Promete?

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"Outra vez não"...Pensei enquanto começava a ver tudo embaçado por falta de oxigênio no cérebro, eu me sentei ao chão da sala de espera do hospital tentando respirar. Eu estava tento um ataque de asma.

Era asmática de nascença, mas meus ataques realmente eram muito esporádicos. Raramente eu tinha algum ataque de asma.

-Juliana! _escutei a voz de Eva gritar assustada ao meu ver no chão.

Procurei minha bombinha do bolso de trás da minha calça, com os dedos trêmulos a peguei e levei a boca inalando, sentindo a minha garganta se abrindo e o ar circulando por meus pulmões. Fechei os olhos em alívio e sussurrei.

-Estou bem Eva... tenho asma.

-Mas você esta bem? _perguntou ansiosa.

Assenti lentamente antes de me levantar.

-Eu quero ver a sua irmã, você deve estar desorientada. _disse lhe dando um sorriso fraco.

-Vem, vamos juntas. _me disse pegando no meu braço enquanto caminhavamos rumo ao quarto onde ela estava em observação.

Eva entrou quase correndo e se jogou sobre a cama enquanto abraçava Valentina pelo pescoço. Sua pele estava pálida e seu braço esquerdo estava engessado.

-Estou bem. _a escutei sussurrar enquanto beijava a cabeça de sua irmã.

-Ah... Valentina! Eu tive tanto medo!. _choramingou Eva.
-A mamãe já esta vindo.

Valentina sorriu cansadamente e pude ver as olheiras sobre seus olhos cansados. De repente ela franziu o cenho.

-Eva? _disse em voz baixa.

-Que? _disse ela.

-Você esteve com a Juliana? _meu coração se acelerou.

Eva se levantou sorrindo e dizendo.

-Eu estou com o cheiro dela?

-Bastante. _disse Valentina com um meio sorriso estampado no rosto.

-Estou aqui. _falei com a voz receosa.

Pude notar como seu corpo se tencionou por completo ao escutar a minha voz.

Eva me olhou e caminhou em direção a porta.

-Eu vou ligar para a mamãe, ela deve estar ficando louca. _ela saiu enquanto pegava o seu celular.

Eu fiquei paralisada em meu lugar, meu coração batia com força, minhas mãos tremiam e a única coisa que eu queria era me atirar em seus braços.

-Olá... _sussurrou.
-Você está bem? _perguntou ela com um gesto ansioso.

Eu sorri enquanto dizia.

-Essa pergunta quem devia fazer era eu. Você está bem?

Ela sorriu tristemente, nenhuma covinha apareceu no seu rosto e então eu soube que seu sorriso não era sincero.

-Sim... e você? _perguntou.

-Estou bem. _falei tentando sorrir.

O silêncio incômodo se fez presente. Ela parecia abatida, cansada, com dor...

-Não quero ficar assim com você. _disse em voz baixa.

-Não estamos de nenhum jeito Valentina. _falei tentando soar natural.

Ainda que eu não te veja. G!POnde histórias criam vida. Descubra agora