Tu és mais muito estranha e sombria
Tenho medo de ti
Mesmo conhecendo-te... Não sei quem tu és
O que és afinal?
Saberias tu responder a ti mesmo?Batista Alves
Estava parada na rua mais nova de São José, ainda não havia iluminação ,nem calçamento . As casas recém construídas , ainda estavam sem tinta, outras sem janelas,apenas grades impediam que estranhos entrassem . Uma jovem deixou a rua iluminada para trás e caminhou na minha direção ,quando me viu , não se assustou ,continuou seu trajeto normalmente .
-Oi ... Moça sabe onde é a casa da Margarete ?
- Estou indo lá ,vamos?
Convidou ,muito educada . Segui a jovem ,isso a deixava ainda mais nervosa . Confirmando minhas suspeitas...Ela sabia de algo !
Quando entramos na casa,ela fechou a porta e girou a chave com cuidado para não fazer barulho . Um cachorro médio estava deitado no sofá , quando percebeu minha presença começou a latir .
- Sua mãe não está?
-Boa pergunta, onde está minha mãe?
-Como assim ?
- O que você fez com ela?
A garota deixou a bolsa que segurava cair no chão,e avançou sobre mim. Segurei suas mãos, e tentei acalma-la :
-Fica calma, não fiz nada com sua mãe, tá doida?
-Eu vi, você estava conversando com ela, não minta sua desgraçada !
A joguei no chão , o cachorrinho desceu do sofá e avançou na minha perna, acertei seu rosto com um chute ,mas ele estava determinado em proteger a dona . Não parava de latir ...
A garota levantou ,e voltou a me agredir, cega pela raiva ,puxou meu corpo para o chão. Aproveitando sua distração enquanto tentava me puxar pela perna ,acertei sua cabeça com uma estátua de querubim que enfeitava a mesa . Ela perdeu os sentidos, acertei com a parte roliça, não cortou seu couro cabeludo. O cachorro estava a plenos pulmões, avançado sobre mim, avancei sobre seu corpo pequeno,e comecei a apertar seu pescoço ,ele começou a gritar ,chamando atenção .
A estátua estava próxima ,segurei a boca do doguinho , com muito cuidado para não ser mordida. Quando tive êxito, peguei a estátua e comecei a golpear o pequeno crânio do animal. Dois golpes ,ele agonizou perdendo as forças , então continuei batendo a estátua no mesmo ponto , até pedaços seu cérebro sair para fora . O deixei ali , junto a estátua ,e arrastei o corpo da jovem para a cama . O canivete no meu bolso não era grandes coisas, então fiz a única coisa que dava ...Cortei seus pulsos.
A dor a trouxe de volta, mas era tarde demais . A vi balbuciando palavras sem nexo, jatos de sangue sujavam o lençol . Havia algo belo naquilo tudo ,o cheiro de sangue era como um perfume familiar , e a dor dela ,me libertava .
Quando voltei a atenção ao corpo miúdo caído no chão da sala ,senti um pouco de pena do animalzinho ,será esse o reflexo dos novos tempos?
Não sei ,de qualquer forma fiz uma cova entre os pés de palma ,no quintal.
Não com a intenção de esconder bem o corpo, sabia que havia muitos indícios de um crime impregnados no lençol. Quando deixei a casa,uma leve garoa enfeitava as ruas , o vento a guiava de encontro ao meu rosto. Quando coloquei a mão na frente para proteger meus olhos dos pingos de água, ela estava vermelha , o sangue seco acumulado entre os meus dedos deveria ser uma visão pavorosa ...Mas não era ...
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ALMAS PERDIDAS (Livro III)
TerrorSegredos foram contados , e as consequências da verdade ,foram mais cadáveres ... A morte dançou sobre o sangue na campina ,a morte veio como a névoa antes da chuva ,e cobriu a cidade . Acalmou as correntezas selvagens ,e baniu o vento . Tudo parou...