CAPÍTULO QUATRO | Washington

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Está escrito no seu rosto duas vezes
Porque eu posso ler sua mente
eu posso ler sua mente
Eu posso ouvir seus pensamentos como uma melodia
Telepatía | Kali Uchis

Está escrito no seu rosto duas vezesPorque eu posso ler sua menteeu posso ler sua menteEu posso ouvir seus pensamentos como uma melodiaTelepatía | Kali Uchis

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- É hoje! - Harry anuncia assim que ligo para ele.

- Ansioso pra ver sua pessoa preferida? - sorrio, mesmo sabendo que ele não veria.

- Mas eu vejo a Nanda todos os dias! - fecho a cara na hora.

- Espera...como é, mocinho? - e a gargalhada dele invade a ligação me deixando com um sorriso bobo no rosto por amar tanto ele.

Eu nunca estive tão ansiosa para ver Harry como eu estou hoje. Parece que houve um problema com uma escola vizinha da nossa universidade e os alunos de lá terão que usar as nossas salas por um tempo.

Ou seja, terei mais alguns dias para ficar com Harry e meus pais.

- Quando você vem?

- Vou sair daqui à noite. Devo chegar tarde.

- Eu te espero.

- Não sei que horas vou chegar, Harry. Não quero que fique acordado até tarde.

- Eu já tenho oito anos! Posso ficar acordado até tarde.

- Tudo bem, mas peça a mamãe se você pode me esperar.

- Tá bem.

Viro meu rosto para o relógio pendurado na parede da cozinha. Quase cinco horas.

Eu queria ligar para Harry quando estivesse me arrumando para viajar, mas não sabia que horas seria quando estivesse livre e por precaução o liguei antes.

Mas agora vejo que foi uma péssima ideia, ele vai querer conversar por horas e eu tenho que ir ao estúdio antes que feche.

- O que vai fazer agora? - ele me pergunta de repente.

- Dançar.

- Pensei que tivesse parado de dançar depois do...

- Não, não parei. - interrompo o mesmo antes que me faça lembrar de um dos piores dias da minha vida.

- Mas, eu achei que você tinha dito a mamãe e ao papai que não gostava mais de dançar.

- Eu menti, Harry. - suspiro. - Mas olhe, só porque eu menti não quer dizer que você também possa mentir, okay?

- Mentir é errado, sei disso. - ele bufa.

- Bom menino. - rio pelo nariz. - Não está com fome? - tento mudar de assunto.

- Não muito, prefiro conversar com você.

- Jura? Me senti até especial agora.

- Você é!

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