Depois da conversa com Lucas, Cereja estava decidida a conversar com a Bibi, e deixar toda a historia esclarecida. Se a morena estivesse apenas com dó de quebrar o coração da loira, ela não ficaria mais.
A loira saiu da sua ultima aula naquele dia, e estava guardando o caderno no armário para ir para o Clube Glee, quando olhou em direção ao armário da morena e viu ela e Lucas conversando. Os dois pareciam discutir alguma coisa, enquanto a morena abria o armário, revelando outra rosa branca, quando o garoto viu a rosa, ficou olhando desconfiado na direção de Cereja, sem que a morena percebesse. Cereja queria falar com a morena, mas com Lucas em cima dela desse jeito, ela tinha que deixar para depois.
Clube Glee foi normal, tirando a parte em que Lucas ficou todo o tempo em cima da Bibi, e Cereja não pode conversar com ela. Todos já estavam saindo da sala quando ficaram apenas os três.
Ta Lucas entendi, você não vai sair de perto dela.
"Bibi, eu posso conversar com você?". Cereja falou.
"Ela já está indo embora comigo, outro dia vocês conversam". Lucas não esperou a morena responder.
"Eu te levo para sua casa, Bibi". Quando Cereja falou, ela se dirigiu a morena, ignorando totalmente Lucas, que disse.
"Ela já es–"
"Tudo bem Lucas, nós precisamos conversar". Bibi disse, olhando para o chão, parecendo triste.
"Tudo bem, a gente se vê amanha". Ele respondeu e puxou a morena pela cintura e a beijou, ela pareceu um pouco tensa no começo, mas cedeu depois de alguns segundos e correspondeu ao beijo. E Cereja sentiu seu coração doer e o estomago embrulhar. O dia já estava frio, e Cereja abraçou mais o seu casaco das lideres de torcida contra o corpo, quando o beijo foi um pouco mais demorado que o normal. Eles se separaram e Lucas deu um ultimo selinho, saindo da sala, com um sorriso vitorioso, enquanto olhava para Cereja desafiadoramente.
"Vamos até o café?". Cereja perguntou sorrindo, tentando ignorar as batidas fortes que seu coração dava, e a imagem do beijo que continuava na sua cabeça.
"Cereja ... melhor não". Bibi respondeu olhando para a loira sorrindo sem jeito.
"Você não quer conversar?". Cereja falou.
"Nós podemos conversar aqui". Bibi respondeu se sentando.
"Pode ser lá fora então? Eu não quero ficar nessa sala". Cereja disse, e ela realmente não queria ficar naquela sala, não quando tudo que estava ali fazia ela se lembrar do beijo que tinha presenciado, e se aquilo significava alguma coisa.
"Tudo bem". Bibi concordou.
Elas foram andando silenciosamente até o estacionamento, e perceberam que já não tinha nenhum carro, só o de Cereja, e alguns dos funcionários da escola, os estudantes a essa hora já estavam bem longe dali.
Um vento gelado e forte batia, enviando arrepios por toda a espinha de Cereja, e ela gostava do frio. Ela se sentou na calçada, e ficou olhando esperançosa para a morena, que ainda estava de pé, olhando com cara de nojo para a calçada suja.
"Não vai matar, se você sentar aqui". Cereja disse sorrindo.
"Ah, eu acho que vai sim". Bibi disse ainda com cara de nojo, então a loira levantou e pegou a morena no colo, que começou a espernear e tentar escapar, batendo nos ombros da loira, que sorriu e colocou a diva sentada, suavemente, fazendo de tudo para não machucá-la.
"Eu disse que você não ia morrer". Foram as palavras de Cereja, assim que ela se sentou ao lado da morena.
"Você é uma grossa". Bibi disse.
"Foi por isso que você o escolheu?". Cereja sussurrou essas palavras, e a diva não ouviu muito bem.
"O que?". Bibi perguntou.
"Nada". Cereja respondeu. "O que você queria conversar?". Ela completou.
"Bom, na verdade, você que falou primeiro que queria conversar, então, eu meio que estou esperando que você me fale o que você queria falar". Bibi disse sorrindo, olhando para a loira.
"Ah...verdade...bom...na verdade, era meio que uma desculpa pra ter sua companhia, e meio que não vem nenhum assunto na minha cabeça agora então ... pode falar". Cereja sorriu de volta para a morena.
"Ok, então...eu tenho duas duvidas". Bibi falou, tímida.
"Pode mandar". Cereja falou, olhando para a garota, tentando encorajá-la.
"Porque você não me pressiona pra fazer logo a escolha?".
"Bom...eu não sei, por que quer saber?". Cereja olhou para o chão, ela estava mentindo, ela sabia o porque não ficava pressionando a outra a fazer a escolha.
"Porque o Lucas fala disso toda hora, e faz parecer que ele realmente estava querendo que eu escolhesse, e quando você não fala nada, eu fico pensando que talvez você não queria tanto". Bibi olhou para a loira, e ela percebeu que a morena estava tremendo um pouco, ela não estava muito bem agasalhada.
"Você está com frio?". Cereja perguntou de repente.
