The Mansion

doze

"o tipo de cartas de amor que eu escrevo são aquelas que você lê na cama, debaixo dos lençóis e com uma mão entre as pernas" - michael faudet

Ainda que estivesse frustrado, se orgulhava de ser um bom profissional, pontual e atento, além de sempre dar o melhor de si em um projeto. 

Foi o que fez, ainda mais que o de olhos azuis nunca respondeu sua mensagem então pensou que seria uma boa hora para parar de pensar nele. 

As semanas seguintes foram todas de extrema dedicação e cansaço, estava imerso completamente no personagem - era um filme sobre a relação de um pai juíz com um filho advogado - e portanto sem tempo algum de ir nas festas da mansão ou passar uns dias em casa. O esforço não vinha sem prejuízos, claro. 

***(CENA DE USO DE DROGAS)***

Estava tomando muitos estimulantes e cheirando cocaína para focar ao todo no papel que estava desempenhando, e já estava tão acostumado com isso que por vezes sua performance era até melhor drogado do que sóbrio. 

Horan se sentia mal vendo o chefe - e amigo - naquele estado, mas não havia nada que algum deles pudesse fazer.

Ele ficava atualizando Elle sobre a rotina do ator, trocando mensagens sobre o aumento do consumo de drogas e como ele ficava horas no banho - podia jurar que escutou um choro baixinho enquanto ele estava no chuveiro do trailer um dia - todo dia quando as gravações terminavam, geralmente às cinco da manhã. 

Harry estava cansado e não tinha mais nenhuma válvula de escape. Para onde virava tinha alguma obrigação cinematográfica, e mesmo com as chamadas de vídeo com a mãe e a irmã, sentia muita falta delas. 

"As filmagens acabarão em breve" ele pensava enquanto colocava uma pílula na língua. 

***(FIM)***

Não era bem o trabalho, ele gostava do que fazia, mas era a falta de tempo, a sua quase exploração, sem nenhuma possibilidade de lazer.

As semanas de Louis foram tão apáticas quanto. Os dias se misturando uns nos outros na mesma rotina de sempre, cansado dos clientes, do fingimento, de não sentir prazer nenhum naquilo que fazia mas ao mesmo tempo sem saber fazer qualquer outra coisa. 

Assim que leu a mensagem imaginou que Harry tinha encontrado outra pessoa para satisfazer seus desejos ou, sabe-se lá o que o ator estava fazendo. 

Nunca mais nem o viu nas festas e pensou que talvez o de olhos verdes o estava evitando, talvez tenha considerado o sexo aquele dia um erro. Também não queria pensar mais sobre isso. 

Ele era um prostituto e portanto era isso que iria fazer: trabalhar.

Louis e Liam chegaram a ver Zayn de novo nas festas mas nem se esbarraram - o menor pensou várias vezes em ir até ele perguntar sobre Harry, mas nunca foi. 

Estava sempre rodeado de garotas e morgado demais de maconha para saber o que estava acontecendo ao redor. Era uma figura distante e imponente nas mesas do fundo.

O dia chegou quando Harry estava sentado no sofá do trailer, fora de si de tão chapado que estava, e nesse momento, apesar de o menor não ter passado por sua mente nas últimas semanas, era só isso que ele conseguia pensar. 

As mãos estavam trêmulas e não parava de ranger os dentes. Precisava de algum tipo de alívio. 

A combinação das drogas com semanas de frustração sexual causaram alucinações febris no rapaz, lembrando da sensação dos ladrilhos frios do banheiro contra seus joelhos, do cheiro cítrico do menor, da temperatura de sua pele... Ele não podia mais continuar assim.