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O bipe espaçado da chamada do celular, ao mesmo tempo que me irrita, também me é um alívio visto que eu finalmente consegui encontrar o sinal da operadora. Quando percebo que a chamada completou, a satisfação e euforia tomam conta do meu corpo.

- Que bom que você atendeu!

- O que você quer, criatura?

- Bom dia, Alexia! – Adiciono um pouco de ironia devido à recepção nada calorosa que minha amiga me dirigiu. – Achei que você gostasse de conversar comigo.

- Eu adoro conversar com você. – Ela faz uma pausa. - Quando você não me acorda no meio da madrugada para...

- São nove da manhã.

- De um feriado, Kyra! – Alexia diz, irritada. – Eu deveria ter feito como a Luna e ter viajado para um lugar sem cobertura de celular. Não que ela fosse prestar atenção no celular de qualquer maneira, tendo o Alejandro do lado dela...

- Tem como você focar em mim, Alexia? – Chamo a atenção da minha amiga e recebo um suspiro como resposta. – Eu estou um pouquinho desesperada com tudo que anda acontecendo durante esses últimos dias e... cheguei à conclusão de que não foi uma boa ideia chamar o Alan para passar o feriado.

Isso parece ter fisgado a atenção dela.

- E por que exatamente você chegou nessa conclusão?

- Porque... porque ele... – Eu mordo a parte interna da minha bochecha. – Ele me deixa confusa. E eu já sou confusa naturalmente, então você imagina o estrago e...

Eu me interrompo assim que escuto alguém chamar o nome de Alexia ao fundo, de modo manhoso, como se tivesse acabado de acordar.

Minha boca se abre e eu quase engasgo ao reconhecer o dono daquela voz pois, muitas das vezes que eu buscava Alexia no trabalho, acabava esbarrando com ele que sempre me cumprimentava.

- É o Renzo? - Escuto o barulho de um travesseiro atingindo algo e eu arregalo meus olhos. Logo em seguida, é o ranger da porta que chega aos meus ouvidos. - Alexia Maximo!

- O que é? Eu não vou ficar ouvindo seus dramas na frente dele. - Eu prendo a respiração e minha amiga nota, por causa do meu silêncio, sua falha. Sua voz é mais baixa quando ela volta a falar. - Não é nada demais.

- Você está dormindo com o Renzo?

- É casual.

- Mas ele é seu chefe.

- Kyra Romantini, você é a última pessoa no mundo que pode me julgar.

Solto uma lufada de ar, demonstrando o quão absurda é a comparação.

- É completamente diferente.

- É, vocês são apenas platônicos. – Eu reviro os meus olhos e recebo a repreensão de Alexia. Pela forma como as palavras chegam aos meus ouvidos, aposto que ela as diz com os dentes cerrados. – Na verdade, isso parece a um passo de mudar já que você disse que o Alan te deixa confusa.

Ela diz a última palavra de forma doce e provocadora, o que me fez me arrepender de ter discado seu número em meu telefone. Alexia, ao contrário de mim, parece se divertir bastante com a situação.

- E isso quer dizer que você voltou a ter pensamentos eróticos com o Alan?

- Eu não tenho pensamentos eróticos sobre o seu primo, Alexia! – Minhas maçãs do rosto assumem um tom avermelhado e eu ajeito minha postura. – Tá... tá legal. Talvez, apenas... Ok, eu tive um mini pensamento quando nós dois acordamos hoje meio embolados e...

Um namorado para o feriado | AlyraOnde histórias criam vida. Descubra agora