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Raissa 💖

A festa chegou ao fim e junto a ela meu cansaço, o lugar tinha pessoas ainda mas a maioria já tinha ido embora, no fundo tocava pagode, Péricles que eu amo, "Final de tarde". Eu estava abraçada no Matheus que cantava a música baixinho só pra gente, filho da puta canta bem cara, sou apaixonada na voz dele.

2N: Eu não tô legal
Essa noite quase não dormi
Tá custando pra ficha cair
Que você não vai voltar pra mim.- Sorri boba beijando o rosto dele.- Luto pra esquecer
Mas é impossível não pensar
Toda hora pego o celular
Na esperança de não sei o quê.

Raissa: Tento disfarçar
Me engano e vou tentando acreditar
Meu semblante não esconde
O olhar fica distante
Perco a fome, chego até ouvir tua voz.- Cantei junto pra ele que sorriu de lado.

2N: Na cabeça passa um filme sobre nós
A garganta da um nó
Da vontade de gritar
Te implorando pra voltar.

Raissa: Te amo minha vida!

2N: Te amo meu bem.- Segurou minha mão.- bora ver quem vira primeiro? - Me atentou e eu neguei vendo ele encher o copo dose.- vai fia, tá peidando pra mim?

Raissa: Matheus tu já não tá bem cara de cu, ainda quer ficar com graça? Não  bebe mais não! - Falei séria e ele nem aí enchendo o segundo copo.- você é um filho da puta mesmo né? Nunca vi igual. Se eu ganhar tu para de beber por hoje! Tá entendendo?

2N: E se eu ganhar? - Fiquei quieta.- tu me dar teu cu quando nós chegar em casa, fechou? - Neguei.- vai pô, só a madame pode impor e eu? E se eu ganhar?

Raissa: E tu nada, vai, 1 2 3.- Virei de uma vez e engoli travando o maxilar em seguida, bebi primeiro claro, ele ficou dizendo que foi roubado, que eu falei rápido e não deixei ele pensar.- para de ser chorão Matheus, ganhei essa porra e acabou, agora você para de beber.- Tirei o copo da mão dele colocando na mesa.- bora pra casa? Tá na hora cachaceiro.

Deixei ele sozinho e fui falar com a minha comadre que tava lá pra dentro, perguntei se ela queria ajuda em alguma coisa, mas ela disse que não, estava pagando alguém quando cheguei mas me deu atenção agradecendo por tudo, dei mais um abraço nela alisando a barriga com o meu afilhado e fui saindo.

Matheus queria levar o carro mas não deixei, tirei a chave do bolso dele e fui saindo na frente, a gente foi falar com Wendel e outros e depois saímos juntos.

°°°°

Acordei na segunda feira tarde, minha folga então posso, mas já levantei com as coisas que eu tinha que fazer na cabeça. Escovei os dentes, lavei o rosto pra dar uma acordada e pra pegar no batente. Coloquei uma música no you tube pela tv, aumentei quase no último e fui preparar o que comer.

Tinha café na garrafa que provavelmente o Matheus tinha feito, fiz dois ovos mexidos e comi com pão. Fiquei sentada um bom tempo mas tomei coragem, ou eu faço, ou eu faço, tem outra não. Aproveitar que o resto do dia fico livre pra hibernar de novo.

Ao som de funk e sertanejo eu limpei tudo, lavei banheiro, arrumei meu quarto, a garagem também que tava cheia de terra. Cozinha em geral, sala, tudo que deu mesmo! Acabei achando a bendita da aliança que eu tinha jogado e deixei guardada na minha penteadeira. Fui terminar tudo duas horas da tarde, deixei roupa pra colocar na máquina amanhã.

Pedi uma quentinha pelo WhatsApp e almocei tomando suco, descansei a comida, tomei um banho e fui deitar de novo. Não tem nada melhor que andar pela casa, ficar em um cômodo e sentir tudo limpo, eu amo. Fiquei deitada olhando minhas redes, respondi minha madrinha que me mandou mensagem e dormi de novo que nem vi a hora.

Tava num sono leve e gostoso quando acordei do nada, virei pra um lado, pro outro e quando senti que não ia mais conseguir dormir peguei meu celular olhando a hora. 18h27, bocejei passando a mão no rosto e desloqueei vendo 17 mensagens no ícone do Whats.

Tinha mensagem do Matheus, mas na hora eu nem me preocupei em abrir por que o que chamou minha atenção foi o número desconhecido com 14 mensagens. Não tinha foto de perfil e isso foi o que me criou paranóia, senti minha barriga doer de medo na hora e cliquei abrindo, sentando na cama.

Foi quando eu vi textos e mais textos que me diminuiam, me xingavam de corna e dizia que aquilo tudo era só pra esfregar na minha cara o quanto eu sou burra! Na hora meu coração disparou, desci o olho terminando de ler e pude ver a sequência de fotos. A primeira era uma certidão de nascimento "Ravi Vieira Reis". Sobrenome do meu marido o último, em baixo a foto de um menino, uma criança, e foi a última que acabou comigo. Nela o Matheus segurando o mesmo menino, os dois juntos em uma piscina distraídos. Meu peito doeu de uma forma inexplicável, senti um incômodo na garganta que até pra chorar foi difícil.

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Fora da LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora