Isa

8 2 18
                                    


Eu me sentia péssima. 

      - Eu estou péssima. - Faço questão de dizer a Mine. 

      - Quer que eu te leve ao hospital? - Ao eu ver a minha expressão de descontentamento ela continua. - Posso ir na farmácia e comprar um antigripal. 

    - Isso parece bom. - Digo olhando e volta e sentindo falta de uma energia do caos.- Onde está a Hanna? 

   Mine parece ter um sobressalto. - Oh não! - Pega o celular e olha a caixa de mensagens. - Ela não me respondeu. 

   - Ela não te respondeu até agora e você não percebeu?- Digo e um tom de irritação na minha voz sai sem que eu queira. Mine parece se assustar um pouco. - Desculpe, não foi culpa sua, só me assustei com o sumiço dela. 

    Ela balança a cabeça e faz sinal para irmos. 

                                                                                         ***

      O apartamento de Hanna está fechado e sem sinal de vida. Mine bate na porta com força suficiente para acordar o prédio todo. Coloco as mão nas têmporas numa tentativa ineficaz de amenizar a latejante dor de cabeça que estava sentindo. 

      - Mine, para....para... PARA. - Digo pegando seu braço assim que ela começa a bater freneticamente quando não recebe resposta. 

     - E agora o que vamos fazer? - Pergunta. 

     Mine deveria estar com algum problema para reagir tão desesperada na situação. Tento não me contagiar com sua afobação e pensar. 

    - Eu tenho uma chave extra. - reviro a bolsa atrás do molho de chaves. - Do apartamento da Hanna. 

    Pego um chaveiro e uso pelo menos três chaves antes de encontrar a certa. Sinto a inquietação de Mine atrás de mim. Ao entrarmos no apartamento não há o menor sinal de Hanna ou que ela esteve ali nas ultimas horas. Começo a pensar que não falamos com ela na noite anterior. 

      - Eu acho que ela está sumida desde ontem. - Mine diz concretizando o medo que crescia dentro de mim. - E agora o que fazemos? - Ela pergunta aflita. 

      O celular de Mine toca fazendo com que nós duas déssemos um salto sincronizado. 

      - É a Hanna? -  pergunto esperançosa. 

     Ela faz uma cara de decepção e responde. 

     - Não, é o Samuel. - Desliga sem nem mesmo pensar muito. 

     - Ah...- Antes que eu possa dizer algo o celular volta a tocar. - Senhor!! Ele não te dá nenhum minuto de paz?? 

     - Pelo visto não. - Ela diz tão irritada quanto eu e desliga o telefone novamente. - Como eu ia dizendo... O que fazemos agora?

        Dou de ombros sem resposta. Pego o celular e começo a discar o número de Hanna, talvez ela só tenha tido alguma ideia mirabolante e esteja em algum lugar com Marcos.

      - Ligue pro Marcos. - Digo. - Vou tentar falar com a Hanna. 

       Mine liga duas vezes e na terceira caixa postal desiste encarando o celular como se ele fosse o culpado. Também falho em minhas tentativas.

       - Nada? - Pergunto mesmo sabendo a resposta que está estampada no rosto de Mine. - Talvez eles estejam juntos.- Fico um pouco mais calma com a possibilidade. 

Azul é Verde e VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora