Marcos

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               Era tarde, eu só queria beber um pouco depois de uma longa tarde andando de moto com os rapazes. Mas não beberia tanto assim, pois não estava a fim de ouvir as ladainhas de minha mãe, Tom ou Yun que conseguiam ser três pés no saco quando queriam. 

          A garçonete ser aproxima, ela parece ter acabado de entrar no turno, pois estava amarrando o avental. Eu gostava do outro barman que sempre chamava um táxi quando eu estava bêbado então não fico muito amigável ao ver que ele não está ali. 

      - Boa noite o que vai querer? - Ela é baixa e magrela, tem os dentes amarelados por causa do café, mas é bonitinha. 

     - Cerveja. 

     Ela se afasta de mim com seu sorriso manchado de café e volta trazendo um copo cheio de cerveja. 

    - Mais alguma coisa? - Fica sorrindo e me encarando. É irritante quando as mulheres falam comigo desse jeito meigo forçado. Então só balanço negativamente e espero que ela se afaste. 

    - Francamente. - Falo sozinho dando um gole na cerveja que não está tão gelada quanto eu gostaria. 

    Mordisco um amendoim olhando em volta.  "Mais umas duas e volto pra casa", penso, pois tinha muitos assuntos da faculdade para resolver. Era final de ano aliás, eu não era nerd como Tom e Yun, mas não ia deixar aqueles babacas me passarem. 

     Assim que faço sinal a garçonete trás um segundo copo. É muito menos meiga dessa vez, como deveria. Aproveito o momento para checar as mensagens, eu nunca olho o celular quando saio para andar de moto. "faculdade, faculdade, Tom., mãe yun e Três chamadas perdidas da Mine...? Isso me deixa intrigado, não somos amigos. Nem sei se gosto dela na verdade. Eu sei que o Yun gosta, mas prefiro a Isa e a Hanna...

     Quando penso em Hanna parece que consigo ouvir sua voz a poucos metros de distância. Fazia algum tempo que isso vinha acontecendo e eu não gostava, porém se tem uma coisa que não sou é covarde. Não sou como Thomas que esconde os sentimentos ou como Yun que acha que perfeito demais para que alguma menina o mereça. Não, eu assumo meus B.O ok? E se for pra me apaixonar eu não pretendo fazer isso como um bocó qualquer... Ouço Hanna novamente e começo a me questionar se estou apaixonado ou louco. 

      Eu tenho plena certeza de que ainda não enlouqueci e  por isso começo a procurá-la em volta e não consigo acreditar quando vejo seus cabelos loiros a poucos metros de distância. Ela está sentada no bar, parece está usando as mesmas roupas de ontem... Tudo bem eu ter reparado nela ontem na faculdade isso é perfeitamente normal... A principio penso em ir até lá, mas então vejo que está acompanhada de um cara grande e mais velho. 

      "Não sabia que ela era dessas" Dou um outro gole em minha cerveja. Eles estão conversando, não sei dizer sobre o que. O lugar é barulhento e estou bem longe. Continuo bebendo com uma certa irritação crescendo dentro de mim. "Será que fui feito de idiota?... não é impossível. Ela não sairia com outro cara desse tipo se pode sair comigo." Eu não podia deixar de notar as semelhanças entre nós dois. Ele tinha estilo e umas tatuagens legais. Era muito mais alto e musculoso, porém isso eram apenas detalhes, Hanna estava virada para ele de forma que eu podia ver suas bochechas rosadas, eles pareciam estar discutindo ao algo assim. Sinto uma vibração e pego meu celular do bolso. Thomas está ligando. 

      - Marcos? - Tom parece agitado do outro lado da linha e tem uma falação irritando ao fundo que me fazia sentir vontade de desligar o telefone. 

      - Não, é a Madre Tereza. Você me ligou né po*** quem iria atender? 

     - Já vi que está de bom humor. 

Azul é Verde e VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora