocariam de turno, assim ganharíamos um tempo para pôr o plano pra funcionar.
Durante a manhã mandamos a última mensagem para todos. Nela confirmávamos a hora da fuga e que este era o dia, não poderíamos esperar mais. E as respostas foram positivas, estavam ansiosos e confiantes de que tudo daria certo na nossa fuga. Passei o restante da manhã com minha mãe até dar a hora marcada.
Onze horas fomos almoçar como de costume. Ficamos de olho em tudo o que acontecia, nada poderia passar despercebido. Todas agiam normalmente, como se nada fosse acontecer, mas já estava tudo pronto. Algumas pessoas levavam escondidos consigo pequenas bombas de gás soníferas para serem lançadas na hora certa. Conseguimos algumas máscaras de gás, mas não o suficiente para todos, por isso a prioridade seria para aquelas que jogarão a bomba. As outras precisavam ficar longe da ação e prender a respiração por um tempo quando estivessem por perto dos gases.
Deu meio dia e como era esperado, os policiais começaram a trocar de turno. Baixaram a guarda enquanto arrumavam o equipamento para começar o trabalho. Era a hora de agir.
Uma mulher se levantou da mesa levando o seu prato sujo para que fosse recolhido e depois de dar alguns passos ela cai e o todos ouvem o barulho do prato indo ao chão. Algumas pessoas se juntam em volta dela. Os policiais vendo aquilo saem dos seus postos e tentam ajudá- la. Antes que pudessem chegar até ela, outra mulher sobe em cima de uma das mesas e grita:
- Parados! Quero todos parados!
Um policial vai até ela tentando detê-la.
- Não venha aqui! - gritou ela para o policial - Eu tenho uma bomba e posso usá-la! - disse levantando braço, deixando à mostra a bomba em sua mão.
- Espere! Não faça nada! - disse o policial recuando. - vamos conversar. Você não precisa fazer isso.
- Eu quero que todos os policiais coloquem suas armas em cima desta mesa! - exigiu ela
Sem discutir, fizeram o que ela mandou. Enquanto negociavam, as pessoas que não tinham a máscara começaram a sair do prédio e ir em direção ao portão, inclusive a mulher que havia fingido o desmaio.
- Alice. Está na hora. Vá. - disse minha mãe no meu ouvido
- Mas eu quero ficar!
- Nós já conversamos sobre isso e você não tem a máscara pra te proteger. Vá!
Então eu fui. Fui em direção a porta, mas chegando lá não prossegui. Fiquei de lá olhando o que ia acontecer.
Depois que muitas de pessoas saíram do refeitório, apareceu um grupo de policiais armados.
-Nos entregue a bomba! - gritou um deles
- Não. Quero que abram o portão e nos deixem sair. - gritou outra que estava no chão, mas com uma bomba em mãos.
- Isso não vai acontecer. Nos entregue ou atiramos em vocês!
- Acho que você não vai fazer isso. - disse o Guedes, que estava no grupo recem chegado, apontado a arma para ele.
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É proibido ler livros
Fiction généraleE se fosse proibido ler livros? Quem já parou para pensar sobre isso percebeu como a vida seria triste e vazia. Nesta história nos deparamos com este problema no Brasil após a proibição dos livros ser feita numa nova ditadura militar, agora chamada...