Capitulo 5 - Encontros

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Cereja estava sentada esperando Bibi chegar, já fazia quase 30 minutos, ela pensou que talvez a garota tivesse desistido ou coisa parecida. Um nervosismo estranho estava percorrendo seu corpo, ela não costuma encontrar as pessoas ainda na luz do dia, em plena quarta – feira, no meio da semana, para um café. Ela normalmente encontrava suas pretendentes em festas e bares, normalmente durante a noite, de preferência em finais de semana.
Ela viu a morena aflita entrando no estabelecimento, procurando por ela. Quando achou, a diva deu um sorriso lindo e foi andando até sua mesa.
"Pensei que você não estaria mais aqui, Lucas estava um pouco triste hoje, e ficou desabafando por mais tempo que o previsto. Você não pediu nada ainda?".
"Estava esperando você chegar".
Cereja chamou o garçom e elas fizeram seus pedidos. Elas conversaram um pouco, até que o garçom veio com os pedidos.
"Eu simplesmente amo o café daqui, é delicioso, espero que você goste". Cereja disse sorrindo para a pequena diva que bebeu um gole de sua xícara.
"Muito gostoso". A diva disse sorrindo, bebendo mais, enquanto a loira sorria olhando para ela, sem nem tocar no próprio pedido.
"Nunca tinha vindo aqui antes, mas o ambiente é muito agradável.". Bibi disse enquanto reparava no lugar, que não era muito grande, mas era bem arrumado, e tinha varias mesinhas, com algumas pessoas.
"A companhia faz com que o ambiente fique agradável, Bibi".
"Você nunca perde a oportunidade para flertar, não é mesmo, Cereja?". Bibi disse, sorriu e depois bebeu mais um gole de sua bebida.
"Desculpe, tem hora que simplesmente sai, sem eu nem pensar". Cereja sorriu para a diva.
"É aqui que você trás as garotas para conquistar o coração delas?". Bibi estava usando um tom de brincadeira.
"Não, na verdade, eu não costumo sair com as pessoas na luz do dia, só com sua irmã e com Juh".
"Oh, então você não está, tipo, tentando algo para cima de mim?". Bibi disse sorrindo.
"Eu gosto da sua companhia, você me diverte".
As duas sorriram e Bibi bebeu mais café.
"Posso te fazer uma pergunta Bibi?". Cereja disse séria.
"A vontade".
"Por que você confia em mim? Quero dizer, eu já fui muito, muito ruim com você, parei de fazer essas coisas depois que entrei no Glee, mas mesmo assim, não são coisas que é fácil de perdoar nem nada".
"O que faz você pensar que eu confio em você?". Bibi perguntou.
"O abraço de ontem, e você falando um pouco do Jesse, e aceitando vir aqui, sem medo que eu faça nada de estúpido".
"Bom, na verdade, depois que você foi me ajudar no banheiro, naquele dia da raspadinha, eu senti que podia confiar em você, eu tive certeza, quando você salvou a Tina e eu daquelas cheerios más, de qualquer forma, eu não sou exatamente uma pessoa que consegue guardar rancor, e na verdade, eu gosto muito da sua companhia, você me faz sorrir bastante, e sempre tenta me cortejar, o que eu acho muito engraçado e adorável". Bibi sorriu nervosa.
"Oh". Cereja disse, percebendo que esse foi o primeiro monologo em que não tinha ficado entediada, na verdade, ela tinha achado isso estranhamente adorável.
"Eu só não entendi uma coisa ainda, Cereja". Bibi perguntou séria.
"O que?".
"Você falou tanto do café, mas ainda não bebeu nenhum gole do seu".
"Ah, você me distraiu". Cereja disse brincando, finalmente tomando um gole de sua bebida.
"Então, se você não trás ninguém a esse lugar, você vem aqui sozinha?". Bibi perguntou.
"Na maioria das vezes, quero dizer, eu não tenho muitas pessoas próximas".
"Por que você não quer, você é adorável".
"Bibi me elogiando. Ual, talvez eu seja mais legal do que eu tinha pensado".
As duas riram.
"O que você costuma fazer no seu tempo livre?". Cereja perguntou.
