Capitulo 13 - Sonhos - Parte 1

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Estava frio e chuvoso, metaforicamente na vida de Cereja, literalmente na cidade dela.
Sábado ela não saiu, ficou em casa se remoendo de vontade de pelo menos ver Bibi, ela sentia falta da dose diária que tinha da diva todo dia na escola. Era uma hora da tarde e ela estava deitada no sofá da sala, e ela estava tão cansada...
Ouviu alguém tocando a campainha e quando abriu a porta Bibi apareceu sorrindo, e Cereja foi até ela e a abraçou forte, mas a morena não correspondeu a seu abraço, ela apenas olhava para Cereja com tristeza e o que parecia ser pena.
"Eu escolhi o Lucas". Bibi disse para a loira.
"Porque?". A pergunta saiu dos lábios da loira sem querer.
"Ele veio atrás de mim, e tentou conversar comigo, enquanto você ficava atrás daquela Ted". Bibi disse parecendo triste.
"Eu estava respeitando o seu espaço, eu não fiz por mal, eu estava apenas tentando ajudar a Juh". Cereja respondeu e pegou nas mãos da diva, e assim que ela tocou nas mãos da morena, Lucas apareceu do lado dela e disse.
"Tira as mãos da minha garota". Lucas então empurrou a loira que caiu no chão e sentiu uma dor estranha.
Cereja abriu os olhos e viu que estava no chão da sala, ela olhou pela janela e viu que estava escuro lá fora. Por quanto tempo será que ela tinha dormido?
Olhou no relógio e se surpreendeu, eram duas da tarde ainda, ela havia dormido apenas uma hora, e estava escuro por causa do tempo de chuva.
Ela sorriu aliviada quando olhou para a porta da sala que estava fechada, tinha sido apenas um sonho.
Mas o sonho serviu para alguma coisa, Cereja precisava ver Bibi, não pensou duas vezes e pegou a chave do carro.
Cereja chegou na residência as três horas, a casa não era tão longe assim, mas Cereja resolveu parar para comprar um pequeno presente para a diva.
Quando Cereja saiu do carro, começou a chover, ela colocou o presente da diva no bolso, e celular ela deixou no porta luvas do carro para não molhar, trancou o carro e foi andando devagar, não ligando para os pingos grosso de chuva que caiam sobre ela.
Ela tocou a campainha, e nada. Bateu palmas e até gritou, até que ela lembrou que em uma das conversas que teve com Bibi no café, que a morena ia alguns domingos almoçar na casa dos avós, pais de Leroy.
Ela sentou em baixo da porta, ainda tomando chuva e esperou.
Ela viu quando a morena chegou com o carro sozinha e estacionou. Saiu correndo até a loira e disse.
"Sua maluca, o que você está fazendo aqui nessa chuva?". A diva tentou parecer brava, mas ela parecia feliz.
"Eu precisava te ver, se não ai sim eu ficava maluca". Cereja disse sorrindo envergonhada.
"Vem, vamos entrar". A morena disse abrindo a porta para a loira passar.
"Eu desisti da aposta". Cereja parou no meio da sala e olhou para a morena.
"Eu tinha ouvido falar que a Juh e Juju estavam juntas, foi porque você ajudou?". Bibi olhou para a loira.
"Sim". Cereja respondeu simples.
"Porque você desistiu?". Bibi perguntou curiosa.
"Porque eu não me importo com a aposta, ou com nada, eu só me importo com...você". Cereja disse envergonhada e se surpreendeu quando Bibi a beijou, de forma carinhosa. Elas se separam e sorriram.
"Onde estão seus pais e suas irmãs?". A loira perguntou sorrindo.
"Eles ficaram na casa dos meus avós, eu disse que estava com uma sensação estranha e quis voltar mais cedo". Bibi disse enquanto entrava em um quarto de baixo da escada, e saiu com uma toalha. A morena abriu a toalha e colocou em volta dos ombros da loira, e esfregando os ombros da líder de torcida com as mãos, nem percebendo os arrepios que causava na loira.
