Segredos foram contados , e as consequências da verdade ,foram mais cadáveres ... A morte dançou sobre o sangue na campina ,a morte veio como a névoa antes da chuva ,e cobriu a cidade . Acalmou as correntezas selvagens ,e baniu o vento . Tudo parou...
Na madruga fria a onde a esperança se esvai, almas perdidas ainda esperam pelo amanhã caloroso que por sua vez trás esperança!
Henrique Pompeu!
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Tudo ficou vazio de repente, sem crimes,mortes e pessoas . O horror ainda está impregnado pelas ruas estreitas de São José,e talvez nunca irá se dissipar.Escriba ,o canibal , é como um fantasma, sempre assombrando e atraindo os olhares curiosos . Sua cabana ,ou o que restou dela , é quase um museu , ainda não foi decidido o que farão com as paredes de ossos ...O psicopata vive . Está impregnado em minha carne ,bem fundo no meu cérebro ,atormentando meu sono e distorcendo minhas convicções. Não sei mais a diferença entre certo e errado ,se é que tenha diferença... -Acorda Pequena ...Chegamos . Não estava realmente dormindo , mas não sei se estava acordada . Olhei em volta,a casa de varanda ,com luzes coloridas e pessoas sorrindo . Não gosto mais de festas,nem de aglomerações , mas o tédio me levou até ali . -Morte ? - O que? - Será que ele veio? - Não sei , mas é o aniversário do Kairo ,duvido que ele não apareça. Acariciava os pelos de killer,olhando fixamente pro meu irmão,enquanto ele falava . O cachorro parecia entender que o assunto era James, e também prestou atenção. -Foda se ... Criei coragem e sai do carro ,a pequena multidão parou de sorrir, e tentaram disfarçar os olhares , como se eu fosse um animal diferente. Segui para dentro ,a sala era iluminada apenas pelas luzes coloridas, casais dançavam,outros se beijavam , e num canto mais afastado um pequeno grupinho ,fumando Narguilé ...Aiai esses jovens ! -A chata veio ! Kairo me puxou pelo braço, até a cozinha . Segurando uma garrafa de bebida,com os olhos vermelhos , parou frente à geladeira e deu um sorrisinho.
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-Guardei pra você! Estendeu a mão ,segurando um pratinho plástico,com um pedaço de bolo ,no formato de uma mão . -Obrigado ...E parabéns ! Claro que fez de propósito para me provocar , mas não conseguiu , porque gostei ... -Por nada ,chata ! Beijou minha testa e saiu , bem bipolar o garoto . Fiquei ali mesmo,longe da bagunça, comendo bolo .
" -Você está há horas encolhida nesse canto ,precisa comer . A corrente tiniu,ao ser puxada , meu corpo seguiu o metal ,andava de quatro pelo assoalho , até a mesinha da cozinha . -Sente aí querida,o almoço tá pronto ! O homem dos olhos cinza ,estava animado ,e eu não sei porque suava . Mesmo estando nua ,e o dia nublado . Um prato foi colocado à minha frente, uma sopa de macarrão servida , mal conseguia distinguir o que havia no prato . -Eu ajudo você...Abre a boca ! Não sei em que mundo eu estava,mas não conseguia raciocinar normalmente,abri a boca ,e recebi a comida . Ele me deu outra colherada ,mas neguei com a cabeça , não queria comer. -Por favor,eu não quero . Não importava o meu querer, ele não parou, num lampejo de lucidez, olhei a sopa,e havia dedos boiando entre o macarrão ...dedos humanos!"