"O que?".
"Você está tremendo, você está com frio?". Cereja repetiu.
"Na verdade, eu estou um pouco, por quê?". Quando Bibi terminou de falar, Cereja já estava tirando o casaco das cheerios que era bem quente, ficando apenas com a blusa normal do uniforme de líder de torcida, esticando em direção a morena.
"Pega". Cereja disse quando Bibi a ficou olhando, sem se movimentar.
"Eu não posso, você vai ficar com frio".
"Teimosa". Cereja disse, e então abriu o casaco e colocou nos ombros da morena, cobrindo as costas e os braços dela. Cereja sorriu para a garota.
"Obrigada". Bibi murmurou, enquanto vestia o casaco.
"Respondendo a sua pergunta anterior". Cereja começou a falar, e fez uma pausa. "Eu tinha medo".
"Medo?". A morena perguntou sem entender.
"É, medo". Cereja respondeu simples.
"Medo do que?". Bibi perguntou curiosa.
"Medo que você não me escolhesse, medo de quebrar meu coração, medo de ficar sem você e principalmente medo de perder você". Cereja finalmente falou.
"Você tinha medo, agora você não tem mais?". A morena perguntou, se lembrando das palavras da loira.
"Eu tinha medo, porque eu achei que eu perderia a sua amizade, caso você escolhesse ele, mas agora eu percebi, que tudo bem se você amar ele mais e quiser ficar com ele, nós podemos continuar amigas, e isso vai ser o suficiente". Cereja disse sorrindo triste para a morena.
"Você vai querer ser minha amiga mesmo se eu quebrar o seu coração?". Bibi perguntou triste.
"Todos nós já tivemos ou vamos ter o coração partido, depois que nós viramos amigas Bibi, eu mudei, eu mudei de verdade, eu sou uma pessoa diferente agora, e eu não posso mais voltar a ser o que eu era, e eu não vejo mais a vida sem você nela.". Cereja disse, e Bibi sorriu.
"Você mudou para melhor?". Bibi perguntou divertida.
"Não dava para piorar você não acha?". Cereja disse e as duas riram. "E a segunda coisa?". Cereja perguntou depois que as risadas cessaram.
"Oh". Bibi sorriu em compreensão e tirou um bilhete do bolso, mostrando para Cereja.
"Em um sonho, você daria o seu amor para mim?".
"Isso apareceu junto com uma rosa branca no meu armário hoje, varias outras durante a semana passada, sempre assim, uma rosa branca com um bilhete, com uma frase, ou um trecho de alguma musica, que eu geralmente desconheço". Bibi disse sorrindo para Cereja.
"Como você sabe que são frases de musicas?". Cereja perguntou sorrindo.
"Eu pesquisei". Bibi respondeu ainda sorrindo.
"Entendo, mas o qual é o ponto?". Cereja perguntou devolvendo o bilhete para a morena.
"Você nunca assinava os bilhetes". Bibi falou olhando para a loira.
"Você está assumindo que seja eu, a pessoa das rosas e dos bilhetes?". Cereja falou sorrindo.
"Foi a primeira pessoa que eu pensei, já que uma vez você já tinha me dado uma rosa branca com um bilhete, eu só não entendi o porquê você não assinou". Bibi falou.
"Quem você queria que estivesse mandando os bilhetes?". Cereja perguntou séria para a morena.
"Como assim?". Bibi perguntou confusa.
"Quando você viu que o bilhete não estava assinado, a primeira coisa que vem na sua cabeça é ' quem mandou esse bilhete? ', e a segunda é ' bem que podia ser ...', nesse momento quem você desejou que tivesse mandado?". Cereja perguntou sorrindo.
"Ah, não sei, acho que no fundo eu só queria saber quem estava mandando". Bibi falou dando de ombros.
"Esqueci que você não é como as outras pessoas! Bom, então não teve o efeito desejado". Cereja disse triste.
"Que efeito desejado?". Bibi perguntou curiosa.
"Bom, quem você desejasse que tivesse mandando os recados, certamente é a pessoa que você deveria escolher".
"Isso não faz sentido". Bibi disse olhando para a garota.
"Como assim? Faz todo o sentido". Cereja falou.
"Se você estivesse me mandando, mas eu quisesse que fosse o Lucas, então você não conseguiria me conquistar com os bilhetes". Bibi disse como se fosse óbvio sua linha de raciocínio.
"Mas os propósitos dos bilhetes não era conquistar, era fazer você perceber que queria que fosse alguém, e esse alguém com certeza seria a pessoa de quem você gosta mais, entendeu?". Cereja explicou e sorriu.
"Ah, agora eu entendi, mas não deu certo".
"Foi o que eu disse, não causou o efeito desejado". Cereja falou e olhou para a garota.
E então, elas ficaram em silencio. Por um tempo, Bibi pareceu triste e tímida para Cereja, não era como elas conversavam antes, tinha alguma coisa diferente no olhar da morena, e então, Cereja percebeu o que era, e seu coração partiu, sem palavras nem gestos, apenas com o olhar que a diva estava dando Cereja já tinha entendido tudo, e então o beijo que ela presenciou voltou com tudo na sua cabeça, e ela fechou os olhos, tentando amenizar a dor, e tirar aquilo de sua cabeça. Está escrito nos olhos da morena, mas ela não podia deixar que nada fosse dito, ela precisava de uma confirmação.
