18 - "Uma noite no salão comunal".

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Já era tarde e Harry encarava o teto do dormitório masculino.

Ele estava confuso? Entediado? Perdido em pensamentos?

Todas as opções?

Harry bufou. Já estava nessa há muito tempo.

Quando a tarde começou a cair e a escuridão começou a reivindicar o céu, ele inventou uma desculpa esfarrapada de que estava muito cansado e que iria se deitar mais cedo aquela noite. As meninas acharam estranho e ele apenas explicara que não estava tendo boas noites de sono naquela semana. Os Marotos não questionaram, eles de fato sabiam que o menino não dormira nadinha, assim como eles, durante a semana, e além disso eles agradeceram a Merlin por ele estar indo se deitar naquele horário.

Aquela seria a primeira noite do período de lua cheia. A noite mais complicada e a mais desgastante do ciclo.

Os Marotos geralmente conseguiam se livrar dos novos companheiros de quarto antes do período da lua cheia, afinal eles passavam a noite fora só voltando ao amanhecer e isso sempre resultava em muitos questionamentos do tipo "Onde vocês estavam durante a noite?" "Acordei e vocês não estavam, por quê?" "Onde diabos vocês se meteram?" "O que vocês estavam aprontando?" e todas as variações possíveis.

Remus sempre ficava constrangido e totalmente sem jeito com essas perguntas, Peter congelava e olhava de forma suplicante para Sirius e James que reviravam os olhos e mandavam a pessoa ir cuidar da própria vida. Aqueles categorias de questionamentos os incomodavam de tamanha forma que em uma noite, durante o jantar no grande salão, Sirius decidira que seria uma ideia genial colocar uma poção que faria o colega de quarto, muito intrometido por sinal, desmaiar em uma longa noite de sono, James descobrira, mas não brigou com ele, muito pelo contrário, ele achou uma ideia fenomenal e disse que eles poderiam usá-la não só naquela noite, já Remus... Ele ficara extremamente irritado quando viu o colega de quarto desmaiado em uma das camas do dormitório, alegando que Pontas e Almofadinhas não tinham um único pingo de juízo, eles por usa vez apenas riam e alegaram fazerem por uma boa causa, já que faziam aquilo para proteger o segredo que os unia como irmãos.

O segredo dos Marotos.

Remus foi à loucura quando descobrira que James e Sirius estavam planejando tornaram-se animagos, para poder ajuda-lo com as transformações mensais, e ainda por cima estavam arrastando Peter para aquela loucura ilegal.

No entanto, na mesma proporção em que só conseguia enxergar a loucura daquele plano, ele sentira seu coração ser reivindicado pelo sentimento mais puro e verdadeiro de todos: O amor.

Um amor fraternal, um amor pelo qual ele daria a vida para proteger.

Foi a primeira vez que Aluado não se sentiu como um lobo solitário. Não, ele não era um lobo solitário, não agora, não mais, foi naquele momento que Aludo teve a plena certeza que ele encontrara uma família – sua alcateia. E mesmo tão jovem, Aluado prometeu a si mesmo que a defenderia e que a protegeria com todas as suas forças e mal se importava que aquilo pudesse custar a sua vida. A proteção de sua alcateia estava a cima de tudo, sempre e para sempre.

Antes de Dumbledore bater à porta dos Lupin's, oferecendo-os uma oportunidade, um plano, para que Aluado tivesse a oportunidade de estudar, Remus acreditava que ninguém nunca iria querer ser seu amigo, não se soubesse de toda a sua história, acreditava que não era digno de poder desfrutar desses sentimentos, dessas sensações, acreditava ser um monstro, uma aberração, um fardo. E como um mostro e uma aberração, que ele acreditava ser, ou pelo menos Aluado, ele não era merecedor daquilo e também não queria sufocar ninguém com o peso de sua licantropia. Não merecia ter amor, ou pessoas que se importavam com ele, afinal, ele de um modo ou de outro as machucaria.

Construindo meu futuro - HARMIONEOnde histórias criam vida. Descubra agora