04- They say i did something bad then why's feel so good?

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Mick estava vivendo um pesadelo

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Mick estava vivendo um pesadelo.

Chegou esbaforido no aeroporto, não era seu plano pegar esse voo, na realidade se não fosse pela mudança inesperada da sua passagem, ele estaria em outro continente nesse momento. Fez o check in com pressa no balcão, para sua sorte, a atendente era simpática e ignorou os minutos que o suíço estava atrasado para a tarefa e fez seu cadastro com direito a um sorriso no final de tudo. Mick encarou a passagem em suas mãos, depois as placas informativas espalhadas pelo terminal, estava próximo ao portão 4 e seu voo sairia do portão 17, que, claro, ficava do outro lado do aeroporto. Ele grunhiu irritado, nada disso estaria acontecendo se não fosse por ela.

Atravessou o local com passadas rápidas, trombou em pessoas e nem teve como se desculpar com todas, estava realmente em cima da hora e não poderia se dar ao luxo de perder mais um voo, sua equipe o comeria vivo. Os números aumentavam a cada passo, o que era positivo, 14, 15, 16 e finalmente, portão de embarque 17. Soltou um suspiro aliviado, conferiu no relógio que lhe restavam quinze minutos para a partida do avião, tudo parecia resolvido: passou pela segurança sem problemas, e teria tempo de aproveitar alguns minutinhos no lounge vip antes de embarcar no voo. Sorriu quando foi liberado, o ar condicionado era exatamente o que ele precisava depois de percorrer muitos portões de embarque até aquele, e quando estava prestes a tomar um gole da água perfeitamente climatizada, seu sorriso se dissipou em seu rosto.

Celeste estava na sala, com um ar inocente falso no rosto, estava próxima a seu pai sorrindo com algo que outro engravatado dizia, mas Mick lia as entrelinhas perfeitamente, ela estava ali para ver o resultado de sua tortura. Seus olhos verdes passearam pelo local e brilharam satisfeitos quando chegaram a ele, qualquer simpatia que sentia por ela semanas atrás estava totalmente soterrada agora. A garota era implacável, e não na conotação positiva da palavra, mas sim do tipo que se vinga por semanas de alguém que não fez nada além de demonstrar um pingo de simpatia por ela.

O alemão tinha suportado muito desde o dia que a francesa leu suas mensagens com Callum, em que o piloto inglês fez parecer que estavam tramando contra ela. Mick se lembrava do espírito arteiro e vingativo de Celeste, ela não era apenas irresponsável quando criança, gostava de espalhar a energia caótica por todo o Kart, com aquele mesmo sorriso irônico e satisfeito que morava em seus lábios volumosos agora. Equipamentos sumiam de última hora, capacetes eram vistos totalmente arranhados e inutilizáveis, e se alguém a irritasse demais, ela poderia chegar ao auge da suas atuações, como uma vilã de filmes ela manipulava horários e você poderia acabar chegando a uma pista vazia e com seus companheiros cruzando a linha de chegada. Para Celeste Todt não existiam limites nessas horas, talvez nunca, mas por algum motivo nada disso tinha acontecido com Mick na infância, ela o poupou por todo aquele tempo, entretanto era tão articulosa quanto antes e ele descobriu da pior forma.

Ele tentou manter sua postura, ignorou a presença diabólica na sala e se sentou em uma das poltronas confortáveis, finalmente dando um gole na água com rodelas de limão que lhe entregam na porta, eram apenas 10 minutos ali, ele poderia suportá-la por esse tempo. Quando acomodou seus músculos no couro falso suspirou com força, seus sapatos sociais batendo no tablado enquanto sua perna sacolejava com pressa, estava inquieto e não sabia o porquê.

Ruin my life • Mick Schumacher Onde histórias criam vida. Descubra agora