Hanna

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      Eu não tinha muita noção de onde eu estava. Fazia muito tempo que estávamos ali eu já havia dormido e acordado duas vezes enquanto Hank só bebia. Como alguém pode beber e falar por quase um dia inteiro? Se não tivessem vários amendoins por ai eu teria morrido de fome. 

      Era um bar eu acho, parecia chique, contudo tinha um aspecto sujo e velho. Talvez proposital, mas como todos os homens dali eram uns brutamontes tatuados eu não conseguida considerar aquilo com um local de classe. Era escuro e tinha cheiro de escapamento de carro, estranhamente eu me sentia levemente confortável naquele ambiente. 

       - Hum... Hank? - Digo quando o barman serve mais uma dose de sei lá qual bebida amadeirada que ele estava tomando. Hank estava com a cabeça sobre o balcão e fazia algum tempo que ele não se mexia. Talvez tivesse entrado em um coma alcóolico  e eu finalmente pudesse escapar desse sequestro estranho. 

     Assim que me movo na cadeira, Hank acorda e solta um sonoro arroto que me faz querer vomitar. 

      - Aonde você pensa que vai? - Ele me olha de forma embriagada e em seguida nota que há um novo copo a sua frente então pega a dose e vira com tudo. 

     Volto a me ajeitar na cadeira. Eu não sabia que era possível sentir cãibra na bunda, mas depois de todo esse tempo sentada era possível sim. 

     - Hum... Hank. - Começo, e assim que ele larga o copo e me encara eu continuo. Sorrio. - Eu acho que ficou óbvio que essa sua ideia não vai dar certo, então por que você só não me leva de volta para casa? 

     Ele bate a mão na mesa causando um barulho enorme que quase não tem impacto no ambiente já barulhento, mas que é suficiente para me fazer encolher na cadeira. Olho em volta esperando que alguém perceba que estou aqui contra minha vontade, porém ninguém parece notar e na verdade parecem estar evitando Hank com todas as forças. Eu entendo, ele é alto, tatuado e super-hiper-mega musculoso, mas qual é? Temos uma donzela em apuros aqui. 

      - Ela vai me ligar e vir me ver, assim que perceber que a filinha dela desapareceu. - Ele parece muito confiante nesse plano estúpido para reencontrar minha mãe, mas sinceramente eu sei que se depender dela para que eu seja salva vamos ter que esperar mais do que um dia inteiro. 

E é isso que aparentemente vai acabar acontecendo. 



Azul é Verde e VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora