Inocente / 1 - Aidan Gallagher

Capítulo 21

Sn

Em quase 20 anos de vida eu jamais me senti tão enojada comigo mesma, meu corpo foi usado como um meu brinquedo na mão de todos aqueles homens, um brinquedo no qual todos ficaram loucos para brincar. Foram questões de segundos para eu ficar somente com as roupas íntimas.

Cada vez que eu era puxada para o colo de algum deles, eu sentia uma mão por cima da minha calcinha. Todos os momentos que antes eu considerava "ruins" passaram pela minha cabeça, mostrando a mim mesma como eu deveria ter aproveitado mais a fase em que minha vida estava boa, já que agora estou literalmente no inferno.

Minha mãe costumava dizer que se você fosse uma boa pessoa, os céus te recompensariam de volta com coisas boas, por isso sempre tentava nunca fazer nada de errado, mas estou começando a duvidar das coisas que acostumei-me a ouvir durante toda a minha vida. Se as pessoas boas são recompensadas, que tipo de recompensa é essa que os céus estão me dando?

Em um momento fiquei presa nos braços de um homem, sua barba raspava no meu pescoço enquanto suas mãos percorrem pelas minhas pernas, a camiseta de Aidan que estava cobrindo o meu corpo até a metade das minhas coxas foi arrancada de mim, deixando-me somente com o curto vestido. Puxo a única peça de roupa que uso para baixo, tentando cobrir a mim mesma o máximo que for possível, porém o homem segurou meus braços, impedindo que eu os mexesse.

Ele tentou tirar o vestido com uma das mãos enquanto a outra continuava a me segurar, eu não podia fazer nada para reverter aquela situação, apenas tinha que deixar todos fazerem o que bem entendessem, talvez assim esse pesadelo acabe mais rápido e eu fique livre desse inferno.

- Vamos tirar tudo o que te cobre, morena/loira, não vale a pena ter um corpo tão bonito quando não pode exibir e usá-lo - o homem sussurrou no meu ouvido. Só de pensar em estar sentada no colo de um homem que tem idade para ser meu pai, me causa um enjôo enorme.

- Deixa essa menina sem roupa logo! Preciso ver o corpo dela logo antes que precise me tocar, meu pênis não está aguentando ficar dentro da cueca! - um outro grito, gerando entusiasmo a todos que estavam me observando.

Aos poucos comecei a ficar nua, as poucas roupas que usava eram retiradas e jogadas para a pequena plateia que me assistia. Mãos continuavam a passar pelo meu corpo, descendo para tirar a minha calcinha.

Assim que os dedos rasparam por cima do tecido fino da minha calcinha, minha cabeça foi puxada para trás, tendo meu pescoço chupado em seguida. Ele estava louco para tirar a minha calcinha, mas antes que pudesse fazer qualquer outra coisa eu fui arrancada a força dele, sendo libertada de seus braços.

Eu estava tão atordoada e com a visão embaçada pelas minhas lágrimas, que nem ao menos percebi quem era a pessoa, podia ser qualquer um ali que sentira pena de mim, a pessoa apenas afastou-me dos outros e jogou a camiseta de Aidan para que eu cobrisse o meu corpo, me entregando em seguida o vestido.

A gritaria logo se espalhou por toda a boate, resmungos e reclamações eram ouvidos, e quando por fim eu pude manter-me instável consegui ver Diego parado a minha frente, com uma arma nas mãos apontada para aqueles que tentavam chegar perto de mim e conseguindo deixar todos em silêncio.

- Acho que a garota já sofreu demais por hoje - ele disse calmamente ainda com a arma nas mãos, eu comecei a rezar para que ninguém fizesse nada contra o moreno para que ele não atirasse.

- Não, ainda não estamos satisfeitos - o homem que estava me segurando falou irritado, seu tom de voz fez com que eu me afastasse ainda mais deles, me escondendo debaixo de uma das mesinhas que ficam no canto da boate.