Fora da Lei

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MARATONA 8/10
2N 🚩

Bárbara: Que junto com esse filho de vocês venha um amadurecimento da Raissa! O perdão também, as duas coisas andam juntas. Me deu nem local de fala, depois que ela veio aqui te ver aquele dia nunca mais eu vi, poderia te pedir pra fazer uma ponte nossa, mas ela não quer não, fica postando indireta pra mim lá no Instagram, conversar eu sei que não tá afim.

2N: Até porque eu não ia fazer ponte nenhuma não mano, tu que errou, tu que vai atrás do teu prejuízo! Sei de nada que tu tá falando que ela posta não, agora vim falar de amadurecer? - Dei risada mermo.- tu tem sorte que ela não quis te foder, porque se quisesse tinha te rodado por isso aqui tudinho, já te falei que o erro foi da tua parte!

Bárbara toda vez que me ver que tocar no assunto da Raissa, não se conforma nunca, quer sempre falar alguma coisa, sei lá cara, acho que ela espera que eu faça alguma coisa, mas eu posso fazer o que?

Na minha vez corri atrás sozinho, fiz o que eu pude sozinho. Pra tu ver que quando a pessoa é boa ela faz falta, porque se não fizesse ela nem tocava no nome, já tinha esquecido.

Bárbara: Se você que fez coisa pior ela perdoou, por que não pode se entender comigo?

2N: Mas tu não move um dedo Bárbara, quer tanto se entender e não vai falar com ela por que? Quer me usar de pombo correio? Eu não fui expor nada da nossa intimidade pra quem quisesse ver não....mas você tomou as dores e foi postar sem nem eu saber! Tu sempre viu a forma que a minha mãe perseguia e sempre falava que não tinha motivo, aí do nada ficou igual. Quis dar motivo pra gente que nem convive continuar falando! É foda.

Falei isso e me sai também, ah vai tomar no cu, pessoa parece que quer receber as coisas só na mão, não quer fazer um esforço.

Fica aí por todo canto falando que minha mulher não amadurece mas ela é bem madura po, todo mundo ver o quanto ela é madura....não olha pro próprio rabo, tá de brincadeira mermo!

Só rindo de uma parada dessa, se não fosse o tanto que fez por mim sem querer nada em troca nem eu olharia na cara hoje em dia, porque foi me expor lá também, falar da minha situação, que eu chamava por ela em cima de uma cama.

Mas me segurei quanto a isso, gostei? É óbvio que não, falei um bolo pra ela e pra minha mãe, falei tanto que ficaram até com raiva de mim. Mas depois tava lá me ajudando, vou me fazer de cego pra isso não.

Infelizmente as pessoas boas tem seus erros também, fazer o que? Pra mim as duas não são pessoas ruins não, até porque se fosse eu nem faria questão!

Você ter uma idéia que nem é verídica formada por alguém é a pior merda, sei porque também passo por isso! Muitos quer julgar, apontar, mas quando conhece vê que nós é humilde, entende que se sentar numa mesa comigo vai beber e comer, se for irmão, bagulho do peito, nem paga!

E nem é questão de dar as coisas pra falar que dou, odeio isso, mas fortaleço os meus. Minha mãe no dia da briga quis surtar e falar que cuidou de mim, mas eu joguei as coisas que eu dou?

Tá em casa própria porque eu coloquei, tem carro porque eu dei, cuida da aparência porque eu quero dar essa oportunidade, e mesmo quando tô de cabeça quente não gosto de apontar o que foi que eu fiz.

Mas mesmo assim reparo, reparo que eu faço de tudo pra não jogar o que eu faço na cara e na primeira oportunidade a pessoa tá lá mostrando o que fez pra mim.

A pessoa zelar por família é coisa séria, porque as vezes tu quer o bem, quer evitar briga, afastamento e por isso vai só engolindo as coisas!

Sou cabeça, se fosse porra louca teria parado de falar com a minha mãe desde o tempo que ela começou a implicar com a minha mulher, mas eu amo, tento, faço de tudo, não só pelas coisas que ela fez por mim não, mas sim porque eu amo, quando tava aí jogadão, ela que ia lá em casa me dar uma moral.

Limpar as coisas, fazer comida, me chamar pra cá, mãe é mãe, pode te julgar, bater, surtar, mas na hora do aperto tá ali, independente do erro!

2N: Vai comer não barriga de chopp? Tua tia tava te chamando lá dentro.- Falei com o Ravi que veio correndo me entregar a camisa dele.

Tava jogando bola na rua, tá soltinho, do jeito que gosta, suor escorrendo na testa.

A mãe fica "aí passa protetor se for pro sol" que mané protetor? Vai ficar no sol, vai se queimar, vai rasgar roupa, sujar, porque criança é isso. Na minha época não tinha essas frescura não, por isso essas de hoje é tudo fresca, tudo leiga.

No começo ficava todo na dele, bem que meu pai disse que pra se enturmar é com o tempo, porque agora ele mesmo pede o que quer, chama a vó, fala com todo mundo. E só se eu tiver maluco pra buscar ele e não trazer pra ver os primos, é a primeira coisa que ele pede.

Ravi: Pai quero água, pega pra mim, por favor.

2N: Vai lá dentro e pede pra Bárbara, e aproveita que daqui a pouco vai almoçar e ir pra casa da tua vó.

Ravi: Eu posso ficar aqui?

2N: Não. Se veio pra ver ela também vai ficar fazendo o que aqui? Amanhã tu vem, te trago cedo e pego só de tarde! - Ele assentiu e correu pra dentro de casa.

Fiquei sentado ali na porta, solzão do caralho. Jefferson apareceu e nós já tava vendo pra poder tomar uma, tem como não, tempo pede.

Ravi voltou correndo e foi pra rua de novo, para nunca, só anda correndo, tava com os moleque aqui da rua e o mais velho do Jefferson, o mais novo não acompanha eles não, nem consegue.

Nós tava ali trocando um papo, só escutando a gritaria dos menor mas do nada veio um grito de choro, conheci na hora. Coração até disparou porra, já chamei por ele e fui caçar. Quando chego perto um outro moleque veio apavorado dizendo que meu filho tava sangrando.

Aí imaginei que tinha ralado perna né? Coisa assim, simples. Mas não, tava no chão que nem se levantava, quando levantei ele só vi a testa rachada e o sangue por toda parte. Jefferson já apareceu atrás e eu segurei o Ravi que se acabava de chorar e repetindo que ia morrer.

Inocência é foda. Já bati as mãos no bolso, tirei meu celular e destravei meu carro, comecei a ligar pra Raissa sem parar, quarta chamada e ela me atendeu, tava sem nada do Ravi comigo.

Meu irmão entrou com ele no colo e pedindo pra ele não abaixar a cabeça, mas era o mesmo que nada, tentava estancar o sangue e meu moleque gritando.

Arrastei com o carro e fui falando com a Raissa, expliquei onde que tava os documentos do Ravi e pedi pra ela por favor levar pra mim, passei o hospital que eu tava descendo, ela disse que tava com a chave de lá de casa e tava saindo agora.

Falei que tinha que ser correndo mas que era pra ela tomar cuidado, baixei lá rapidão, já descemos com ele, foram levando pro atendimento e me mandaram ir dar a carteirinha ou documento de identificação, tentei explicar que não tava comigo mas que iam trazer, então levaram ele pra dentro e eu fui atrás. Só viraram pra mim e avisaram que vai ter que dar uns pontos, nessa hora só peguei meu celular pra passar a visão pra mãe dele.

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