18 spin-off
Mick e Celeste nunca tiveram muito interesse em se conhecer.
Ambos viam de famílias inseridas no meio do automobilismo, tinham amigos em comum, eventos em comum, e mesmo assim estavam confortáveis ignorando a existência um do outro.
M...
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O automobilismo era uma realidade perigosa e intensa, mesmo com todo o luxo e espetáculo por trás, as corridas eram sobre vencer, não importava a qual custo, nenhum dos pilotos em nenhuma categoria entrava nesse mundo sem pensar em vencer, e apenas isso.
Mick sabia disso, sabia muito bem, talvez mais a fundo do que a maioria por ter comemorado títulos de forma tão íntima antes mesmo de competir por eles. O alemão também entendia a pressão, as expectativas, as críticas e tudo que era também incluso neste mundo, e hoje em dia lidava muito bem com elas, as usava a seu favor, sabia que as expectativas de terceiros sobre ele não o pertencia, não era sua obrigação as cumprir. Ele cumpriria por ele. Mas o piloto também tinha a ciência de que eram raras as pessoas que conviviam com tamanha tranquilidade com essas questões, viu com os próprios olhos companheiros de equipe e até grandes atletas se afundarem na própria insegurança.
E foi sabendo lidar com a pressão que ele fez seu caminho no automobilismo, de categoria em categoria, e agora, na última delas antes do seu objetivo final, podia sentir o triunfo chegando, sussurrando em seu ouvido que estava no caminho certo. Mick apertou os nós dos dedos no volante, estava na penúltima volta para o fim da primeira corrida da temporada, e melhor ainda, estava vencendo. O engenheiro o incentivava pelo ponto em seu ouvido, mas tudo que Mick escutava era a distância de Callum Ilott diminuindo a cada décimo de segundo, não se ganhava nada antes da linha de chegada e o alemão sabia disso. Estava tenso, mas a adrenalina analgesiava qualquer dor que pudesse sentir, nos ombros, na nuca, os músculos massacrados com a posição desconfortável que o cockpit proporciona, mas os sentidos de Mick estavam focados apenas em vencer.
— Isso! Você conseguiu garoto, bem vindo à FDA. — o engenheiro comemorou em seu ouvido quando o alemão finalmente colocou os olhos na bandeira quadriculada que o fez respirar aliviado. Corridas poderiam ser sua paixão mas não deixavam de ser extremamente estressantes, vencer era como derrotar alguém em uma luta, mas Mick sabia que dentro do carro a única pessoa que ele lutava era contra ele mesmo. Somente ele, e um pouco de sorte definiriam se ele vencia ou perdia corridas.
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Saindo da garagem, já sem seu macacão, confortável e pronto para terminar aquele dia que marcava o fim de uma etapa, a primeira, o primeiro final de semana corrido do ano. Mick estava pronto para chegar em seu hotel depois dos compromissos e descansar o máximo possível antes de pegar um voo para casa. Mas ele escutou barulhos, e pior, os reconheceu, sabia exatamente quem gritava em uma voz aguda e falhada atrás dos boxes da Ferrari. Entrou em uma discussão com si mesmo, uma parte lhe dizia para seguir em frente, não era da sua conta e tinha um jantar combinado com os garotos da FDA depois da corrida, com certeza chegaria atrasado. Mas outra, a maior parte dela, insistia que ele a ajudasse, ou pelo menos, conferisse o que estava acontecendo.