YOURS [EM PAUSA]

CAPÍTULO ONZE | Parte um

Entro no escritório sentindo meu coração bater rápido feito louco. Minha mãe já se encontrava sentada em sua cadeira me esperando, dou mais um passo para a frente e me viro apenas para fechar a porta. Melissa não demonstra nenhuma expressão em seu rosto assim que me sento na cadeira a sua frente, ela está séria e seus os olhos estão fixos em sua mesa.

Ajeito minha coluna ficando o mais reto possível e automaticamente coloco minhas mãos sobre minhas pernas tentando ao máximo secar o suor na calça.

Eu odeio isso. Odeio com todas as minhas forças sentir tudo isso que estou sentindo todas as vezes que me encontro sozinha em uma sala com a minha mãe.

— Mãe eu...

— Seu pai me chamou para conversar. — ela me interrompe e levanta seus olhos para me encarar. — Ele disse que você queria falar comigo.

— Eu quero conversar com você. Quero que me escute e que só fale depois que eu acabar.

— Tudo bem, o que quer me dizer? — ela se ajeita em sua cadeira e entrelaça os dedos sobre a mesa.

— Eu não quero ir para Londres.

Melissa bufa logo de imediato.

— De novo esse assunto, Chloe? Já conversamos sobre isso, está tu...

— Eu disse que falaria primeiro e você só escutaria. Sem intervenções. — digo firme mas logo me sinto mal quando vejo seu olhar quase me queimar por completo.

Ela não diz nada, então suponho que devo continuar.

Mas vejo a mesma levantar a mão como forma de parar o que eu estava prestes a dizer assim que abri a boca.

— Se esta conversa continuar girando em torno da sua viagem a Londres, então essa reunião está encerrada. — ela se levanta e caminha até a porta.

Dou uma risada incrédula enquanto olho para minhas mãos que estavam fechadas em punhos.

— Reunião? — pergunto com o cenho franzido e logo me levanto ficando a poucos centímetros de distância da mesma. — Pelo amor de Deus, uma vez na vida pode me ouvir? Ou melhor, uma vez na vida pode ser minha mãe e não uma médica famosa?

Algo no que eu disse devia ter a afetado, porque a mesma se virou para mim e me encarou com os olhos arregalados.

Aos poucos eu via minha visão ficar embaçada e sabia que não duraria muito tempo até que eu estivesse chorando bem na sua frente.

— Não diga bobagens, Chloe. Você não é criança e sabe disso, sabe mais ainda que eu sou sua mãe.

— E por que não age como tal? — sinto algumas lagrimas deslizarem pela minha bochecha.

— Já chega, Chloe! — a mesma sai do escritório mas sigo ela.

Sigo a mesma até as escadas onde vejo que ela iria subir.