Te Quiero

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O dia amanheceu completamente chuvoso.

Eu odiava esse tipo de clima, me lembrava daquele episódio da minha vida que me traumatizou tanto. Eu tinha oito anos quando papai caiu na rua em um dia de tempestade, eu estava com tanto medo que não sabia o que fazer. Ele havia ficado a ponto de morrer de hipotermia porque só nos encontraram muitas horas depois.

Fechei os olhos tentando afastar aquelas recordações horríveis. Assim que me levantei tomei um banho bem quente, me troquei, sequei os meus cabelos fazendo uma trança em seguida e coloquei um gorro de lá. Coloquei as minhas botas favoritas e pela primeira vez em quase duas semanas me maquiei.

Na universidade Lucia me felicitou por ter dado esse "grande passo" de me arrumar, mas quando lhe contei que veria Valentina ela quase me bateu.

-Maldição Juliana!, Você vai deixar que a Valentina te diga quando quer te ver ou não?

Suspirei pesadamente enquanto dizia.

-As coisas não são assim Lu, eu só irei a ajudar como sempre.

-Porque ela te pediu. _bufou

Não me atrevi a retrucar, sabia que ela tinha razão então preferi não dizer mais nada.

O dia passou incrivelmente devagar, e quando por fim sai da sala tive que ir para casa ajudar os meus pais com a loja.

Por volta das seis da tarde cheguei na casa de Valentina.

Toquei a campainha enquanto arrumava meu cabelo, pela primeira vez meu cabelo parecia aceitável. Eu sabia que se tirasse o gorro ele ficaria desastroso, daquele jeito ele estava ótimo.

-Juliana! _disse a voz de Eva.

Ela pulou em meus braços e me abraçou, me surpreendendo com o seu gesto.

-Eva! _falei a abraçando

-Que prazer em te ver aqui, a Valentina está com um humor insuportável desde que você parou de vir. _exclamou exasperada.

Sorri sem saber o que dizer e ela me arrastou escadas acima enquanto gritava.

-Valentina! Juliana está aqui!

Eu estava a ponto de falar algo, mas Eva entrou correndo comigo dentro do quarto.

Arregalei os olhos ao vê-la, estava apenas com sua cueca boxer preta e um top esportivo, seu cabelo caía úmido pelo seu rosto.

-EVA, DROGA! , BATA NA PORTA! _gritou Valentina ruborizada enquanto buscava algo para se cobrir.

Eu não podia tirar meus olhos dela, era tão insuportavelmente perfeita. Seu abdômen era plano, mas com finas linhas que mostravam que ela se exercitava com freqüência. Seu corpo ainda estava coberto por uma pequena e fina camada de água, suas pernas eram bem definidas e os braços marcados com pequenas linhas que realçavam seus músculos, enquanto eu a observava ela se esticava para tentar alcançar as suas calças.

Levei as minhas mãos para cobrir o meu rosto ruborizado depois que eu já havia examinado todo o seu corpo com o meu olhar, e saí rapidamente do quarto tendo a certeza que eu estava completamente vermelha de vergonha. Eva não parava de rir como louca enquanto discutia com Valentina.

Vários minutos depois de escutá-las murmurarem dentro do quarto, Eva saiu e falou em minha direção.

-Você já pode entrar.

Meu coração se acelerou e repreendi a mim mesma por não conseguir me manter calma.

Entrei no quarto e pude encontrar Valentina sentada sobre a cama.

Ainda que eu não te veja. G!POnde histórias criam vida. Descubra agora