Capítulo 08

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Três anos atrás.

Isaac

Eu demorei para sair do carro, precisava amenizar os meus pensamentos conturbados. Alyssa já havia chegado, o seu carro estava estacionado na garagem do nosso prédio. Fiquei longos minutos controlando minha respiração, pensando na amizade de anos que perdi.
Alyssa não poderia saber, não queria causar mais estresses. Ela já estava bastante abalada com os detalhes do casamento que não saíram como o planejado. E descobrir que briguei com o Yuri de uma maneira bastante violenta, não vai ajudar. Eu já tinha conversado com o Oliver, ele concordou com minha escolha. Eu não vou mentir totalmente, só vou encobrir a informação.
Decidi subir até nosso apartamento.
O meu coração ficou acelerado, uma inquietação ondulava pelo meu corpo.
Peguei a chave dentro do meu bolso, abrindo a porta... O quê?
Fiquei estagnado na entrada.
A minha mulher estava pulando na sala, usando apenas um sutiã.
Alyssa arregalou os olhos na minha direção e mais pálida que um papel.

― ISAAC... FECHE A PORTA! ― Gritou, desesperada.

Imediatamente fechei a porta, tentando processar o que estava acontecendo.

― Que porra, Alyssa! ― Deslizei meus olhos por seu corpo nu, sentindo meu pau endurecer no mesmo instante.

― Eu sou um desastre, não pensei que poderia... ― Ela parou de falar, reparando no pequeno curativo na minha testa e depois desceu o olhar até minha camiseta que tinha gotas de sangue.

― Isaac... você... meu Deus!

― Não se preocupe, acabei me envolvendo em uma briga com um idiota bêbado. Ele passou dos limites e precisei me defender.

Ela abriu a boca, completamente chocada.
Alyssa me conhecia tão bem. Ela sabia que brigas e confusões eram do meu feitio, só defendi o que me pertencia.

― Está doendo muito? É melhor você procurar um médico... ― Aproximou-se, analisando cada detalhe do meu rosto.

Comecei a rir.

― O Gabriel, é médico. Esqueceu?

Ela ficou com as bochechas enrubescidas.

― Você perdeu o juízo? Aceitar provocações de um bêbado? Isaac, por favor. ― Alyssa saiu pisando firme, virando aquela bunda deliciosa na minha direção.

Ela caminhou até o banheiro social.

― Ele tentou me agredir. ― Menti, seguindo no seu encalço. ― Eu precisava me defender.

Fiquei encostado no batente da porta, assistindo a reação da minha mulher.

― E se ele estivesse armado? Idiota... você é um idiota. ― Esbravejou.

― Sem exageros, pêssego. Eu estou bem, cheguei em casa e não foi nada grave.

Alyssa ficou nervosa com minha briga, mas outra coisa estava a incomodando. Ela abriu a gaveta do balcão, pegando um espelho pequeno e colocando no meio das pernas.

O quê?
Mordi os lábios, controlando para não rir.

― Cacete, o que você perdeu dentro da vagina?

Alyssa levantou a cabeça, ficando mais vermelha que um pimentão.

― Eu... eu... ― Fechou os olhos por alguns segundos. ― Não acredito que isso está acontecendo.

― Eu prefiro que você se masturbe quando estou assistindo. ― Provoquei.

― Canalha, não é isso!

Lembre-se de mim (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora