Segredos foram contados , e as consequências da verdade ,foram mais cadáveres ... A morte dançou sobre o sangue na campina ,a morte veio como a névoa antes da chuva ,e cobriu a cidade . Acalmou as correntezas selvagens ,e baniu o vento . Tudo parou...
O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Fernando Pessoa
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Ainda com as pernas em volta do corpo de James ,deitei sobre seu ombro e me permiti ficar em silêncio. Não sabia se ele estava cansando depois de gozar duas vezes dentro de mim ,mas eu estava exausta . As marcas no meu corpo eram o sinal de que nada havia mudado ,pelo menos em relação a atração que existia entre nossos corpos .
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- Quando quiser ir ,é só me dizer ta? Ele me apertou mais contra o próprio corpo , e suspirou . Não queria ir embora , queria ficar ali para sempre ,extamente naquela posição, recebendo carinho de quem jurava não saber dar ! - Não queria ,mas temos que ir ! Respondi sem ânimo,e passei a língua pelo seu pescoço o vendo estremecer mais uma vez , eu amava a visão dos olhos demoníacos cegos pelo desejo . Ele era um monstro ,isso era verdade ,mas era belo como um anjo . -Nao me solta, levo você até a margem ! - Não vou soltar ! Quando saimos da água,o vento frio da madrugada me fez tremer , ele nem se abalou ,estava acostumado ao frio e a tudo que causava dor . Me colocou sobre a pedra , e me ajudou a vestir o vestido , depois me entregou sua camisa para me ajudar com o frio , foi então que parou e encarou um galho quebrado a sua frente . -Tinha alguém aqui ! E de fato as folhas não haviam sequer, começado a murchar. E o lugar onde o pequeno galho estava" trincado " tinha um cheiro fresco . Alguém havia o forçado para baixo apenas para limpar o campo de visão,não o quebrou totalmente mas o pobre galho logo secaria . - Quem poderia ser ? - Aposto 1 real que era o policial ! Ele sorriu , e acabou de quebrar o galho depois o segurou entre os dedos e observou as folhas . Depois de meses na sala úmida daquele manicômio sem ver a luz do dia , meus olhos se habituaram a escuridão, pude ver com certa clareza uma sombra deslizar por entre as árvores ao longe . -Você viu? - Não se preocupe pelo barulho dos passos , é o Kairo . Não entendi o que diabos o outro estava fazendo ali ,e senti as bochechas queimarem ao pensar na possibilidade de ele ter assistido ...Não,ele não faria isso ! -Vamos embora . Me pegou no colo novamente como se meus 64 kilos não fossem nada . Logo a frente encontramos Kairo parado , apoiado numa das arvores mais velhas do lugar . Eu sabia que ela era velha,como eu sabia era um mistério ,mas minha ligação com a natureza me permitia saber . -O que perdemos ? James encarou o garoto , dessa vez apesar do tom irônico ele parecia um pouco preocupado . -Nada , eu que perdi . -Viu quem era ,pelo menos? - Não estou falando do policial que estava espionando vocês treparem...Estava falando do meu telefone . -Como é que é? Senti vontade de enfiar a cara na terra , apesar de não ter vergonha na cara eu estava sentindo meu rosto queimar ...Ele viu ! -Relaxa baby , isso não muda nada na vida dele nem na nossa . Mas se quiser posso arrancar aqueles olhinhos atrevidos e te dar de presente! Ele falou serio ,extremamente animado com a ideia . - Não quero ...quero ir pra casa ! - Sim senhora ! Antes de ir ,ele sussurrou algo que só James ouviu , fez uma reverência discreta em minha direção e sumiu entre os arbustos .
O tempo parecia estar parado ,não estava em posse de um relógio,mas jurava que não eram nem três da manhã. Kairo ainda caminhava na direção da escuridão quando senti algo estranho . Quando o garoto sumiu entre os arbustos ,encarei o rosto sério de James e percebi que ele não sentia o mesmo ...Era como uma premonição ,senti que algo estava para acontecer nos minutos seguintes , senti vontade de correr de volta para o carro e me esconder do que quer que fosse . -Vamos logo ,estou cansanda ! - Ainda não. - O que foi ? - Vem . Segurando meu braço sem memhuma delicadeza ,meu " irmão " me guiava por uma trilha que seguia para os pés de uma montanha que ficava a alguns metros dali . No meio do caminho fomos surpreendidos por uma sombra ,encoberto pelas sombras da noite a figura humana estava imóvel como se já nos aguardasse .
