3° Capítulo

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Cheguei em meu apartamento dessa vez antes das 20:00, ou seja, ainda não tinha chegado ninguém, eu suspirei e fiquei sentada no chão encostada na porta pensando naquela tarde simplesmente perfeita. Meus dias sem o Matheus eram sempre uma tela branca sem nada demais, até que ele chegou, pegou o pincel coloriu eles.

Depois de vários pensamentos sobre se daria certo esse "relacionamento" com o jogador, subi as escadarias e fui direto para o banho.

Quando tirei minhas roupas em frente ao espelho, vi que o sabido do Matheus tinha deixado várias marcas, ia passando meus dedos calmamente por todas elas, sempre lembrando como ele fez, o som que fez, onde ele fez, o movimento que fez, tudo, simplesmente tudo. Depois eu tive que passar um monte de base para esconder, mas com toda a certeza eu estava perdidamente incondicionalmente apaixonada por ele.

Terminando esse transe, fui para o chuveiro deixar as gotas d'água quentes caírem rapidamente e fortemente por todo o meu corpo e meus pensamentos sempre nele, até que realmente caiu a minha ficha, eu estava ficando com um jogador, eu nunca tinha nem beijado ninguém e agora eu estou com ele, minha mãe sempre dizia para mim que as coisas não mudam do dia pra noite, isso com certeza não se aplica nesse momento.

Eu pensei que também, a qualquer momento poderiam vazar fotos nossas, e se meu pai visse... Ele iria ficar muito decepcionado comigo, tinha que ser um amor meio secreto de agora em diante. Não sei se o Matheus sentia o mesmo do que eu sentia por ele; mas que ele tinha meu coração na mão? Ele tinha. Eu nunca tinha entregado meu coração para ninguém, guardava ele em um caixinha que não existia chave pra abrir, mas o Matheus criou uma chave, não sei como, abriu, e pegou meu coração só pra ele.

Depois de vários devaneios, saí do banho e coloquei um casaco e calça moletom, tinha voltado a ficar frio em São Paulo, de novo. Sempre assim, frio de manhã, tarde quente e frio à noite; não sei como me acostumei com esse tempo doido. Desci para a sala e vi que Judite e a Manu tinha acabado de voltar:

- Oi Gabi! O que você fez hoje? Conseguiu comer direito? — Judite indagou vindo em minha direção com os braços abertos prontos para receberem um abraço.

- Oi bibi!! — Manu veio em minha direção pulando em meu colo, ela me chamava assim porque era mais fácil, segundo ela, Gabi é muito difícil.

- Oi minha lindas!! — Abracei as duas ao mesmo tempo. — Consegui comer direito sim, e hoje eu só fiz um texto pra faculdade e depois fui em uma pracinha com uns amigos, nada demais. — Abri um sorriso.

- Gabi, já conversamos. Tenho que por ela pra dormir e tomar banho. — Disse tentando fugir das mãos da minha irmã que puxavam ela pro andar de cima pois estava caindo de sono e queria dormir logo.

Assenti com a cabeça e peguei o controle para ver um pouco de série, tinha colocado Gimore Girls, minha série predileta, eu e o Matheus éramos tipo a Rory e o Jess, o melhor casal, mas o destino não deixavam eles junto, almas gêmeas são destinadas a se encontrarem, mas não a ficarem juntas. Fiquei assistindo tv durante muito tempo, estava caindo de sono, já indo subir para o quarto dormir, mas a Judite chegou:

- Gabi, desculpa ter demorado, a Manu estava pensando que as bonecas delas iam matar ela, você sabe... Coisa de criança. — Foi em direção ao cabideiro, pegando um casaco e o vestindo. — Mas e aí?? Como foi na pracinha com seus amigos?

- Ju, vamos fazer aquilo que nós fazíamos quando eu era menor, de pegar vários edredons e travesseiros, colocar tudo na varanda e ficar conversando sobre tudo olhando as estrelas?? Por favor!! — Olhei com um sorrisinho fino nos lábios.

- A, não sei não! A Manu já dormiu, vai que ela acorda com a gente fazendo barulho quando formos pegar os cobertores. — Negou com a cabeça e colocou um sorriso amarelo em seu roto.

Don't worry Darling | Matheus DonelliOnde histórias criam vida. Descubra agora