setenta e cinco

108 11 54
                                    

"embora eu não seja seu, jamais poderia ser de outro" - mary shelley

Nada poderia abalar Louis Tomlinson. Não agora que conseguia sentir o gosto da felicidade na ponta da língua. Tão na ponta da língua que o menor toque poderia tê-lo feito dizer "Eu te amo", mas estava feliz que não havia dito naquele momento tão íntimo, justamente porque achava que o sentimento já estava mais do que claro nos impulsos do quadril, no tensionar dos músculos ou escorrendo pelos lábios. 

Nenhum toque estranho poderia fazê-lo recuar por que mesmo ainda transando com clientes, tudo que ele via era o rosto de Harry. Mas, principalmente, quando se olhava no espelho agora, ele não via uma criatura nauseante, digna de pena, uma coisa não-amada; ele via alguém que amava, que era merecedor de amor. 

Não se sentia mais velho e empoeirado como uma bicicleta esquecida no porão, se sentia embalado em plástico, brilhante e polido. E era tão bom amar e se sentir fortalecido e empoderado naquele sentimento que Louis jurou que poderia correr uma maratona com toda aquela energia. 

Estava tão bem que nem se importou com a mensagem de Harry avisando que ficaria mais dois dias fora para fazer uma pequena viagem, mas que quando voltasse eles iriam assistir todos os episódios atrasados de The Great British Bake Off, o que fez Louis sorrir.

Passados os dois dias, Tomlinson retornou à mansão em Calabasas e ficou ainda mais contente de encontrá-la vazia, sem Elle para perturbá-lo sobre alguma coisa. Comeu cereal - Cocoa Puffs, que Harry deixava em evidência da dispensa pois era seu preferido -, nadou um pouco na piscina e foi tomar banho para depois ligar a TV e gravar os episódios do show. Saindo do banho, viu uma mensagem de Niall.

Seria uma surpresa? Um outro jantar à dois? As borboletas se reviraram no estômago só de pensar, mas isso acontecia toda vez que pensava em Styles, de qualquer forma

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Seria uma surpresa? Um outro jantar à dois? As borboletas se reviraram no estômago só de pensar, mas isso acontecia toda vez que pensava em Styles, de qualquer forma. 

Trocou de roupa e, no caminho até o hotel, um pensamento ecoava cada vez mais alto: "Essa é a hora... eu vou dizer pra ele!". Já não conseguia mais manter o segredo para si. Ele sentaria na frente do ator, se encantaria pelos olhos verdes como se fosse a primeira vez, e simplesmente falaria tudo que sentia.

A cada passo do carro até a recepção, o sentimento se solidificava ainda mais, e ele estava convicto. Convicto de que o amava como a chuva ama a Inglaterra, poeira ama bibliotecas, museus amam ossos, vinho ama roupas brancas, ferrugem ama metal, rum ama coca-cola, ladrões amam joalherias, navios amam âncoras, troncos de árvore amam hera, torradeiras amam pão, cobertura ama bolo, realeza ama tradição, anfiteatros amam gladiadores, raios amam antenas, vassouras amam bruxas, Outubro amam abóboras, ficção ama livros, pias amam bagunça, carimbos amam tinta, parques de diversão amam algodão-doce, professores amam trabalhos em grupo, gravidade ama maçãs, cristais amam o luar, tesouras amam papel, geleia ama pasta de amendoim, agulhas amam dedos, como um hipocondríaco ama comprimidos ou como champanhe ama pódios. Como mágicos amam coelhos, chiclete ama cabelo e asfalto ama joelhos.

Quando enfim avistou o dono de seus anseios, ele estava com o rosto inchado e com os olhos desorientados, segurando um copo curto e rebuscado de uísque enquanto aconchegava seus lábios nos ouvidos de um homem muito bem vestido. E em um mero segundo, foi como se um relâmpago arrebentasse o chão e abrisse um buraco que engoliu Louis por completo em lava fervente, derretendo suas vísceras com extrema facilidade. 

 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


em breve a quarta e última temporada

The MansionOnde histórias criam vida. Descubra agora