Passado e futuro

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-Eu não acredito! Como você está?- Ele se aproximou para me cumprimentar.

A alguns anos atrás, logo quando eu me assumi Ced foi o meu primeiro namorado.

Nós namoramos por quase dois anos, mas como ele se mudou acabamos nos afastando e no fim ele só me mandou uma mensagem terminando, o que não fez nenhuma diferença já que não existia praticamente mais nenhum contato entre nós.

-Estou bem, eu não sabia que você tinha voltado a morar aqui.

-Bom, eu estou fazendo meu estágio de enfermagem aqui, o médico já vai vim para te dar alta.

-Ah, entendi. Fico feliz em ter notícias suas.

-Eu também.. olha, eu posso te passar meu número e a gente pode marcar um almoço para por o papo em dia. O que acha?

Pensei um pouco, já faziam anos que não nos víamos e eu não tinha muitos amigos, seria legal relembrar velhos momentos e sair um pouco da rotina, afinal como Pansy sempre diz, eu quase nunca me divirto.

-Claro, tudo bem.

Passei meu número para ele que checou o soro e foi embora, com a promessa de me ligar assim que saísse do trabalho.

Pansy me lançou um olhar curioso e eu já me preparei para o interrogatório e as piadinhas maliciosas.

-Cedrico né? Não sabia que você tinha fetiche em enfermeiros gatinhos.

-Ele foi meu primeiro namorado. Já faz anos Pans, eu nem me lembrava mais dele.

- Disse o garoto que acabou de passar o número de telefone para ele.

-Você é insuportável sabia?- revirei os olhos e me virei para o outro lado da cama, de modo que não conseguisse mais ver ela.

-Essa é a minha função.

Depois de mais algumas provocações o médico chegou, fez algumas checagens e me deu alta, saí do hospital e uma brisa suave bateu em meu rosto.

-Saudades do cheirinho de poluição em NY?- Pansy perguntou, percebendo o que eu estava fazendo.

-Por que você ainda está aqui em? Eu já estou bem, pode ir pra casa.

-Eu vou te levar pra casa, entra no carro- ela caminhou até um carro vermelho que comprou a anos atrás e mesmo com vários defeitos ela ainda continua usando.

-Eu me recuso a entrar nessa lata velha, provavelmente vai acabar explodindo comigo dentro.

Ela me lança um olhar afiado de como quem diz "repete isso e eu te mato", resolvo lhe lançar um sorrisinho amarelo e entro no carro.

-Preparado?

-Pra morrer? Claro.

Ela revira os olhos de novo e gira a chave do carro, que faz um barulho muito estranho e por fim, solta um estalo antes de desligar.

-Isso vai explodir Pansy...

-Cala a boca Harry!

Ela sai do carro e vai para frente do mesmo, abrindo o capô e mechendo no motor por alguns minutos antes de fazer uma cara de derrota e voltar pra dentro.

-O motor pifou ok? Você jogou praga no meu neném e agora ele quebrou.

-Eu avisei que essa lata velha ia acabar quebrando, o que vamos fazer?

-Vou ligar para o guincho e vamos voltar de ônibus.

Ela discou o número do guincho e falou com alguém antes de desligar o telefone e dizer que eles chegariam em 20 minutos e iríamos precisar esperar mais um pouco.

-Ei Harry- alguém me chamou e me virei.

Draco Malfoy estava parado na minha frente, com as mãos no bolso da calça.

Perdi o ar por alguns instantes, ele estava simplesmente lindo, com um terno azul marinho sob medida e óculos escuros. Seus cabelos estavam levemente bagunçados de um jeito extremamente charmoso e ele carregava o típico ar de "rico gostoso fodão".

-D-Draco.. oi, er.. o que faz por aqui?

Ele tirou os óculos e pensou por alguns segundos antes de responder.

-Estava indo para uma cafeteria aqui perto, está tudo bem?

-Ah, eu acho que sim. O carro da minha amiga quebrou e estamos esperando o guincho chegar para irmos embora.

-Entendo. Vocês vão pedir um táxi?

Por que ele estava tão curioso assim? Draco tinha cara de ser muito preocupado com tudo, mas ele me passava um sentimento estranho. Decidi ser sincero.

-Nao, vamos de ônibus mesmo, infe...

Pansy veio correndo em minha direção sem prestar atenção em Draco e disparou a falar.

-Harry, já falei com o guincho e.. Malfoy?- Pansy se virou e olhou o mesmo, me lançando o típico olhar malicioso em seguida, me deixando com as bochechas quentes e com certeza vermelhas.

-Ola.. Pansy certo?

-Sim... Sou amiga do Harry, prazer.

-O prazer é meu, Harry me contou o que aconteceu com o seu carro. O meu esta aqui perto, se vocês aceitarem posso dar uma carona.

-Nao preci..

-Claro! Aceitamos sim.

Olhei feio para Pansy que apenas deu um sorrisinho e voltou a atenção para Draco.

-Certo, vamos então.

Andamos até chegar em uma esquina um tanto quanto escura e encontramos um carro totalmente preto lá, senti como se já tivesse visto aquele carro, mas deixei quieto, afinal, existem mil carros pretos pelas ruas de NY.

-Por favor entrem- Draco abriu a porta do passageiro e Pansy me empurrou para dentro antes de abrir a porta de trás e entrar.

Draco deu a volta e entrou no carro, colocou o cinto e logo começou a dirigir.

-Draco.. Você não precisa dos nossos endereços?-Pansy perguntou.

Senti ele ficar tenso por alguns instantes antes de voltar ao normal.

-Bom, eu já levei Harry para casa uma vez e meu motorista te levou para sua.. sou bom em lembrar endereços.

Pansy o olhou desconfiada, mas acenou com a cabeça e voltou a olhar a rua.

O resto da viagem foi silenciosa, logo chegamos a casa de Pansy que se despediu com um aceno e disse que me ligaria mais tarde.

Fomos para a minha casa e quando paramos em frente ao meu prédio eu finalmente disse alguma coisa.

-Muito obrigado pela carona.. não precisava.

-Imagina... Harry, voce é uma pessoa muito bacana e eu gosto da sua companhia, será que poderíamos marcar de sair algum dia?

O olhei abismado, Draco Malfoy tinha acabado de me chamar para sair? Que tipo de anjo veio para me abençoar?

-C-claro, eu posso te passar meu telefone se você quiser.

-Por favor.

Passei meu número para ele e me despedi, subi para meu andar com uma sensação estranha no estômago, mas era boa.

Porém toda a minha animação foi por água abaixo quando eu me deparei com o que tinha dentro do correio.

Uma carta.

                  ✨✨✨

Oi!

(Vou agir como se nada tivesse acontecido)

O que vocês acham que vai acontecer nessa fic em?
Até a próxima!

Xau.

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