"Você está toda molhada". Bibi disse, e Cereja sorriu maliciosa.
"Eu-eu quis dizer molhada da chuva, como você pode ser tão pervertida?". Bibi perguntou corando e sorrindo sem graça.
"Bibi, se você não percebeu, eu não disse nada, você que está pensando coisas pervertidas". Cereja disse enquanto sorria para a morena.
"Vamos subir, eu vou pegar roupas secas para você". Bibi disse mudando de assunto, enquanto subia as escadas, e a loira a seguia de perto.
Elas chegaram ao quarto da diva, e a morena estava abrindo o guarda roupa, procurando algo que servisse na loira, enquanto tentava disfarçar os olhares que lançava para o corpo da líder de torcida, que estava praticamente exposto, pois a blusa que Cereja vestia havia ficado transparente por causa da chuva.
Cereja não deixou isso passar despercebido, ela via os olhares que a diva estava lhe dando e sorria enquanto passava a toalha. A morena voltou sua atenção para guarda roupas, e viu um moletom que ela tinha fazia um tempo, mas não usava, porque era um pouco grande, uma calça cinza comprida, e uma blusa branca e cinza também comprida, tudo muito cumprido, para que a loira não ficasse com partes do corpo a mostra, a morena não aguentaria, quando ela virou para entregar as roupas para a loira, ela tomou um susto e deixou as roupas caírem no chão.
Cereja havia tirado a blusa só para provocar a diva, tinha ficado de sutiã e com a calça jeans, e passava a toalha pelo corpo, agora quase seco, quando ouviu as roupas caindo no chão, ela olhou sorrindo provocante para a morena, que não tirava os olhos do abdômen bem definido da loira.
Cereja viu quando Bibi passou a língua pelos lábios e foi andando em sua direção, quando a diva já estava bem próxima da loira, ela colocou uma mão hesitante no abdômen dela, e começou a passear por ali, bem devagar, Cereja não tirava os olhos do rosto da morena, e a diva não tirava os olhos do abdômen da loira. Então Bibi ergueu a cabeça e foi chegando com os lábios perto dos lábios da loira, a morena começou um beijo lento, apenas os lábios se tocando, enquanto continuava a passar a mão pelo abdômen da loira, quando a morena mordeu o lábio inferior da líder de torcida ela não aguentou, e colocou os braços em volta da cintura da morena, puxando a diva para mais perto.
Cereja aprofundou o beijo buscando a língua da morena, as línguas se encontraram e começaram a se movimentar no mesmo ritmo. Cereja percebeu que seu coração estava batendo muito forte, e que sua boca se encaixava de forma perfeita com a boca da morena, e a diva tinha um beijo maravilhoso. Elas se separaram para tomar ar e a loira disse.
"Nossa, você tem o melhor beijo do mundo, eu senti tanta falta". E antes que a morena pudesse responder, Cereja a puxou pela cintura outra vez, colando os lábios novamente.
A loira empurrou a morena até uma parede próxima, e prensou seus corpos, enquanto descia os beijos para o pescoço da diva, que começava a suspirar. Cereja pousou sua mão esquerda na cintura da morena, enquanto a direta descia até a coxa na morena puxando ela para cima, enquanto encaixava sua coxa entre as pernas da diva, que soltou um gemido baixo. Bibi tinha sua mão direita no abdômen da loira, enquanto a mão esquerda estava na nuca dela, puxando de leve os cabelos da líder de torcida.
Bibi empurrou a loira de uma vez, separando as duas bruscamente, a loira deu alguns passos para trás sem entender, até que a morena sorriu e foi andando em sua direção, colocou as duas mãos nos ombros dela e a empurrou outra vez, só que dessa vez a loira caiu na cama, e Bibi logo subiu em cima da loira, com uma perna de cada lado da líder de torcida, a diva sorriu e tirou a sua blusa de uma vez, ficando apenas de sutiã, exatamente como a loira, jogando em qualquer canto do quarto, enquanto descia a boca até o pescoço da loira, dando leves beijos.
