Fora da Lei

05

2N 🚩

Final do dia, porra nenhuma pra fazer eu encostei onde minha coroa mora, ela reclama pra caralho. Fala que eu não tô nem aí, só quero saber de ficar com a Raissa. Mó mentira, só não tenho tanto tempo pra ficar vindo pra cá.

Gosto de vim uma vez ou outra, tem nem necessidade de tá brotando aqui todo dia, mas por ela, porra, eu ainda morava aqui. Nunca tinha saído de perto. Gosto da minha vida na minha área, desde menor mesmo morando aqui eu cresci no Salgueiro também.

Tinha uma parte da família lá, uns primos meus, já era um motivo pra dizer que ia pra lá. E também foi ali que conheci minha mulher, depois que me aproximei o motivo pra tá lá todo dia era ela.

2N: E tu vó, tá precisando de alguma coisa? Remédio? - Falei com ela que tava quieta.- em velha?

Nair: Velha é tua mãe.- Respondeu puta, quer estressar é só chamar de velha, ela fica nervosa.- tô cansada de remédio, só quer me dar dinheiro pra isso. Cadê que oferece pra tomar uma pinga?

Jefferson: A senhora tá muito pra frente dona Nair.- Meu irmão disse dando risada.

2N: Tu tá vendo mano? Como pode uma coisa dessa? - Neguei com a cabeça.- se a senhora tomar uma pinga cai logo pô, aguenta mais nada não! Tem que ficar em paz, tomando um suquinho e pá.

Nair: Mas eu quero é pra cair mesmo, ficar doidona por aí, nunca vi tomar cachaça pra ficar boa, pra ficar boa eu tomo é remédio.

2N: Eu que não vou ser responsável, teu filho ali me mata ó.- Apontei com a cabeça pro meu pai.- quer arrumar b.o com ele é só te dar bebida.- Ela resmungou brava, só risada com ela, minha veinha é braba.

João: A pessoa quer se nova depois de velha.

Meu pai foi falar pra que? Aí que começou mermo, ela xingou ele todinho, tá nem aí pra nada não, só não xingou mais por que minha mãe chegou mandando parar.

Luciene: Que milagre é esse meu filho por aqui? Nem lembrava mais que tinha um caçula! - Já começou vindo me abraçar.- se eu soubesse tinha vindo pra casa cedo. Tá bem você? - Me apertou.- tá gordo em, a outra sabe fazer comida pelo jeito.

2N: Começa não pô.- Soltei ela.- e ai, como a senhora tá? Cheguei aqui cedo com o Jefferson, ela tava lá na favela, aproveitei a viagem dele.

Luciene: Só assim pra vim ver a mãe né, coisa feia! Tô te observando. E esse braço desse jeito? Que foi?

2N: Cai fazendo um corre lá, mas tá melhorando.

Luciene: Presta atenção Matheus, da outra vez foi o pé, agora o braço, toma cuidado meu filho, pelo amor de Deus. Você sabe como eu sou e você some, não da notícia e só aparece assim, todo machucado!

2N: Como não dou notícia? Direto tô te mandando um whats lá, perguntando se a senhora tá bem, se tá precisando de alguma parada.

Luciene: Não é a mesma coisa.

João: Mulher para de ser chata.- Dei risada e ela bolou legal com ele.- Matheus tá casado, Jefferson também, tem o que fazer não.

Meu bolso vibrando toda hora, sem parar, quando olho era ela avisando que tava na frente da casa me esperando.

Mandei mensagem logo cedo pra Raissa passar aqui, eu tô a pé, vim com meu irmão e não ia pedir pra ele me levar lá de novo. Ela não gosta, fala que depois minha mãe mete o pau nela mas veio.

2N: Raissa tá aí fora, tô metendo o pé.

Nair: Fala pra ela entrar Matheus.

2N: Vish ela não entra nem a pau, conheço bem! Qualquer dia apareço aí de novo.- Olhei meu pai abrir a porta.- tchau vó, a pinga qualquer dia nós joga pra dentro.- Pisquei e ela riu.

Nair: Assim que eu gosto, tu não vale nada, é meu sangue mesmo.

Falei com a minha mãe que tava achando ruim que eu tava indo embora, com a mulher do meu irmão que tava chegando e vi a Raissa acenar pra minha vó e mandar beijo de lá de fora mesmo, ela retribuiu e eu saí falando com meu pai.

Ele gosta pra caralho da Raissa, nunca negou isso por causa da minha mãe, tanto que tava lá fora conversando com ela. Falei com ele também e entrei dando um cheiro na minha gata. Ela tava bicuda, não disse nada mas já logo meti serinho perguntando, tô nem vendo.

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