"Eu faço dança, de sábado, na parte da manha, até à hora do almoço, e normalmente se eu tenho algum tempo livre, eu pratico canto, ou assisto algum filme interessante". Bibi respondeu.
"Você deveria fazer coisas legais também, sair para se divertir e essas coisas". Cereja sugeriu.
"Eu me divirto fazendo essas coisas". Bibi contestou
"É, mas você deveria encontrar pessoas, ir a festas, esse tipo de coisa. Não precisa ser todo final de semana, mas de vez em quando é bom". A loira disse.
"Falou a pessoa que toma café sozinha". Bibi deu um sorriso sarcástico.
"De vez em quando eu tomo café sozinha. Mas eu vou a festas, e eu estudo, tudo que eu tenho que estudar". Cereja disse sorrindo.
"Você tem sorte por ser tão inteligente".
"Eu não sou tão inteligente assim, a diferença é que eu aprendo rápido, e gosto de matérias que as pessoas normalmente não gostam". Cereja concluiu.
"Tipo o que?". Bibi perguntou e bebeu o café
"Eu gosto de Matemática, Física, e ao contrario do que as pessoas pensam, eu também gosto de literatura e artes". Cereja falou.
"Eu definitivamente não gosto de Matemática, eu prefiro Literatura e Biologia".
"É, essas matérias combinam com você". Cereja disse sorrindo.
"Por quê?". Bibi perguntou curiosa.
"Área das humanas, combina com você".
"Oh". Bibi respondeu.
Elas conversaram mais, sobre diversos assuntos, conversaram tanto que não viram o tempo passar. Cereja ficou se perguntando quanto tinha sido a ultima vez que tinha se divertido tanto, e tentou lembrar de alguma festa, mas nada parecia realmente chegar perto dessa diversão, e ela se perguntou se tinha realmente se divertido daquele jeito em algum outro momento da vida, ela chegou a conclusão que poderia trocar noites de festas por uma noite agradável de conversa com Bibi, ou melhor, talvez se ela pudesse ir a alguma festa, e mesmo assim aproveitar a companhia da morena. Aquilo lhe deu uma idéia.
"Está ficando tarde". Bibi disse olhando o relógio do celular.
"Sim, espera aqui".
Cereja saiu e foi até o balcão, falou alguma coisa com a moça, tirou uma nota de 20 e entregou para a atendente que sorriu. Ela voltou até a mesa e disse.
"Vamos?".
"Quanto eu te devo?".
"Um beijo". Cereja sorriu e Bibi sorriu de volta.
"É sério, boba". Bibi deu um tapa no braço da loira.
"Nada, foi por minha conta". Cereja sorriu e abriu a porta para a morena passar.
Já do lado de fora a líder de torcida perguntou.
"Você está de carro? Quer que eu te leve até sua casa?".
"Eu estou de carro, muito obrigada". As duas sorriram.
"Posso dizer que você me surpreendeu". Cereja disse olhando para a morena.
"Por quê?". A diva perguntou.
"Eu pensei que você só falaria de musicas, e do Glee, mas conversar com você é muito bom". Cereja concluiu pensativa.
"Que bom que eu superei as expectativas". Bibi concluiu sorridente.
"Besta". Cereja sorriu.
"Nós poderíamos fazer isso de novo". Bibi disse olhando para baixo, corando.
"Amanha, mesmo horário?". Cereja sugeriu.
"Pode ser". Bibi sorriu e abraçou a loira pela cintura, encostando a cabeça no peito dela, Cereja sorriu e colocou seus braços em volta da pequena diva, e a morena deu um beijo na bochecha da líder de torcida e se afastou.
"Até amanha".
"Até amanha".
As meninas foram até o café, os dias finais daquela semana, e no Sábado e Domingo também. Mesmo lugar, conversas diferentes. Cada dia, elas se sentiam mais a vontade, e Cereja tinha a impressão que iria ganhar a aposta. Cereja sempre dava indiretas, e a morena sorria, ou fingia que não tinha ouvido, pelo menos nenhum sinal negativo, mas a loira nunca tentou dar o próximo passo, por que quanto ela desse esse passo, ia ser definitivo.

