Mine

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Eu já havia visto Thomas exaltado uma vez, em um ano isso acontecera apenas uma única vez. Ele era sempre calmo e alegre, como se sua vida dependesse do quanto era gentil com as pessoas, porém as vezes em ocasiões específicas ele mudava completamente a forma de se expressar e agir. E agora o que estou vendo com toda a certeza não é o Thomas gentil que fica horas e horas na estufa cuidando de suas plantinhas sujas.

- Mais uma dessas e eu o prenderei por desacato. - A policial, que era um mulher loira com cabelos curtos e semblante sério, parecia não ter mais um pingo de paciência para lidar com Tom. Que exigia aos berros que eles começassem a busca por Hanna naquele mesmo instante.

Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa eu o puxo com toda a minha força e faço com vire-se para mim.

- Thomas!! - Vejo sues olhos esverdeados perderem um pouco do brilho raivoso. - Isso não está ajudando.

Ele anda de um lado para o outro impaciente.

- Mas isso é extremamente injusto, Mine, eles querem começar a procurar por ela amanhã, pode ser muito tarde!!

Ele tinha razão, no entanto eu não podia me deixar abalar e piorar ainda mais o humor de Thomas.

- Eu sei mas... - Meu telefone volta a tocar e já fico irritada pensando na possibilidade de ser Samuel, mas para minha surpresa é Alana quem está do outro lado da linha. 

    Atendo o telefone e me afasto de Thomas que parece está prestes a explodir seu copo de café recém adquirido com o poder da mente. 

    - Alô. - Alana lança sem rodeio. 

     - Alô, Mine? Boa noite. Pode vir me buscar no aeroporto e levar ao apartamento de Hanna, aquela imprestável não atende o telefone e eu avisei que chegaria hoje. 

      - Ah... claro. - Fico sem jeito de contar o aconteceu e resolvo explicar pessoalmente.     

      Alana desliga o telefone sem mais rodeios. 

     Volto para perto de Thomas que está com os dedos enroscado nos lindo cachos sedosos e desgrenhados de sua cabeça. 

      - Oi. - paro de pé a sua frente. - Ele me olha de lado e vejo que nós dos seus dedos estão brancos de tanto apertar os cabelos. 

     Suspiro e faço uma careta, eu sei que ele está nervoso, mas é até um pouco reconfortante, ter que cuidar do nervosismo dele faz com que eu esqueça do meu.  

     - Thomas. - Seguro seus pulsos e faço com solte os cabelos e me olhe. - Temos que ir ao aeroporto,  a irmã mais velha de Hanna acabou de chegar. 

     Para minha surpresa Thomas se solta, mas ao invés de se afastar ele entrelaça seus dedos nos meu e me força a sentar ao seu lado. 

      - Tenho que me acalmar um pouco. - Ele deixa escapar um sorriso e sinto seus dedos fazendo pressão contra os meus. 

     - Tudo bem. - Me encosto na cadeira envergonhada enquanto ele termina o café  calmamente. 

    - Como você consegue ficar calma numa situação dessas? - Ele diz por fim. 

    Eu não estava prestando atenção em muita coisa, então a pergunta me pega de surpresa. 

     - Ah... eu... na verdade estou bem nervosa. - Digo a verdade. - Isa fica calma com mais facilidade, mas até ela deve estar preocupada. Porém seu eu fosse perder a cabeça toda vez que Hanna faz algo idiota ou nos preocupa, eu estaria internada há muito tempo.  

     Ele sorri e solta minha mão, o que faz com eu me sinta estranha.

     - Vamos lá. 


Azul é Verde e VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora