Bambola.....7

30 4 6
                                    

Tu és mais muito estranha e sombria
Tenho medo de ti 
Mesmo conhecendo-te... Não sei quem tu és 
O que és afinal?
Saberias tu responder a ti mesmo?

Batista Alves

       Estava parada na rua mais nova de São José, ainda não havia iluminação ,nem calçamento

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

       Estava parada na rua mais nova de São José, ainda não havia iluminação ,nem calçamento . As casas recém construídas , ainda estavam sem tinta, outras sem janelas,apenas grades impediam que estranhos entrassem . Uma jovem deixou a rua iluminada para trás e caminhou na minha direção ,quando me viu , não se assustou ,continuou seu trajeto normalmente .
         -Oi ... Moça sabe onde é a casa da Margarete ?
         - Estou indo lá ,vamos?
    Convidou ,muito educada . Segui a jovem ,isso a deixava ainda mais nervosa . Confirmando minhas suspeitas...Ela sabia de algo !
Quando entramos na casa,ela fechou a porta e girou a chave com cuidado para não fazer barulho . Um cachorro médio estava deitado no sofá , quando percebeu minha presença começou a latir .
        - Sua mãe não está?
        -Boa pergunta, onde está minha mãe?
      -Como assim ?
      - O que você fez com ela?
A garota deixou a bolsa que segurava cair no chão,e avançou sobre mim. Segurei suas mãos, e tentei acalma-la :
     -Fica calma, não fiz nada com sua mãe, tá doida?
    -Eu vi, você estava conversando com ela, não minta sua desgraçada !
     A joguei no chão , o cachorrinho desceu do sofá e avançou na minha perna, acertei seu rosto com um chute ,mas ele estava determinado em proteger a dona . Não parava de latir ...
A garota levantou ,e voltou a me agredir, cega pela raiva ,puxou meu corpo para o chão. Aproveitando sua distração enquanto tentava me puxar pela perna ,acertei sua cabeça com uma estátua de querubim que enfeitava a mesa . Ela perdeu os sentidos, acertei com a parte roliça, não cortou seu couro cabeludo. O cachorro estava a plenos pulmões, avançado sobre mim, avancei sobre seu corpo pequeno,e comecei a apertar seu pescoço ,ele começou a gritar ,chamando atenção .
      A estátua estava próxima ,segurei a boca do doguinho , com muito cuidado para não ser mordida. Quando tive êxito, peguei a estátua e comecei a golpear o pequeno crânio do animal. Dois golpes ,ele agonizou perdendo as forças , então continuei batendo a estátua no mesmo ponto , até pedaços seu cérebro sair para fora . O deixei ali , junto a estátua ,e arrastei o corpo da jovem para a cama . O canivete no meu bolso não era grandes coisas, então fiz a única coisa que dava ...Cortei seus pulsos.
A dor a trouxe de volta, mas era tarde demais . A vi balbuciando palavras sem nexo, jatos de sangue sujavam o lençol . Havia algo belo naquilo tudo ,o cheiro de sangue era como um perfume familiar , e a dor dela ,me libertava .
       Quando voltei a atenção ao corpo miúdo caído no chão da sala ,senti um pouco de pena do animalzinho ,será esse o reflexo dos novos tempos?
Não sei ,de qualquer forma fiz uma cova entre os pés de palma ,no quintal.
Não com a intenção de esconder bem o corpo, sabia que havia muitos indícios de um crime impregnados no lençol. Quando deixei a casa,uma leve garoa enfeitava as ruas , o vento a  guiava de encontro ao meu rosto. Quando coloquei a mão na frente para proteger meus olhos dos pingos de água, ela estava vermelha , o sangue seco acumulado entre os meus dedos deveria ser uma visão pavorosa ...Mas não era ...

ALMAS PERDIDAS (Livro III)Onde histórias criam vida. Descubra agora