14 - "Sonhos ruins".

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 Harry estava confuso.

Não se lembrava de como havia ido parar ali. Para falar a verdade ele nem sabia onde estava.

Estava parado no meio de uma rua em um pequeno povoado. A noite já havia caído, o céu estava imerso em uma escuridão profunda e era beijado por pequenas estrelas que irradiavam pequenos raios de luz em meio a escuridão. Não haviam pessoas do lado de fora das casas, só tinha ele na rua. O vento frio beijava suas bochechas e bagunçava seus cabelos.

Ele sabia – conseguia sentir em seus ossos – que alguma coisa estava errada.

Pensou em se aproximar da casa que estava a sua frente, quem sabe, assim, conseguiria alguma informação. Com esse pensamento, aproximou-se, a passos lentos, da pequena construção com luzes acessas. Parou em frente a janela. Estático. Congelado. Não conseguiria dar um passo sequer, mesmo se isso significasse sua própria vida.

O motivo?

O som que emergia através das janelas da casa.

Era uma risada.

Mas não uma risada qualquer.

Não, não era a risada de qualquer pessoa.

Reconheceria aquela risada melodiosa em qualquer lugar.

Era dele.

Era de seu pai.

James Potter.

Sentiu um arrepio perpassar por sua espinha, uma angustia fervilhou cada célula de seu corpo, seu coração batia freneticamente, sentia suas pernas tremerem e seus joelhos já não passavam de gelatina. Quando retomou o mínimo de controle sob seu próprio corpo, se espremeu contra a janela, queria absorver tudo o que podia daquela cena.

Lá estava uma versão um pouco mais velha de James Potter, no que parecia ser a sala da casa, brincando com o pequeno Harry, que aparentava ter pouco mais de um ano. James fazia pequenas bolhas surgirem de sua varinha e o pequeno Harry, se divertia em tentar pegar as bolhas com suas mãos e língua. Lily observava toda a cena encostada ao batente da porta com o sorriso mais bobo do mundo brincando nos lábios. Diante de seus olhos estavam os dois homens de sua vida. Aqueles que tinham todo o seu coração.

Harry, atual, soltou uma respiração alta. As lágrimas já estavam se formando em seus olhos, prontas para serem derramadas por suas bochechas.

Quando pensou em atravessar pela porta, para quem sabe avisá-los do perigo, dizer que eles deveriam fugir, não confiar no Rabicho e ... Uma figura encapuzada se fez presente.

Não precisava nem olhar para saber quem era.

Sentia no fundo de seu ser que era ele.

Voldemort.

Como em um estalar de dedos, teve uma epifania. Estava de volta ao dia que seus pais morreram. O maldito dia em que se tornara o menino-que-sobreviveu.

Tinha que fazer alguma coisa, não ficaria ali parado enquanto assistia seus pais morrerem. Não, ele iria fazer alguma coisa.

Correu para a porta, em uma tentativa de abri-la, mas algo estranho aconteceu. Ao colocar a mão na maçaneta, automaticamente sua mão deslizou para dentro, assim como o resto de seu corpo.

Não teve tempo para pensar no motivo, porquê Voldemort adentrava os portões da casa.

James também percebeu isto.

Harry pode observar algo que as memórias trazidas à tona pelos dementadores não revelavam.

James se aproximou de Lily com Harry nos braços.

Construindo meu futuro - HARMIONEOnde histórias criam vida. Descubra agora