2N 🚩
Situação aqui em casa tá maluca ainda, meus pais vivem na mesma casa mas direto minha mãe manda um salve por mensagem reclamando de alguma coisa. É briga atrás de briga, piada atrás de piada e assim vai, quero só ver quem vai ser o primeiro a surtar de verdade.
Raissa sabe ser cobra quando ela quer pô, ali sabe. Meu pai não olha nem na cara da minha mãe direito, a casa é dos dois acho que por isso ele não saiu, acredito que pra não dar moral demais, tá foda.
Pensei pra caralho se era o melhor momento pra trazer meu filho, mas passou meses, vou ficar adiando até quando? Conversei com meu pai, pedi desculpas pra ele e pra minha vó, foi errado demais o que eu fiz, tratar minha família como se fosse nada, sendo que na hora do aperto quem tá com a gente são sempre eles!
Enxerguei meu erro e fui sincero no meu pedido de desculpa, minha vó disse que nem ligava, filho não era dela mesmo, cada um com seus problemas. Vou te contar ein? Essa é demais! Meu pai levou pro coração pô, sentimental ele, quase que chora de decepção mas eu tentei me resolver da melhor forma com ele.
Não queria ninguém mal por causa de ações minha não, fico até culpado, eu que meti minha mãe e meu irmão nisso e quando a bomba explodiu eu sozinho que tinha que me fuder e não eles que não tem nada a ver. Não nego que eu acabei induzindo na mentira com meu pai e minha vó, pensei mas em me defender do que nos outros na época.
Luciene: Oi meu amor, olha que lindo João.- Falou com meu pai e ele nem aí pra ela, fingiu que nem ouviu.- veio ver a vovó, como é bonito né? Vai pedir a bença não? - Ravi virou a cabeça pra cima me olhando e eu mandei ele pegar na mão dela.- tem problema não, ele tá tímido ainda.
Nair: Veio ver a vovó? Tem só a porra da vovó aqui? Você se acha muito Luciene, nunca vi igual.- Saiu do quarto reclamando.- e ai, beleza? Toca aqui na mão da bisa.- Ravi riu tocando e ela passou a mão na cabeça dele.
2N: Vocês são foda demais em, muda nunca pô. Vai lá falar com o vô moleque, pegar na mão dele.
Ele olhou pra mim com vergonha mas eu balancei a cabeça confirmando que podia ir então ele foi, meu pai tava sentado no sofá analisando ele, ficou vidrado, tocou nele e olhou pra mim, acho que pra ver se tinha alguma coisa parecida e deu risada pro meu filho que sentou do lado dele.
Luciene: E a mãe dele deixou fácil Matheus? Quando você falou que ia trazer pra conhecer a gente?
2N: Tem que deixar né cara, ela tem que saber que ele tem duas famílias, sempre teve. Falei com ela ontem e hoje conversei de novo quando fui pegar ele. Anna é gente boa, mesmo quando não concorda com os bagulho ela faz um esforço. Pai dela que se mete muito mas se vim eu dou uma nele, filho é meu porra, né dele não.
João: Mas ela foi corajosa, nunca viu nenhum de nós aqui e mesmo assim deixou, não é qualquer mãe que deixa não.- Concordei com ele.
Luciene: Matheus tem que falar pra ela as coisas, que a gente é confiável. Eu dificilmente ia deixar meu filho ir pra longe assim ver quem eu não conheço, tem que dar segurança a ela meu filho, por que quando o meu neto vier pra cá ela vai tá longe, não vai poder ter controle das coisas.
2N: Eu sei pô, ela também sabe que eu não vou deixar o moleque largado, que ele vai ser bem cuidado. É questão dela desapegar um pouco mais agora que tá tranquilo. Ravi é muito sozinho, vive mais em local fechado, vai ser foda pra ele isso aqui. Correr de boa, poder brincar, mas tudo no controle pô.
Nair: É a tua cara peste.- Falou comigo e eu rir.- até a risadinha de lado é a mesma! A cara de safado, eu vejo você ali quando tinha a idade dele.- Apontou.- mesma lata, tem como negar não.
Luciene: Tá com fome Davi? Quer alguma coisa? Vovó dar, pra sustentar até o almoço ficar pronto.
2N: É Ravi mãe, Ravi. Tem o D não.
Luciene: Aé.- Deu risada.- mas esse povo de agora inventa né? Não sei pra que isso, é fácil de confundir.- Riu de novo.- pergunta se ele quer alguma coisa Matheus.
2N: Ravi tu quer comer alguma coisa? Tá com fome? - Ele negou.- quer não.
Luciene: Mas você nem pergunta pro menino direito.- Foi pra perto dele.- a vovó fez um negócio, tem bolo, refrigerante pra você. Quer? Eu corto um pedaço, bolo de chocolate, você gosta? - Ele me olhou, invés de olhar pra ela.
2N: Se tu quer vira pra ela e fala pô, vai ficar me olhando? Precisa ter vergonha não, ela tá perguntando pra tu a parada, é só responder sim ou não.
Ravi: Sim.- Balançou a cabeça e minha mãe foi pegar.
João: Ele tá conhecendo agora Matheus, deixa pro tempo dele, criança é assim, já já ele acostuma e ele mesmo pede, precisa ter pressa não.
2N: É pô mas tem que ir ensinando que ele pode pedir e responder, se não fica uma criança boba, dependendo de pai e mãe pra tudo. O Jefferson vai aparecer por aqui hoje? Se não vou levar o Ravi lá pra conhecer os moleque dele.
Ele respondeu que não sabia e minha mãe trouxe o bolo com refrigerante pro Ravi, ele amassou rapidinho, tava com fome e não queria falar! Mandei um alô pro meu irmão e ele disse que em 30 minutos tava aqui. Esperei e ele veio mermo, com a mulher e os filhos. Ficaram tentando puxar conversa com meu filho mas ele respondia pouca coisa, meus sobrinhos insistiram pra brincar, eu tirei o celular da mão dele e mandei ele ir, pretendo fazer ele pegar nisso bem pouco esses dias.
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Fora da Lei
Teen Fiction+16| A vida que nós leva surpresa trás o fim, eu sentia no teu olhar um tom de felicidade, o ar de liberdade que tanto sonhei. Teve um preço, só agora eu entendo, não imaginava, nem sequer sonhei que pagaria de uma forma tão cruel e repentina, mas n...