Cereja gemeu baixinho, enquanto passava as mãos pelas costas nuas da morena, que dava leves suspiros. Cereja girou o corpo, e ficou por cima da morena, voltando a beijar seus lábios, passando as duas mãos agora pela pele macia da morena, Cereja mordeu de leve o queixo da morena, que deu um suspiro, a loira foi descendo com a boca até o abdômen da diva, distribuindo beijos, enquanto a diva dava pequenos gemidos. Cereja sorriu e voltou a beijar a morena.
Bibi inverteu outra vez as posições, ficando por cima, enquanto passava as mão pelo abdômen e pelas coxas da loira, que soltava leves gemidos. Bibi desceu até o pescoço da morena, e começou a passar a língua de leve, depois alternava entre mordidas e chupões. Cereja levou uma mão até a nuca da morena, enquanto puxava os cabelos dela de leve, e passava os dedos fazendo massagem, e a outra mão passeava pelas costas da diva. Bibi desceu a boca até o abdômen da loira e começou a beijar e dar leves mordidas, enquanto passava as mãos pelas pernas da loira que gemia, cada vez mas alto.
Bibi sorriu ao ver que a loira estava muito excitada, e subiu até o pescoço da loira dando um chupão muito forte, Cereja suspirou e Bibi falou no ouvido dela.
"Você queria me provocar tirando a blusa, eu só queria te mostrar que eu também sei provocar". Bibi disse e saiu de cima da loira, que suspirou em resposta. Como a morena tinha tanto auto controle? Era a única coisa que Cereja conseguia pensar. Depois de todos aqueles amassos e beijos e mordidas, Cereja não tinha forças para parar, como a Bibi conseguia?
"Não, não para, volta aqui, por favor". Cereja suplicou ainda deitada na cama, olhando para a morena, que sorria de pé um pouco afastada colocando a blusa.
"Tira essa roupa molhada e põe uma seca, jaja meus pais estão chegando em casa, vou preparar alguma coisa pra nós comermos". Bibi disse sorrindo e saiu do quarto, deixando uma Cereja muito quente na cama, mesmo depois de ter tomado tanta chuva fria.
Cereja colocou o moletom que Bibi tinha lhe emprestado, e ele tinha ficado certo em seu corpo, e ela agradeceu por estar frio, já que a roupa era toda fechada. Cereja ouviu muitos barulhos na cozinha e foi descendo as escadas um pouco assustada, até que ela chegou a cozinha e viu uma mulher , cozinhando, enquanto Bibi e Leroy estavam sentados na bancada conversando. A loira foi entrando devagar na cozinha até que eles perceberam a sua presença e o homem levantou e foi abraçá-la.
"Olá, Cereja, quanto tempo, acho que ainda não conhece minha mulher, Hiram". Leroy disse apontando para a esposa.
"É um prazer conhecê-la Sra. Berry". Cereja disse e foi até a mulher, que devia ter a mesma altura de Bibi.
"Você é a famosa Cereja, já ouvi falar muito de você!É um prazer conhecê-la, e me chame de Hiram, querida". A mulher a abraçou e sorriu.
"Famosa Cereja?". Cereja perguntou sorrindo, olhando para Bibi que estava corando.
"É, Leroy e Bibi falam muito de você. Obviamente, Bibi fala muito mais". Hiram sorriu e Cereja sorriu para a mulher, muito feliz com a informação que ela tinha acabado de dar.
"Espero que eles falem coisas boas". Cereja disse.
"Quase sempre". Hiram disse brincando, enquanto voltava a cozinhar.
Bibi estava corada, olhando para o chão, enquanto Leroy conversava algo aleatório sobre algo que a morena tinha perdido na casa da avó.
"Posso ajudar?". Cereja se aproximou e perguntou para Hiram.
"Claro! É muito gentil da sua parte, pode picar aqueles legumes?". Ela disse sorrindo.