Cereja teve uma conversa séria com Karofsky sobre as raspadinhas nos perdedores, e deu uma regra ao garoto: qualquer um deles, menos em uma certa diva, que teria que ficar de fora dos banhos diários, ela foi bem convincente.
Cereja tinha provas concretas que Karofsky traficava algumas coisas ilegais que Sandy pedia para ele vender na escola, aquilo poderia arruinar a vida de qualquer estudante, e o jogador de futebol não ia ser imbecil o suficiente para arriscar.
Lógico que Cereja deu um jeito de isso chegar aos ouvidos da diva, sem que ela precisasse contar: Ela contou pra Juh, que contou para a Juju, que contou para a irmã.
Cereja teve a impressão que a historia ficou um pouco distorcida quando uma certa morena sentou ao seu lado no clube Glee e perguntou.
"O que você fez com o Karofsky?".
"Como assim?" Cereja perguntou confusa.
"Walter me disse que ele está em coma em um 'suspeito' acidente de carro, e já faz alguns dias que ninguém vê ele andando pelos corredores. E também me disse que poucos minutos antes do 'acidente', você tinha falado pra ele não jogar mais slushie em mim". Bibi fez aspas com a mão cada vez que citou a palavra acidente, e quando terminou de falar olhou séria para a líder de torcida.
Cereja começou a gargalhar. Ela tinha visto Karofsky na pratica de futebol, naquele dia ainda, só que mais cedo.
"Sério?"
"Isso é sério Cereja, como você fez isso?".
"Bibi, fica calma, eu só chantagiei ele, ele não está em coma, ou qualquer coisa desse tipo".
"Você o que?" Por quê?" Bibi estava ficando confusa.
"Porque eu não queria que você tivesse que passar por aquilo de novo". Cereja sorriu para a garota que sorriu de volta.
"Obrigada Cereja, mas não precisava" Bibi disse corando.
"Precisava sim, eu não queria que você ficasse triste, nunca mais, e vou fazer o possível pra isso" As duas sorriram e Cereja completou.
"Nossa, como esse pessoal aumenta as coisas, você não acha?" Cereja disse e as duas gargalharam.
Mr. Schu entrou na sala.
"Tudo bom, pessoal?". Mas antes que ele começasse, Walter levantou e disse:
"Licença Mr. Schu, mas aproveitando que estão todos aqui, eu queria convidar todos para uma festinha que eu estou planejando na minha casa sexta feira, para aproveitar que o meu pai vai estar fora, com a minha madrasta, Lucas e eu conversamos, e achamos que poderia ser legal se o clube todo fosse, então Sexta as 8, todos na minha casa".
Ele terminou de falar e ouviu muitos 'UHUS' e 'EBAS'. Mr. Schu continuou falando enquanto Walter virava para Felipe, falando baixinho para só o garoto ouvir.
"Ei, espero que você consiga as bebidas".
"Pode deixar cara". E ele sorriu.
"Você vai?". Cereja perguntou para Bibi.
"Meus pais não vão estar na cidade, eu não tenho como ir".
"Eu levo você". Cereja disse sorrindo.
"Mesmo?" Bibi perguntou eufórica.
"Claro! Mas ai na sexta a gente vai tomar café mais cedo pode ser?". Cereja perguntou olhando para a diva.
Era um ritual, elas iam tomar café todo dia, e sempre Cereja pagava, exceto por duas vezes que Bibi conseguiu ir até o balcão primeiro, o que deixou a loira furiosa, mas depois de algum tempo de conversa elas já estavam bem de novo.
"Não acho que temos tempo para o café, Cereja".
Realmente, elas saiam da escola de tarde, e depois iam para o café, e se perdiam no tempo, chegaram a ficar conversando por 5 horas, como se fossem 5 minutos, elas não viam o tempo passar.
"É mesmo, a gente pode se atrasar para a festa". Cereja concluiu triste, ela gostava de tomar café com a diva, eram só elas duas, conversando, como se o mundo todo sumisse, ela se sentia bem. Então ela sorriu, pelo menos ela ainda veria a diva.
Walter tinha anunciado a festa no começo da semana, e os dias não passavam, Cereja tinha planos malignos para essa festa, malignos no bom sentido, claro.

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