8° Capítulo

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Graças a Deus eu desliguei o celular antes de dormir, porque se não eu iria falar coisas que não queria com a cabeça quente.

Minha cabeça já estava a mil por hora; não tive paciência para conseguir ler as mensagens. Eu apenas respondi isso: "Matheus, eu sei que você deve estar super bravo. Não li as mensagens. Vou aí na sua casa mais tarde para nós resolvermos tudo com calma."

Logo em seguida ouvi vários "blins", mas eu nem me preocupei em ler. Só larguei meu celular na cama e desci para tomar café; e lá estavam os dois adultos e minha irmãzinha já se alimentando.

- Bom dia! — Falei me sentando na mesa.

- Bom dia Bibi. — Manu foi a única que me respondeu.

- Acredito que vocês já tenham visto as notícias. — Fui pegando o potinho de morangos e comecei a comer eles.

- Como você pode Gabriela? — Meu pai deu um gole em seu café.

- "Pode" o que? — Fiz as aspas.

- Como assim o que? — Foi a vez de Judite se virar nervosa, enquanto lavava a louça. — Você tem ideia do que fez com o Mat... — Arregalei os olhos lembrando que meu pai estava presente impedindo-a de continuar.

- Por que você beijou ele? — Abel perguntou.

- Eu?? — Gritei em um tom elevado. — Ah, vocês não ouviram meu lado ainda.

- Não tem nem o que ouvir Gabriela! — Meu pai deu um tapa na mesa. — A gente leu todas as notícias, porque ainda tenta mentir?

- Calma pai. Não passou pela sua cabeça que talvez ele tenha mudado toda a história?

- Não.

- Pois mantenha a mente aberta. Porque eu não beijei ele. Foi ele que me beijou, sem minha permissão.

- Você tem provas disso?

- E você tem provas de que fui eu que beijei ele? — Meu pai não respondeu nada. — Olha, eu juro por tudo no mundo que eu não ia beijar ele, tem vários motivos para eu não fazer essa burrice. Você é "chefe" dele, nunca daria certo; e eu também não faria isso, nem gosto dele.

- Não acredito em você. — Meu pai resmungou mais uma vez.

- Você não acredita na sua própria filha e acredita num moleque que acabou de conhecer? Esperava mais de você, "pai", se é que dá para te chamar disso.

- Não falei que acredito nele em nenhum momento. Me explica melhor essa história.

- O que você acha que aconteceu? — Dei de ombros. — A gente estava descendo da parte de cima do restaurante e do nada ele falou que nós estávamos juntos. Isso esta gravado, você viu, não viu?

- Sim. — Assentiu. — Isso eu vi sim.

- Então! — Levantei minhas mãos como se fosse algo óbvio. — Por que eu que beijaria ele se foi ele que falou isso e não eu?

Ele ficou em silêncio durante uns dois minutos analisando a situação.

- Meu Deus! — Colocou as mãos tapando sua boca. Parece que finalmente entendeu. — Mas eu vou matar esse menino! — Encerrou seu café, pegou as chaves e foi direto até a porta.

Don't worry Darling | Matheus DonelliOnde histórias criam vida. Descubra agora