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Tudo mudou após aquela viagem, aquela relação, a vida de S/n Carpenter. Ela já não sabia o que é real ou não, não sabe em quem confiar.
Se todas aquelas pessoas não tivessem se aproximado talvez ela ainda estivesse feliz, ou talvez viva.
or...
"Você me pede para não partir, mas não me dá razões para ficar."
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Entro em meu apartamento e me deparo com Sabrina em frente a bancada da cozinha fazendo um sanduíche.
── Como entrou aqui? ── pergunto deixando minha bolsa sob o sofá e indo até a cozinha ── Eu tranquei a porta.
── Você me deu uma copia caso perdesse a sua chave.
── Mas era pra mim não pra ti.
── Eu queria fazer uma surpresa então não enche S/n.
── E o que é?
── Uma noite nossa.
── Vou tomar um banho e já volto.
Como moro em um apartamento por ser mais prático e seguro, normalmente não fecho algumas portas, mas eu não me recordo de deixar uma chave com ela e tenho certeza que tranquei. Seria mais fácil ela ter dito que pediu para o zelador, já que é a última opção restante.
Tomo um banho rápido porém relaxante e coloco um vestido de verão solto. calço meu chinelo e volto para sala, onde Sabrina está sentada no sofá com uma bacia de pipoca em seu colo, sanduíches e garrafas de cerveja sobre a mesa de centro. Na TV passa algum episódio aleatório de Friends e ela olha atenciosa para a TV. Quando éramos crianças antes de dormir sempre assistiamos no mínimo três episódios antes de dormir. Nossa mãe sempre deitava com a gente e ficava lá até que nós duas tenha pegado no sono.
Assistimos três episódios mas logo mudou para The Vampire Diaries, e como nós já assistimos a série várias vezes e está em um episódio da metade da última temporada, entramos na Netflix.
── Vamos assistir Twilight? ── sugiro e ela logo coloca o primeiro da saga para assistir.
Assistimos um filme e metade do segundo, mas estava ficando muito tarde e acordamos cedo para ir trabalhar, então Sabrina foi dormir no quarto de hóspedes e eu fui oara o meu.
[...]
Eu simplesmente odeio quando me perguntam a respeito do Johnny, porque eu odeio ele. Tudo de ruim me leva a ele. A porra da família tóxica dele que queria me expor porque aquele desgraçado revelou minha identidade. Só de lembrar que eu poderia estar morta por culpa dele me trás muito medo. Relembro de tudo todas as noites. Sempre que me deito me lembro daquela maldita casa. Todos os abusos e invasões em uma só noite e sou obrigada a fingir que nada está acontecendo por receio da segurança da minha família. Eu odeio tudo que me leva à ele e me odeio por saber que me sinto presa ao meu pior pesadelo. Nenhum álcool, nenhuma droga, nenhum remédio, nenhum Deus, nenhum médico ou o que seja é capaz de me ajudar a curar, não tenho cura. A partir do momento em que acreditei que ele seria minha salvação, eu me perdi. Não sei quem sou e não sei quem um dia fui. Minha irmã, minha mãe e Savannah são as únicas que podem cuidar de mim, e as únicas com quem eu permito que conheça todas as versões de mim. Confio nelas com toda a minha vida e pretendo nunca machucar quem um dia le trouxe luz. Elas me tiraram do abismo que eu mesma entrei, e me ajudam com os problemas que criei.
