Harry Styles é um ator célebre que frequenta festas organizadas para satisfazer todos os prazeres de seus convidados, e em uma noite um acompanhante chama sua atenção.
"eles dizem "siga seu coração", mas se ele estiver quebrado em um milhão de pedaços, qual deles você segue?" - anônimo
Desceu do carro quando este fez a curva para os fundos da mansão, já que a última coisa que estes famosos queriam era terem seus nomes estampados em manchetes sensacionalistas tais quais "O SUBMUNDO DAS ORGIAS ORGANIZADAS PELA ELITE DE HOLLYWOOD".
A discrição e o anonimato eram justamente os atrativos das festas, sempre organizadas nos mínimos detalhes para evitar qualquer tipo de problema.
Antes de entrar os participantes eram obrigados a assinar acordos de não-divulgação, e caso alguém vazasse alguma coisa, a vasta equipe de advogados estava de prontidão para processar aquela pessoa por alguns milhões de dólares, além de fazerem da vida dela um inferno.
O que funcionava muito bem já que nunca houveram casos assim desde que as festas começaram a ser organizadas.
As celebridades só podiam participar se tivessem um convite formal de algum dos donos da festa, e no convite - envelope preto com caligrafia dourada, tão elegante que ninguém ousaria dizer que dentro do envelope se encontrava um convite para algo tão depravado - havia uma senha para ser usada na porta dos fundos, individual para cada pessoa e que era trocada a cada noite.
Para os "funcionários" - a maneira mais apropriada que os engravatados acharam para chamar os acompanhantes que eram pagos para entreter os convidados - os procedimentos eram ainda mais rígidos: tinham suas vidas pessoais esmiuçadas para terem certeza de que não tinham passagens na polícia, problemas mentais graves e que não eram fãs loucos atrás de conhecerem os ídolos.
Tinham também que fazer exames de sangue regulares, afinal, o negócio lucrativo que os executivos tinham iria por água abaixo se em uma noite uma IST fosse transmitida para os rostos mais célebres do mundo do entretenimento.
Além disso, as mulheres precisavam comprovar que estavam usando algum tipo de anticoncepcional, uma regra que havia sido imposta depois de uma funcionária ter engravidado em uma das festas.
Mas para que essas exigências fossem cumpridas à risca, os acompanhantes eram muito bem pagos, e mais eram contratados toda semana, já que os famosos adoravam rostinhos novos que os proporcionassem mais prazer.
Harry então se dirigiu até a porta - escura, envolta em alguns arbustos como que para não chamar nenhum tipo de atenção - e digitou a senha que a destrancava.
Quem visse a mansão de fora jamais imaginaria o que tinha por dentro.
Assim que ele abriu a porta, mais parecia um anfiteatro, o piso era de mármore branco, as paredes eram altas e imponentes em tons escuros, com lustres e mais lustres que emitiam uma luz fraca, dando lugar ao jogo de luzes vermelhas e roxas que iluminavam o ambiente.
Haviam dançarinas de tecido flutuando do teto, um bar com prateleiras infinitas das mais variadas bebidas, palcos onde os funcionários faziam performances sensuais, sofás de couro vermelho e preto distribuídos pelos cômodos, divãs de veludo e tapetes persas caros e bonitos demais para acabarem no fim da noite com manchas de vinho, vômito e gozo.
Homens e mulheres vestidos das mais diferentes roupas - não sei se poderíamos chamar de roupas, mostravam mais do que tampavam - passavam servindo bebidas e linhas de cocaína para os convidados e Harry ainda poderia jurar ter visto até cabines com cartomantes dentro - nuas, é claro - mas não sabe por que alguém se interessaria em saber o futuro, já que tudo que ele queria era viver aquele exato momento ali, debaixo das luzes avermelhadas e aquele ar carregado de sexo.
Seguiu em direção ao bar, passando por entre amontoados de pessoas fodendo, gritando, cheirando, estourando garrafas de bebidas, dançando, e esboçou um pequeno sorriso de antecipação do que a noite tinha guardado para ele.
Sentou-se em uma cadeira do bar e ficou alguns segundos olhando as opções de coquetéis até que um dos bartenders veio ao seu encontro.
- O mesmo de sempre, Styles? - disse enquanto colocava um copo de vidro em sua frente.
Por algum motivo que não saberia dizer, Harry recusou.
- O que posso pedir que seja leve mas que vai me deixar monumentalmente bêbado, Tony?
- Você parece gostar dos meus Spritz, posso fazê-los com absinto hoje, vai estar com a língua dormente com poucos goles - disse o bartender, dando uma risada fraca.
- Ótimo! - Harry agradeceu juntando as mãos ao peito.
Enquanto esperava o drink pegou o celular no bolso da calça:
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Zayn Malik era o mais próximo de um melhor amigo que Harry poderia ter.
Se conheceram nas filmagens de um filme onde contracenaram como irmãos que se reencontraram em meio à uma guerra e aparentemente passar três meses em trincheiras enlameadas é uma ótima forma de ficar íntimo de alguém.
Zayn não era muito aberto, falava o necessário e era sempre pontual em suas colocações, o que Harry tomava como uma sabedoria adquirida para além de seus 25 anos, mas ao mesmo tempo era extremamente egocêntrico, não tinha nenhuma história triste por trás - pelo menos nenhuma que ele mencionara - e sempre foi muito mimado, o dinheiro e a fama só confirmaram o que ele já achava na cabeça dele: que ele era interessante pra caralho.
Desde então compartilhavam muito de suas vidas um com o outro e sempre trabalhavam juntos quando surgia a oportunidade, a química entre os dois era fantástica e os diretores sabiam disso quando os escalavam pra algum filme esperando o retorno da bilheteria farta de fãs apaixonadas pelos dois.
E festejavam juntos também, por vezes dividindo os mesmos homens na cama.
Mas nunca havia falado com ele sobre o sofrimento que carregava consigo, e Z - se chamavam pelas iniciais dos nomes - também nunca perguntou, pois achava falar sobre isso uma perda de tempo, por que falar sobre histórias trágicas da infância quando poderiam fumar maconha e rir de vídeos de modelos caindo na passarela?
Zayn achava hilário e pensava que nunca passaria por aquilo pois era um "modelo superior" àqueles dos vídeos.