Bibi conversava com seu pai Leroy, enquanto eles arrumavam a mesa para o jantar. De vez em quando, Bibi olhava para a cozinha, e via Hiram e Cereja dando risada de algo que eles conversavam, e sorria, por dentro e por fora.
"Você precisa conhecer a tia Lina, Cereja, aquele mulher está ficando mais louca conforme o tempo passa". Leroy disse enquanto estavam jantando.
"Ou ela anda fumando umas ervas antes de ir para as reuniões em família" disse Kaká, que chegou recentemente a cozinha junto de Juju, enquanto Bibi e Cereja acompanhavam nas gargalhadas.
"Com essas historias que vocês contaram sobre a tia Lina, eu quero realmente muito conhecê-la". Cereja disse sorrindo.
"Ela roubou mesmo as bebidas do vovô?" Bibi pareceu impressionada.
"Sim, e deu para os cachorros". Juju falou dando risada. "Isso porque você não viu a cara do papai quando ele entrou no banheiro e ela estava lutando contra os ninjas invisíveis". Completou dando mais risada. E Leroy começou a contar:
"Eu entrei no banheiro, e ela estava no chão se mexendo, eu perguntei o que ela estava fazendo e ela disse que ' Os malditos ninjas invisíveis tinham pego ela', ela levantou e começou a lutar com os ninjas invisíveis, ai ela ficou parada e falou 'Vocês não são capazes de abater a super Lina', e saiu do banheiro". Leroy completou a historia sorrindo.
"E depois que ela toma dois copos de vinho, começa a falar em espanhol". Kaká falou sorrindo.
"Ela sabe falar espanhol?". Cereja perguntou.
"Não". Leroy falou rindo.
"Ela acha que é só colocar 'ito ou ita' nas palavras". Hiram falou e completou sorrindo "'Mi passa essa caderita, para yo dar uma sentadita, que yo estoy cansadita'". Enquanto Hiram falava ele imitava uma voz, e todos a mesa davam risada.
Depois de contar mais historias, e falarem sobre diversos assuntos eles terminaram a refeição. Leroy começou a tirar a mesa, enquanto Cereja ajudava.
"Você já ajudou a fazer a comida, querida, pode deixar que eu lavo a louça". Leroy disse sorrindo gentil para a garota.
"É o mínimo eu posso fazer depois desse jantar maravilhoso". Cereja sorriu e Leroy apenas concordou com a cabeça enquanto a garota pegava as coisas e levava para a cozinha.
"Ela é muito gentil". Hiram disse, enquanto olhava para a filha, que não tirava os olhos da cozinha.
"Ela é sim". Bibi disse sorrindo.
"Eu acho que ela gosta muito de você". A mulher sorriu.
"É mesmo, mamãe?". Bibi disse sorrindo e completou. "Porque você acha isso?".
"Pela forma como ela olha pra você, e não tirou os olhos de você durante o jantar, e pela forma que ela sorria toda vez que você olhava para ela". Hiram disse simples e Bibi ficou pensativa, enquanto via Cereja e Leroy conversando na cozinha.
"Mas e você anjinho, você gosta dela?". Hiram perguntou.
"Eu estou confusa". Bibi disse triste.
"Porque?". Hiram perguntou sorrindo.
"Mamãe, sinceramente, eu não me sinto confortável falando disso com você". A morena sorriu e a mãe sorriu em compreensão.
"Bom, se eu puder te dar um conselho, sem saber muito da sua situação, vai ser esse: Ignore o que a sua mente esta falando, siga o seu coração. Quando falamos de sentimentos, a mente tende a ser mais racional e sempre coloca barreiras, mas a verdade é que se você não seguir o seu coração, ele fica doendo, para sempre". Hiram disse isso e sorriu e a morena abraçou a mulher com muita força. Porque sempre que ela pensava em ficar longe de Cereja, seu coração doía, e sempre que ela pensava em ficar longe de Lucas, algo em sua cabeça falava que ela estava fazendo a escolha errada. Aquela briga interior a estava deixando maluca.

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