16 - "Noites mal dormidas".

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Não estava tudo bem.

Não, não estava.

Naquela noite, após James ter dado "A conversa", para Tiago, ele foi dormir achando que havia sido apenas um momento um pouco constrangedor com o seu amigo. No entanto, durante a madrugada, enquanto a escuridão beijava o céu e espantava toda a luminosidade do amanhecer, gritos o despertaram. Gritos que eram como súplicas, que demonstravam todo o desespero em sua voz.

Acordou no mesmo instante, com seu coração batendo ferozmente em seu peito, olhou ao redor tentando localizar de onde diabos aqueles gritos vinham. Pontas ficou perturbado quando percebeu que aqueles gritos horrorizados vinham de seu mini-cervo, do seu filhote, foi como se um caçador tivesse disparado uma flecha em sua direção e tivesse acertado diretamente em seu peito, seu coração estava dilacerado.

Caminhou a passos lentos em direção ao seu amigo, suas mãos tremiam enquanto ele chacoalhava Tiago, tentando acordá-lo.

Harry estava imerso em uma realidade paralela, em um mundo em que só ele estava, na verdade ele não estava sozinho, não, não estava. Estava junto de seus maiores tormentos, junto de todos aqueles gritos eu ouvira durante a batalha final, junto do corpo estirado de Fred, junto ao corpo estático e frio de Remus e Dora, junto dos grandes olhos de Dobby, que se assemelhavam a grandes bolas de tênis, perdendo o brilho e se fechando, junto de.....

– Tiago – Uma voz, o trouxe de volta para a realidade. – Tiago, por favor acorda. – Pediu suplicante. – Eu estou ficando preocupado, eu não consigo te ver assim. – Disse baixinho, só para ele, para Harry ouvir.

Não era uma voz qualquer chamando-o.

Não, não era.

Era a voz de seu pai.

Merlin, ele estava preocupado com ele.

Aos poucos foi despertando e retomando o controle sob o seu corpo. A primeira coisa que conseguiu retomar o comando foi sua respiração e foi quando ele percebeu que ela, sua respiração, estava totalmente descompassada. O cheiro de James o acertou como uma brande bola de futebol, foi aí que percebeu que os braços de seu pai estavam envolvendo-o em um abraço firme e apertado. Então, percebeu que tinha retomado o controle de seus braços e fez questão de devolver o abraço de Pontas, apertando seu corpo contra o dele.

A respiração de James, seu pai, batendo contra o pescoço dele, o trazia um conforto inigualável, a pressão dos braços dele em torno de suas costelas, era o que o mantinha estável naquele momento. Ficaram assim, apenas se abraçando, até que a respiração de Harry voltasse ao normal.

– Você está bem? – James perguntou baixinho – Merlin, você está suado! – Disse exasperado, mas ainda em tom baixo para não acordar os marotos que ainda estavam dormindo.

Foi então que Harry percebeu que seu corpo estava suado, seus cabelos, agora loiros escuros, devido ao feitiço glamour, estavam encharcados, grudados contra a sua testa, conseguia sentir o suor escorrendo por sua fina cicatriz em formato de raio.

– Está com nojo, James? – Harry perguntou tentando fazer humor para aliviar a situação.

James soltou um riso nasalado, ele estava tentando fazer piada, Merlin. No entanto, aquilo, a piada, não foi o suficiente para acalmar Pontas, que ainda estava aflito e tentava a todo o custo verificar se seu filhote estava machucado e quem era o bastardo que o fez ficar daquela maneira, porquê acreditem quando Pontas descobrir quem era, o infeliz estaria com um grande problema. Ah sim, ele teria que enfrentar a fúria de Pontas, um animal protetor, que teve seu filhote, o seu mini-cervo, atacado.

Construindo meu futuro - HARMIONEOnde histórias criam vida. Descubra agora