"Você o escolheu". Não saiu como uma pergunta, não era uma. Ela sabia, ela não precisa perguntar, ela só precisava de uma confirmação, para tudo aquilo que ela via nos olhos da morena, sempre tão expressivos, e agora, com um brilho estranho, triste.
"Me desculpa –". Bibi começou a falar, mas Cereja a interrompeu.
"Não precisa se desculpar, eu só quero ver você feliz, tudo bem?". Cereja sorriu para a garota, tentando ser forte. Bibi assentiu e abraçou a loira. E o cheiro de baunilha encheu as narinas da loira, fazendo seu raciocínio ficar lento, sua razão ir embora, e quando ela já não conseguia pensar logicamente ela falou, sem querer ter falado.
"Me dá um ultimo beijo". Ela pediu baixo, e depois se arrependeu, não é o tipo de coisa que se pede para garotas que tem namorado, Bibi está namorando, Bibi tem um namorado, aquele pensamento fez seu coração doer mais forte do que nunca.
A morena não respondeu, ela apenas pegou o rosto de Cereja com as duas mãos, e selou seus lábios, com um beijo calmo, e com ritmo, as línguas fazendo movimentos sincronizados, e as bocas com o encaixe perfeito. Então antes que pudesse perceber, Cereja sentiu as lagrimas, misturando o sabor doce do beijo com o sabor salgado, o que deixou Cereja intrigada, é que por mais que seu coração estivesse doendo, as lagrimas não era suas, eram de Bibi, então Cereja levou suas mãos até o rosto da morena, enxugando as lagrimas com os dedos, enquanto continuavam o beijo. Cereja poderia ficar naquele beijo para sempre, pois ela sabia que assim que terminasse, nunca mais teria aqueles lábios, nunca mais teria Bibi. Cereja sentiu os movimentos da língua da morena diminuindo o ritmo, e sentiu a sua felicidade, diminuindo no mesmo ritmo.
Bibi se separou da loira, e elas ficaram se olhando, enquanto Cereja limpava todo o rastro das lagrimas da morena.
"Porque você está chorando?". Cereja perguntou gentil.
"Não sei". Bibi respondeu sinceramente.
"Vem, eu vou te levar para sua casa". Cereja disse as duas levantaram e foram até o carro em silencio.
Elas se sentaram e Cereja não deu partida, ela abriu o porta luvas e tirou uma caixinha dourada.
"Eu comprei isso faz alguns dias, mas não tive a oportunidade de te dar". A loira disse sorrindo entregando a caixinha para Bibi.
"Cereja na–".
"Você não precisa usar se não quiser, eu vou entender". Cereja disse.
"Obrigada". Bibi murmurou, abrindo a caixinha, revelando uma pulseira com um pingente em forma de estrela. A pulseira era bem pequena e delicada.
"É linda, eu gostei muito". Bibi disse sorrindo.
"Que bom que gostou". Cereja disse e Bibi fechou a caixinha guardando no bolso. Ela ficaram em silencio.
Em silencio também permaneceu toda a viagem de carro até a casa da morena, ela deu um beijo na bochecha da loira e saiu do carro, nenhuma palavra foi dita. Foi caminhando lentamente até a porta da casa, e olhou para trás, o carro da Cereja não estava mais lá.
Bibi não deu boa noite para os pais,nem para as irmãs, ela subiu as escadas e foi direto para o seu quarto. E ela se sentiu bem por estar sozinha, ela foi à frente do espelho e ficou surpresa com o que viu, ela estava usando o casaco das cheerios ainda, ela tinha esquecido de devolver, e ela não conseguia tirar o olho do nome bordado do lado esquerdo: Fabray. Ela sentiu um aperto no peito, e antes de entender o que estava sentindo, as lagrimas caíram outra vez, agora mais forte.
Cereja estava deitada na cama, com uma foto na mão. Ela e Bibi tinham tirado em uma das vezes que se encontraram no café. Bibi sorria radiante, enquanto Cereja fazia uma careta fofa. Atrás da foto estava escrito.
Porque lembranças boas nunca são demais.
Com amor, Bibi.
Agora, sozinha no quarto, Cereja deixou que as lagrimas viessem, aos montes, molhando o travesseiro em que estava deitada. Se as lagrimas aliviavam a dor? Não, a dor estava lá, pulsando, tirando tudo de bom que Cereja tinha, preenchendo todo o seu coração, todo o seu corpo, chegando quase a ser uma dor física. Ela não sabe por quanto tempo ficou ali, até que o cansaço venceu, e ela finalmente dormiu.
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A Aposta
FanfictionCereja faz uma aposta com Juh, e Cereja tem que fazer ninguém menos que Bibi Berry se apaixonar por ela. Porém o que acontece quando Cereja começa a ficar confusa sobre seus sentimentos, e coisas que antes nunca tinham acontecido? Nada é o que parec...