sessenta e oito

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"eles escorregaram rapidamente em um tipo de intimidade da qual nunca se recuperaram" - f. scott fitzgerald

Ainda era cedo quando o irlandês atendeu a ligação de Fanning contando sobre o que acontecera na noite anterior. Mas, apesar do assistente ter ouvido graciosamente e respeitosamente a reclamação da modelo, assim que desligou o telefone soltou um muito esperado suspiro de alívio.

Primeiramente ficou surpreso com o de olhos verdes. Surpreso por que era tão automático esperar que ele fugisse ou se amedrontasse em uma situação daquelas, tendo em vista outras vezes que Louis - ou qualquer outra pessoa - precisou dele e ele não estava lá.

Talvez em qualquer outro momento, diante de uma situação tão delicada, Styles ficaria com medo. De que acabasse ficando em perigo também, de alguma história ser vazada na imprensa ou principalmente o medo da intimidade que é morar com alguém.

Mas ele não fugiu. Não dessa vez.

E pensando nisso é que Horan se sentiu aliviado e esperançoso, porque Harry estava mudando. Estava mudando há um bom tempo, mas agora, quando era mais importante, ele conseguiu mostrar um pouco da pessoa que estava prestes a se tornar; e essa pessoa era corajosa, decidida e atenciosa.

E isso tudo só foi possível por causa de Louis Tomlinson. Foi o de olhos azuis que fez essa mudança valer a pena aos olhos do cacheado, e por isso Niall seria sempre grato.

Com tudo isso em mente, não pôde resistir de pensar em como isso tudo seria uma grande oportunidade para ele. Se o chefe estava amadurecendo - nem que seja um pouco -, talvez ele não precisaria mais de ser monitorado a cada passo... talvez o irlandês pudesse descansar um pouco mais e não se preocupar tanto em estar presente o tempo todo.

E mesmo que o ator voltasse a exigir um pouco mais de cuidado, teria uma nova pessoa para isso, uma pessoa que havia escolhido a dedo para ficar ao lado dele desde que o conheceu. E o melhor de tudo era que talvez, enfim, Elle percebesse que o namorado não precisa mais tanto dela, e ficasse livre para notar o acumulado amor de Niall. "Parece que tá tudo se encaixando", pensou.

Os dois combinaram de se encontrar na hora do almoço para conversarem mais.

- É bizarro pensar que um cara pode ficar tão fascinado em alguém que chega a invadir seu apartamento ou ameaçar sua família  - Horan arregalou os olhos e balançou a cabeça

- É o que ele diz - deu de ombros - Nem sei se acredito - mexeu o drink com o canudo - Deve ter inventado isso pro Harry ficar com pena e deixar ele lá em casa

- A gente tem que admitir que na profissão dele a probabilidade de topar com alguém doido ou perigoso é muito grande - passou a mão no pequeno topete que havia estilizado

- Hm - considerou o argumento enquanto bebia - Mesmo assim, pra quê ir pra lá? Ele não tem aquele amigo dele não? Leo?

- O Liam saiu da cidade, foi fazer algum curso de gastronomia em Boston, eu acho - comeu um pedaço da carne em seu prato - Aquele que morava com ele... deve ter sido até por isso que esse cara aí conseguiu pegar o Louis. E acho que fora o Liam, ele não tem mais muitos amigos

- Será por quê, né? - respondeu em um tom irônico e levemente ácido

- Ah, para, ele não é tão ruim assim - se ajeitou na cadeira - Acho que você devia dar uma chance pra ele. Ele não vai embora tão cedo

- Não fala isso, Niall, pelo amor de deus! - passou a mão na testa franzida - A gente vai resolver essa coisa do perseguidor e ele vai logo poder voltar pro apartamento dele

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