Hécate...75

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Quer ser livre? Liberte-se da vontade de agradar o julgamento alheio.

Jajazito



       Era julho, estava frio mas tão frio como deveria estar em São José

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       Era julho, estava frio mas tão frio como deveria estar em São José.  Vesti roupas de frio , e não consegui dormir o caminho inteiro . Salva foi o encarregado de me buscar na Capital , ele também continuava na cidade e  tinha um ótimo motivo .

Rafael, o coroinha !

Eles estavam tendo um romance , um romance do jeito deles ,com implicância e briga . Mas mesmo assim um romance !
Ele me contou as novidades , Morte já havia me contado por alto em sua visita mais recente . Ele não conversava muito ,tinha outra prioridade...Agnes .
     A cidade estava vazia  apenas na imaginação do povo . A penitenciária estava cheia , eles estavam juntando todas as pessoas que pretendiam matar lá. A noite se reuniam na praça, bebiam ,conversavam. Algumas garotas ficaram , Natasha a namoradinha de Brayan , a garota mascarada , uma prima de Rafael ...
     De fato , São José estava mais fria que de costume . Na entrada da cidade faixas bloquevam a passagem .

Eram retiradas e recolocadas , tudo para manter as aparências

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Eram retiradas e recolocadas , tudo para manter as aparências.  Cheguei de tardezinha ,não havia sol ,apenas o nevoeiro engolindo tudo . A sensação de estar em casa se misturava com sensação de desespero por ver tudo revirado . Casas destruídas , ruas inteiras destruídas.
     - Daqui para frente você tem que ir andando amiga . Não dá pra passar de carro , enfim você sabe muito bem o caminho para o cemitério...Deve estar ansiosa .
   - Obrigada Salva.
Desci do veículo,  o vento frio envolveu o meu corpo como lâminas, agitando meus cabelos e me levando de volta no tempo . A primeira vez que eu pus os pés naquela cidade estava com o mesmo clima . Era como estar caminhando as cegas novamente ,a diferença é que eu não tinha as mãos do meu pai me segurando . E eu não encontraria meus irmãos me aguardando em casa para me conhecer .
    Passei pela rua da minha antiga casa ,a casa de Ginna havia caído.  Mas o do meu pai permanecia intacta . Os jardins estavam floridos em meio às ervas daninhas ...

Parecia meu coração!

Seguiu para a famosa rua Urânio,  uma fina garoa começou a cair . A ventania fazia a névoa correr pelas montanhas . E o céu estava negro .
Caminhando no meu ritmo cheguei à entrada do antigo cemitério, as árvores estavam iguais , plantas haviam crescido entre as catacumbas  ,e o cenário era ainda mais deprimente . Eu sabia exatamente onde estava o túmulo de Pyetro ,era um dos últimos,  afastado dos outros . Sua finada esposa estava enterrada no túmulo da família Medeiros...Longe dele.

ALMAS PERDIDAS (Livro III)Onde histórias criam vida. Descubra agora